Nossos ecos
Oh Senhor! Não deixe os gritos de dores ecoarem aos ventos. Queira
socorrer ao menos os que em Ti creem. Queira ter piedade dos que acreditam que
o sacrifício na cruz foi por amor ao rebanho. Não deixe que o ato da cruciação
tenha sido em vão. Se no julgamento também contam as boas ações, não nos deixe
perder o vínculo da fé, pois sem ela perdemos o sentido de ser cristão. Se a
definição do amor está no cálice do cordeiro, faça-se presente na vida daqueles
que ainda acreditam na promessa que diz: “Peçam e será dado; batam e
a porta será aberta; quando dois ou mais estiverem reunidos em meu nome,
estarei entre eles”. Pois hoje Senhor, os aflitos não só pedem,
imploram; não só batem, estrondam gritos de dores; não só dois estão reunidos
em Teu nome, são milhares que clamam...
Peço-te: volte a face e
o olhar aos que perecem aos recantos, como entulhos de lixo
humano! Pois o trajeto do Teu caminho é árduo, obscuro e contém obstáculos além
da capacidade que deste aos bons homens. E já que és quem faz a hora e, o que
queres, acontecer, que seja agora o
ato da misericórdia.
Recebe-se cura pela fé?
Ponto 1 – Em João (9:1-4): “Ao
passar, Jesus viu um cego de nascença. Os discípulos perguntaram: “Mestre, quem
foi que pecou, para que ele nascesse cego? Foi ele ou seus pais?” Jesus
respondeu: “Não foi ele que pecou nem seus pais, mas ele é cego PARA QUE NELE
SE MANIFESTE as obras de Deus...” “...Numerosas multidões seguiram Jesus, e Ele
curou a todos...” (Mateus 12:15-17).
Ponto 2 – Em Mateus (8:5-13 e Lucas 7:1-10): Um
oficial romano suplicou: “Senhor, meu empregado está em casa, de cama, sofrendo
muito com uma paralisia”. Jesus respondeu: “Eu vou curá-lo.” O oficial disse: “Senhor,
eu não sou digno que entres em minha casa. Dize uma palavra e meu empregado
ficará curado. Pois eu também obedeço ordens e tenho soldados sob minhas
ordens. E digo a um: Vá, e ele vai; e a outro: venha, e ele vem; e digo ao meu
empregado: faça isso, e ele faz.” Quando ouviu isso Jesus ficou admirado, e
disse aos que o seguiam: “Eu garanto a vocês: nunca encontrei uma fé igual a
essa em ninguém de Israel! ... Então Jesus disse ao oficial: “Vá, e seja feito conforme você
acreditou.”
Se recebe cura pela fé? Pode ser que sim e pode ser
que não. Nem sempre a fé remove montanhas. E nem sempre a fé é garantia de que
seremos agraciados por Deus em nossas orações. E quando isso acontecer, não
duvide da sua fé nem do amor de Deus. Pois muito do que Cristo fez foi para se
cumprir o que havia sido anunciado pelos profetas. E ainda hoje continua
valendo o que foi dito em Êxodo (33:19): “... Terei piedade de quem
eu quiser ter piedade, e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão”. E
Paulo, lá em Romanos (9:10-19), e mais precisamente no 9:16, reforça o que Deus
pronunciou: “... Portanto, a escolha não depende da vontade ou do esforço do
homem, mas da misericórdia de Deus...”
O que cabe a cada um que crer, e tem Deus como
único criador e Dono da vida, é observar as vontades d’Ele e pedir-Lhe que lhe
conceda a Sua Graça.
Uns receberam a cura simplesmente para que as
profecias ditas pelos profetas fossem cumpridas, e outros foram curados para
que fosse mostrado o poder de Deus.
Se você vir alguém ser agraciado com dádivas que
você também pediu e não alcançou, não se julgue menos merecedor; avalie se anda
sendo infiel aos preceitos de Deus, e continue sendo justo e misericordioso com
os irmãos; pois quem, aos nossos olhos não merece, e mesmo assim recebe a graça,
pode está incluído entre um daqueles que em Romanos 4:7, 8 diz: “Felizes
aqueles cujas ofensas foram perdoadas e cujos pecados foram cobertos. Feliz o
homem a quem o Senhor não leva em conta o pecado”(Salmo 32:1,2).
