Coisas do coração
Quando
os sentimentos começam a confundir a mente, nos impelindo a desejos impulsivos,
aí não tem jeito, é quase impossível nos libertarmos da condição de reféns.
Quando o coração desordena e dá novo rumo aos sentimentos, é porque o
alguém, por quem os mesmos faziam eriçar a pele, está perdendo ou já
perdeu o encanto. E lutarmos pela contensão dos novos estímulos é quase sempre
em vão.
Dizer que: “o coração está dividido”, é apenas uma maneira de iludirmos
a razão; na verdade ele já formou um novo vínculo que vibra e nos deixa
trêmulos, feito uma presa diante do seu predador, quando nos aproximamos do fruto
que ele, feito leviano, necessita morder. Quando dizemos: “não sei o que
aconteceu”, é porque já é hora de darmos ouvidos aos segredos do coração.
Quando dizemos: “mas tudo mudou tão de repente”, é porque ainda não percebemos
o quanto já foram desidratados os sentimentos anteriores e que aquela fonte
secou, agora, precisamos de uma nova fonte para matar a sede do coração. Pois
ele é sempre assim: revira-nos por dentro e, sem aviso, se antecipa à razão. E
quando dizemos: “que meus instintos não falhem”, acabamos de nos “condenar” à
conexão a ele e de assumirmos o desejo de ter esta chama afagada pelo abraço da
nova paixão, explorando recantos que matem a sede de dois corações.
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