Justifique que Deus é amor!
Em que estes devem crer?
Por qual amanhã devem esperar?
Ao expor estes quadros aos olhos do mundo, o que espera das nações o Criador?
Não me venham com a história de Jó nem com aquela que no "futuro" serão exaltados.
Esperança parda?
Olhar
sem
ama-
nhã?
Se o amor é o recheio da vida, onde estar o: "amar ao próximo como a ti mesmo"?
Ou é apenas para se cumprir: "... Pois eu estava com fome, e vocês me deram de comer; eu estava com sede, e me deram de beber; eu era estrangeiro, e me receberam em sua casa; eu estava sem roupa, e me vestiram; eu estava doente, e cuidaram de mim;..."? (Mt 25:32...).
Ou ainda: "... Vocês vão ouvir falar de guerras e rumores de guerra... pois essas coisas devem acontecer,... Haverá fome..."? (Mt 24:6-8).
Ou mais um Sagrado deboche: "... foi exatamente para isto que eu o conservei de pé, para lhe mostrar a minha força e para que minha fama se espalhe por toda a terra..."? (Ex 9:15,16).
Vivos mortos na África
Se um homem fosse capaz de reproduzir tantos filhos quanto os cadáveres vivos da África, e este pai fosse o mais poderoso dos homens, em mando e desmando, capaz de num estalar de dedos fazer brotar frutos da terra seca, abrir fenda na rocha e dela jorrar água, ou fazer surgir oásis no deserto, e de repente, nos fosse revelado que nos pátios de seus enormes palácios estão jogados grande número de seus filhos como amontoados de cabeçudos com olhos esbugalhados, ossos expostos e cobertos apenas por uma pele desidratada, recantados como restos de vida e implorando, não para serem reconhecidos, mas por uma migalha para matarem a sede e a fome e, apesar das súplicas e dos gritos de dor, são ignorados já por quase uma eternidade? Se tudo isso fosse mostrado e relatado por grandes meios de comunicação, o que diriam as Nações? Que impacto causaria às variadas classes ou evoluções de sentimentos?
... Se estou condenando alguém? Não! Apenas
dizendo que assim age o nosso PAI, que diante disto, mesmo após centenas de
anos, continua virando as costas e desviando o olhar. (Jr 7:16; 11:14; 14:11- 15:1...) (Is 1:13-15).
A indignação seria justa. Porém, cabe
uma questão: O Criador, nos condicionou dois caminhos: um que salva, outro que
condena. O que nos salva, nos leva à Sua direita, e o que nos condena, à Sua
esquerda. A condição que nos faz caminhar para a Sua direita, já nos é muito
familiar, assim como a que nos faz caminhar para a Sua esquerda. É dito: “...
Então o Rei dirá aos que estiverem à Sua direita: ‘Venham vocês, que são
abençoados por meu Pai... pois eu estava com fome, e vocês me deram de comer...
E aos que estiverem à Sua esquerda: Afastem-se de mim, malditos... pois eu
estava com fome, e vocês não me deram de comer...” É nestas atitudes que se
cumpre o amor a Deus, acolhendo os irmãos. Sem este cumprimento, todos os
líderes religiosos, os exaltadores de glórias e nós anônimos, nos tornamos
“sepulcros caiados”: (Mateus 23:27-30) “... ai de vocês, doutores da Lei e
fariseus hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: por fora parecem
bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e podridão! Assim
também vocês: por fora, parecem justos diante dos outros, mas por dentro estão
cheios de hipocrisias e injustiças...”
O que nos é mostrado, expondo os
cadáveres vivos da África, deve nos fazer refletir sobre: “... Quando no seu
meio houver um pobre, mesmo que seja um só de suas cidades, na terra que Javé
seu Deus dará a vocês, não endureça o coração, nem feche a mão para esse irmão
pobre...” (Dt 15:7-11).
O que nos parece apatia de Deus, deve
ser o grito para a nossa salvação ou condenação; pois se não agirmos, cedo ou tarde ouviremos
os reclamos de Deus: “Esse povo se aproxima de mim só com palavras, e somente
com os lábios me glorifica, enquanto o seu coração está longe de mim. O culto
que me prestam é tradição humana e rotina...” (Isaías 29:13 e Mateus 15:8).
Deus está justificando a nossa
condenação, nos expondo por longo tempo, os mortos vivos da África, e nós, com
nossa hipocrisia, nos fazemos de desentendidos e continuamos “glorificando” o
Seu nome, achando que Ele não conhece as trapaças do nosso coração, e que
iremos manipular o Seu julgamento.
Autor: Josué Firmino dos Santos
Nossos ecos
Oh Senhor!
Não deixe os gritos de dores ecoarem aos ventos. Queira socorrer ao menos os
que em Ti creem. Queira ter piedade dos que acreditam que o sacrifício de
Cristo foi por amor ao rebanho. Não deixe que o ato da cruciação tenha sido em
vão. Se no julgamento também contam as boas ações, não nos deixe perder o
vínculo da fé. Se a definição do amor está no cálice do cordeiro, faça-se
presente na vida daqueles que ainda acreditam na promessa que diz: “Peçam
e será dado; batam e a porta será aberta; quando dois ou mais estiverem
reunidos em meu nome, estarei entre eles”. Pois hoje Senhor, os aflitos
não só pedem, imploram; não só batem, estrondam gritos de dores; não só dois
estão reunidos em Teu nome, são milhares que clamam... Mas parece em vão.
Como
Senhor, manter e irrigar a fé, se a Tua indiferença aos ecos de dores é a
atitude mais presente?
Te peço:
volte a face e o olhar aos que, por falta da Tua
atenção, perecem aos recantos, como entulhos de lixo humano! Pois o trajeto do
Teu caminho é árduo, obscuro e contém obstáculos além da capacidade que deste
aos bons homens. E já que és quem faz a hora, e o que queres, acontecer, que
seja agora o ato da misericórdia.