Crer ou não crer?
Como nas teorias de vida, também na
religião, corremos o risco de ficar “... pra cá e pra lá por qualquer vento de
doutrina” (Efésios 4:14), quando nos envolvemos em alguns “ensinamentos”, e
esquecemos de voltar aos pontos que dão origens às vontades d’Aquele que criou
a vida. Quando se sentir confuso em meio a tantos “mestres” dizendo serem
iluminados pelo Espírito de Deus e, atribuindo tudo que não nos parece bom, ao
diabo, volte aos pontos de origens. Comece refletindo:
- Se
a base e estrutura de uma família é o amor e o acolhimento, por que Abraão
enxota seu filho Ismael com Agar, e os seis filhos seus com Cetura (Quetura)
para que só Isaac fosse seu herdeiro? (Gn 16:11-16; 17:18 e 19; 25:17;
21:11-14; 25:1-6).
- Se
o tempero da paz é o amor à vida, por que o próprio Criador cria em um só
ventre, duas nações e determina que uma irá ser contra a outra? (Gn 25:19-26;
Rm 9:11-17).
-
Por que determinar filhos à escravidão sem que ainda tivessem cometido nenhum mal?
(Gn 15:13).
-
Por que endurecer tantas vezes o coração do Faraó após ele concordar com as
propostas de Moisés (Ex 4:21...)?
São apenas alguns pontos, mas há outros
tantos, principalmente os para se cumprir: Mt 1:22,23; 2:5,14,15,17,18,23; 3:12,15;
8:16,17; 11:10,21; 12:17,18; 13:13-15,34,35; 18:6-8; 21:3-5; 23:13-29;
26:24,31,53-56; 27:8,9,37,38. Em Lc 3:4; 4:18,21; 10:13,15; 11:42-44,46,47;
21:20-24; 22:35-38; 24:40-47. Em Jo 2:14-17; 12:37-40; 13:2,18; 15:24,25;
16:12; 18:31,32; 19:36,37.
Tentar entender o homem a partir do próprio homem não é muito racional;
mas, ao tentar entender como o cérebro humano tende seguir rumos de terceiros
que se dizem enviados para conduzi-los, é aconselhável buscar
entender quais são as vontades de quem os criou. E entender
as vontades d’Ele é matutar sobre os pontos chave da sua História.
Cristo nasceu desabrigado, filho
de carpinteiro, não frequentou escolas, morreu crucificado entre dois
ladrões e hoje Ele é o nosso Salvador e Rei do
mundo. E não poderia ser em época nem lugar diferentes; foi assim
porque Deus havia escrito. Também devemos entender que por mais
insignificante que pareça ser a nossa missão, ela tem um valor específico
para Deus; pois as cenas históricas não precisam só de protagonistas, mas
de um grande número de anônimos e figurantes, uns representando
o bem, e outros, o mal.
Aparentemente o cego não tinha nenhum papel
a cumprir, mas veio para encenar o que havia prescrito (Jo
9:1-13): ... “Mestre, quem foi que pecou, para que ele nascesse
assim”? E Cristo responde: “Nem ele nem seus pais, mas ele é cego
para que nele se manifestem as obras de Deus, ...”
As cenas para as quais
o Filho madrugava e se isolava para recebê-las até a crucificação,
mostram a vontade do Pai (Mt 26:53,54). Foi Ele, o Pai,
que determinou o ano, o dia e a hora para
a crucificação do Filho, providenciando as personagens
como: governadores, anciãos, doutores da Lei, chicoteadores, Barrabás, os dois
ladrões e os figurantes defensores e acusadores pronunciando: herege! Herege!
É aconselhável a você que tem sede
de nutrição espiritual, buscar entender que é capaz de compreender as
vontades de Deus e merecedor da sua graça. Não passe para outros a
responsabilidade de te conduzir, correndo o risco de ter como seu guia, alguém
que Deus já pode ter tirado dele sua graça. Quando eles dizem que
você, por si só, não é capaz de entender os ensinamentos da escritura, em parte
estão certos, pois te indicam ler, edições arcaicas que não te permitem uma leitura
corrente.
Estamos rodeados de “guias” e
“instrutores”, tentado nos fazer crer que são dotados da graça divina; na
verdade, o que eles mais temem é que deixemos de ser escravos das igrejas e nos
libertemos para Cristo; pois o que eles mais amam, é encher os cofres e as
contas com o que sugam dos inocentes.
O que salva?
“Sabemos que a Lei é boa,
contanto que a tomemos como uma lei. Ela não é destinada ao justo, mas aos
iníquos e rebeldes, ímpios e pecadores...” (1 Timóteo 1:8-11).
Nenhum pai sente prazer e
orgulho nas atitudes dos filhos quando estes só lhe obedecem por imposição de
normas que lhes trazem sérias punições; porque o pai sabe que no momento em que
for retirada a obrigação de obedecer, eles passam a praticar coisas más e
vergonhosas.
Cristo só não aboliu a Lei
por causa da maldade dos injustos; pois assim eles voltariam às práticas dos
sodomitas; Ele apenas fez entender aos seus: “A Lei e os Profetas chegaram até
João; daí para a frente o Reino de Deus é anunciado (Lucas 16:16).
A Lei serve apenas para
reprimir os que são impulsionados a realizarem os seus próprios desejos. Não
conduz nenhum injusto a ser justo; apenas impõe parâmetros às práticas dos que
são obstinados a agir com má fé.
Se a imposição da lei,
fosse capaz de arrancar do homem o seu coração de pedra e, dar-lhe um coração
de carne e um espírito novo, Cristo não teria vindo a nós, nem por nós teria
ido à cruz. Quando Cristo diz que: “...
todos os Profetas e a Lei profetizaram até João” (Mateus 11:13), Ele está
tentando dizer que, a partir do seu batismo, Ele está tomando para si, todo o peso
do fardo imposto por ela, para assim, nos condicionar ao perdão.
Quando Cristo diz: “Se
vocês tivessem compreendido o que significa: ‘Quero misericórdia e não o
sacrifício’, vocês não teriam condenado estes homens que não estão em falta...”
(Mateus 12:7,8), Ele está dizendo aos que se acham ser a cúpula do
conhecimento, que o Ouro de Deus, tem o preço de tornar leve a carga a que o
irmão está sendo submetido, e aliviar a dor que ele está sentindo.
Pela Promessa Cristo
compra, a preço de sangue, a bênção a todas as nações. E é a preço de sangue,
que Ele rasga o véu para que o Santíssimo seja revelado (Mateus 27:50-52). E
neste instante, Cristo dá cabo aos sacrifícios e credencia as nações a
resgatarem a Vida. A partir daí, não faz mais sentido ditar regras para o homem
justo, pois este já é conduzido pelos impulsos do coração. E quanto ao injusto,
a Lei permanece, mas apenas para mostrar-lhe o acúmulo de coisas más, que um
coração encascado pode juntar, para afastá-lo dos caminhos de Cristo.
Não é a Fé nem a Lei que
torna o homem justo. A justiça nasce da misericórdia e é apenas uma das forças
que movem um coração generoso. E um coração movido à misericórdia, não é
adquirido por temor, nem por evangelização, nem por imposição de qualquer outro
meio possível; a não ser pela ação da transformação implantada por Deus, assim
como Ele agiu para fazer de Paulo um homem novo.
Quem nasce com um coração
compassivo, que só acontece pela graça do Pai, não precisa de Lei e fé para
praticar a misericórdia e a justiça, pois este dom, é dado apenas àqueles que
caem na graça de Deus.
Eu te peço
Ó Deus, já que fizeste o
homem como sal da terra e tempero da tua satisfação, e és capaz de perdoar até
mesmo os pecados “vermelhos como púrpura”, deixando-os “brancos como a neve”,
não “desvie de nós o teu olhar” (Is 1:15) diante das nossas súplicas. Não nos
deixe perder o encanto que temos por tuas palavras e a crença na promessa do
Filho: “Peçam, e lhes será dado! Procurem, e encontrarão! Batam, e abrirão a
porta para vocês! ...” (Mt 7:7-11).
Deus, já que plantou no homem a carência da proteção, nos faça perceber
o sondar da compaixão, antes de chegarmos à demência de nos apegar, por
desespero, à aparente proteção mais próxima; se trouxeste a “espada” da
separação, una agora os três e os dois (Lc 12:52,53) pelo espírito novo (Ez
11:19,20; 36:26,27). Adote-nos como ovelhas incluídas no seu rebanho e nos dê a
persistência obstinada da mulher que insistiu: “Sim, Senhor, é verdade; mas
também os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa de seus donos” (Mt
15:26,27). Reveja, Ó Deus, os teus projetos e a fidelidade ao cumprimento das
profecias e veja as aflições das mães que, como Raquel, gritam com a dor
de seus filhos (Mt 2:18). Ouça-as, para que não se desesperem, achando que suas
vozes também clamam no deserto. Reveja os “ai daqueles” e os “é necessário”.
Mostre-nos que estás presente, para que, quando o teu Filho voltar ainda nos
encontre na fé.
Senhor Deus, nos ache e nos comova hoje, como Cristo achou e comoveu
Zaqueu (Lc 19:5). Livre-nos da maldição da Lei, já que por esta foi acusado
Jesus (Mt 9:3; 26:64,65; Mc 2:7; Jo 10:33; 19:7), levado à crucificação, e
Estêvão (At 6:11) ao apedrejamento e à morte. Tenha de nós misericórdia, pois
por esta Jesus salvou do apedrejamento a mulher adúltera (Jo 8:4,5,7,10,11),
surpreendendo os de pedras nas mãos.
Ó Deus, mesmo que não sejamos “ovelhas deste
curral”, faça-nos do outro, que o teu Filho “deve conduzir” (Jo 10:16), e
estimule-nos a multiplicar os teus talentos, para engrandecer a tua glória.
Senhor do tempo infinito, amoleça
a parte “endurecida de Israel”, para que venha logo a “plenitude das nações”
(Rm 11:25); substitua “o coração de pedra por um coração de carne e um espírito
novo (Ez 36:26,27)”; alivie o peso do peito desse povo sofrido e leve-o ao rumo
da esperança.
Ó Deus, que crucificaste o Filho para nos
livrar da “maldição da Lei” e da “suspensão no madeiro” (Gl 3:13), leve-nos à
fé; livre-nos da “apostasia” (2Ts2:3) e do “poder da sedução” (2Ts 2:11); não
“desvie o olhar e os ouvidos” da clamação daqueles que sofrem e suplicam por tua
compaixão. Mande-nos, pelo Espírito Santo, ao teu Filho (Jo 6:37), para que um
dia Ele não venha dizer: “... o pai de vocês é o diabo” (Jo 8:42-44).
E tu, ó senhor Filho, ame-nos como amaste
Lázaro e olhe-nos com a comoção que olhaste a mulher adúltera, e nos livre dos
apedrejamentos da vida.
Conversão
Paulo se converteu pela Palavra?
Só quem recebe a destinação de enxergar o
outro com o olhar de justiça e acolhimento, é que renasce pela comoção da
palavra. A prova está bem caracterizada na parábola das sementes: tem que cair
em terra boa. Quer dizer, antes da semeia, a terra tem que estar
fertilizada.
Há pessoas que já nascem
com o dom de olhar e enxergar, de ouvir e entender; outras não. E isto não
depende da vontade humana.
Nenhum dos corações
endurecidos absorveu a incisão da Palavra. Nem anciãos, nem cardeais,
nem doutores da Lei. Todos entendidos na Palavra, mas ninguém
circuncidado no coração. (Dt 10:16; 30:6; Jr 4:4; Ez 44:7,9; Rm 2:28,29...)
Aquilo que era para
penetrar na mente humana, não passou de semente jogada sobre pedra; só germinou
numa pequena porção.
É em vão “chamar os pecadores” (Lc
5:32) sem incidir nele o milagre da compreensão.
Pouco vale sacrificar a “vida” pela Vida,
quando se acha que “dividindo cinco em três contra dois” (Lc
12:52) é a solução.
“Trazer a espada” (Mt 10:34) para aqueles ainda esfarrapados na fé e no entendimento,
é “enviá-los aos lobos” (Lc 10:3); é induzir as
ovelhas ao um caminho sem
reparação. Pois “vida” por Vidas,
sim; mas “vida” por sacrifícios sem Vida, não. Se
a crucificação veio para vencer a morte e abraçar
a Vida, não caberia dizer: “Não deem aos cães o que é santo, nem
atirem pérolas aos porcos; eles poderiam pisá-las com os pés e, virando-se,
despedaçar vocês” (Mt 7:6). Se o sacrifício na
cruz foi apenas para trazer de volta as ovelhas perdidas, a palavra conversão
fica sem sentido. Ovelhas perdidas já são convertidas; para chamá-las basta a
comoção da Palavra. Se o próprio crucificado diz: “... Todos
aqueles que o Pai me dá, virão a mim ...” (Jo 6:37) e reforça
dizendo: “Ninguém pode vir a mim, se isso não lhe é concedido pelo
Pai” (Jo 6:65). Isto está nos dizendo que apenas palavras não
convertem ninguém, se antes não houver a renovação pelo espírito novo. A
conversão só será possível se Ele (Deus) retirar o que disse a Isaías 6:9
e10: “Vá, e diga a esse povo: escutem com os ouvidos, mas não
entendam; olhem com os olhos, mas não compreendam! Torne insensível o coração
desse povo, ensurdeça os seus ouvidos, cegue seus olhos, para que ele
não veja com os olhos nem ouça com os ouvidos, nem compreenda com o seu
coração, nem se converta, de modo que eu não o perdoe”, o que é
confirmado em Js 11:20.
Iniciar-se no amadurecimento
para os caminhos de Deus, é entender que Ele não estar tão interessado no que
você faz movido pela razão, mas sim no que você faz movido pela força do
coração. Devemos entender que conversão é transformação espiritual, pela
vontade de Deus; a nós, resta buscar a graça do Filho e d’Ele, sem a
preocupação de saber se estamos ou não entre o povo relatado em Isaías.
Se
ainda crês, creia!
Eu sei que os passos do
tempo nos levam a veredas indesejáveis, e que nos caminhos a andar, há
entremeios que fazem despejar a alma e secar o coração; mas, se és daqueles que
ainda creem, busque a relíquia dita pelo Pai que, apesar de se lamentar,
acolhe: “Eu criei e eduquei filhos, mas eles se revoltaram contra mim; o boi
conhece o seu proprietário, e o burro a coxeia do seu dono, mas Israel não
conhece nada, ... Que me interessa a quantidade de seus sacrifícios? Estou
farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de novilhos... Parem de trazer
ofertas inúteis. O incenso é coisa nojenta para mim; luas novas, sábados,
assembleias... não suporto injustiça junto com solenidade... para mim se
tornaram um peso que eu não suporto mais. Quando vocês erguem para mim as mãos,
eu desvio o meu olhar; ainda que multipliquem as orações, eu não escutarei...”
(Is 1:1-15). E diz também a Jeremias (Jr 7:3-11; 7:16,17): “Quanto
a você, não reze por este povo, não faça preces nem súplicas em favor deles.
Não insista comigo, porque eu não vou atender...” Ainda assim, é capaz de
dizer: “Darei a eles um coração íntegro, e colocarei no íntimo deles um
espírito novo. Tirarei do peito deles o coração de pedra e lhes darei um
coração de carne” (Jr 24:7; 32:39-41; Ez 11:19,20). E disse mais: “Ainda
que teus pecados sejam vermelhos como púrpura, ficarão brancos como neve; ainda
que sejam vermelhos como escarlate, ficarão como a lã. Se vocês estiverem
dispostos a obedecer, comerão o fruto da terra; ...” (Is 1:16-20).
Se ainda crês, tenha a
obstinação da Cananéia, à qual, pelo tamanho da sua fé, o Filho disse: “Não
está certo tirar o pão dos filhos, e jogá-lo aos cachorrinhos.” E ela,
movida por sua crença diz: “Sim, senhor, é verdade; mas também os
cachorrinhos comem as migalhas que caem das mesas de seus donos” (Mt 15:21-28).
Pois foi por crenças remanescentes assim que o Pai chegou a dizer: “Chega!
Agora retire a mão”. (2 Sm 24:16); e se comoveu: “Por um instante eu
abandonei você, mas com imensa compaixão torno a reuni-la.” “Num ímpeto de ira,
por um instante escondi de você o meu rosto; agora, com amor eterno, volto a me
compadecer de você”. (Is 54:7...; Jr 42:7-11).
Na retirada do seu povo, do
Egito até a terra prometida, quando este povo se revoltava e murmurava contra Ele,
pelo sacrifício da travessia, sua ira se inflamava e queria eliminar a todos,
mas, pela interferência de Moisés, Ele se acalmava e poupava os que mantinham a
fé e a paciência, porém, não perdoava os que achavam que a penúria não valeria
a pena. E por maus comportamentos, os fez caminhar errantes por quarenta anos,
até que seus corpos se desfizessem no deserto (Nm 14:26-35). Portanto, não
deixe que os sacrifícios e a impaciência acabem te afastando da nova Vida que
Ele nos prometeu. se por alguma razão se
achar ovelha fora do rebanho, creia ainda mais. E se mesmo assim, o desânimo
insistir em te abater, não aja como os que abandonaram Jesus, por achar que
suas palavras eram muito duras; reaja como Pedro, quando Cristo perguntou:
“Vocês também querem ir embora?” Pedro respondeu: “A quem iremos,
Senhor? Tu tens palavras de vida...” (Jo 6:68).
Manipulação da fé
Diante das crescentes dificuldades de sobrevivência, é
surpreendente vê a pluralidade de novas religiões e a facilidade com que elas
atraem multidões em busca do sobressalto. A cada dia usam novas linguagens e
uma delas é: “Deus move o céu inteiro naquilo que o ser humano é incapaz de
fazer, mas não move uma palha naquilo que a capacidade humana pode fazer”.
Isto é apenas um dos vários jeitos novos de enganar os menos observadores,
aqueles que, apressados pela vida, olham, mas não conseguem enxergar os milhões
de irmãos, encharcados pela soberba dos altivos, quase já por uma eternidade.
Olham, mas não conseguem entender o que é apenas determinação; pois, nos
extensos fatos históricos, marcados para “se cumprir”, as ovelhas vagam como
palhas ao vento.
Os que veem e não enxergam, não entendem
e, assim, os tangedores de comboios vão aperfeiçoando a linguagem para
atraí-los de acordo com o que cada rebanho busca.
É importante crê? É. Não
quando se crê inocentemente, pois deve-se crê compreendendo e aceitando a
dureza com que Ele disse: “Terei piedade de quem eu quiser ter piedade, e
terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão” (Ex 33:19, 2ª parte);
também disse a Moisés: “Farei misericórdia a quem eu fizer misericórdia, e
terei piedade de quem eu tiver piedade” (Rm 9:15). E ainda o que diz Paulo:
“Portanto, a escolha não depende da vontade ou do esforço do homem, mas da
misericórdia de Deus” (Rm 9:16).
Vale a pena perder a inocência? Sim,
também tem seus sabores, perde a energia das ilusões mas ganha a força do
coração, onde o que passa a mover montanhas é a consciência de que só “amando
uns aos outros” é que faz nascer a magia de dar as mãos e entender que o
homem deve ser bondoso, justo e humano.
Vendo com outros olhos
Deus criou, condicionou, e
anunciou adventos com repetidas semelhanças, e determinou que tudo fica à mercê
de suas vontades.
Dentre
os adventos relacionados ao Filho, Deus prenunciou o seu Cálice: Jesus diz aos
discípulos: “Esta noite vocês todos vão ficar desorientados por minha
causa, porque a Escritura diz: ‘Ferirei o Pastor, e as ovelhas do rebanho
se dispersarão’. Mas depois de ressuscitar, eu irei à frente de vocês para a Galileia” (Mateus 26:31,32).
Em João 19:28-37, diz: “...
Então os Judeus pediram que Pilatos mandasse quebrar as pernas dos crucificados
e os tirassem da cruz. Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois
do outro, que estavam crucificados com Jesus. E se aproximaram de Jesus. Vendo
que já estava morto, não lhe quebraram as pernas, mas um soldado lhe atravessou
o lado com uma lança, e imediatamente sai sangue e água.” Tudo para se cumprir
as escrituras.
Se não tivesse sido
relatado na Bíblia que foi Deus que mandou Abraão oferecer, no monte de Moriá,
o seu filho Isaac como holocausto (Gênesis 22:1-24), querendo mostrar quanta fé
n’Ele seu servo tinha, este fato teria sido atribuído às traquinagens do diabo.
Ora! Quando Deus quer que aconteça o que Ele determinou, Ele simplesmente
ordena que se realize sua vontade.
Para não perder tempo com
discussão boba, é necessário entender o que é pura maldade do homem e o que
é pura vontade de Deus. Vejamos algumas passagens que se não
estivessem nas Escrituras não diríamos ser feitos de
Deus:
P.1 – As mulheres dançavam
e cantavam em coro: “Saul matou mil, mas Davi matou dez mil” ... E desse dia em
diante, Saul olhava Davi com inveja. No dia seguinte, um espírito mau provindo
de Deus (1 Samuel 18:10) tomou conta de Saul, que
começou a delirar dentro de casa. Como de costume, Davi estava tocando harpa e
Saul tinha a lança na mão. Saul atirou a lança dizendo: “Vou cravar Davi na
parede.” Davi, porém, conseguiu escapar duas vezes.
P.2 – Abimelec governou
Israel durante 3 anos. Depois disso, Deus enviou um espírito
mau entre Abimelec e os senhores de Siquém, e estes traíram Abimelec (Juízes
9:22,23).
É hora de ter urgência em se dedicar
sobre os Escritos de Deus, e deixar de se preocupar em saber se a prática é de
Deus ou do diabo.
O que nos parece ser mal,
nem sempre vem do mal. Muitas vezes, o que aos nossos olhos, estão fazendo o
mal, estão apenas cumprindo o que estar escrito (João 13:18): “... Eu
conheço aqueles que escolhi, mas é preciso que se cumpra o que está escrito:
‘Aquele que come pão comigo, é o primeiro a me trair!’... E quando alguém
se impõe contra a prisão de Cristo, Ele diz: “... Ou você pensa que eu não
poderia pedir socorro ao meu Pai? Ele me mandaria logo mais de doze legiões de
anjos. E, então, como se cumpririam as Escrituras, que dizem que isso deve
acontecer?” (Mateus 26:51-54). E mais, quando Judas saiu, Jesus
disse: “Agora o Filho do Homem foi glorificado, e também Deus foi
glorificado nele. Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo...”
(João 13:31,32).
Se por um acaso, venha
descobrir que está fazendo algo que não é bom aos olhos de Deus, não atribua
isso ao traquino; assim, você está perdendo grande oportunidade de se conciliar
com o Pai e com o Filho.
Aqui estou! (Hb 2:13)
Quantas vezes minha dor é exposta aos tolos, em gritos
e lágrimas, e nem sequer ecoam nos ouvidos deles. Os gritos são para todos, mas
pelo visto, vão-se com os ventos, como palavras soltas.
Querem iludir àquele que
sabe que a fé não se justifica sem as obras. Tiago diz: “Falem e ajam como
pessoas que vão ser julgadas pela lei da liberdade, porque o julgamento será
sem misericórdia para quem não tiver agido com misericórdia... Sem as obras, a fé
está completamente morta... Mostre-me a sua fé sem as obras, e eu, com as
minhas obras, lhe mostrarei a minha fé. Você acredita que existe um só Deus?
Muito bem! Só que os demônios também acreditam, e tremem!...” (Tiago 2:12-23).
Uma certa vez Jesus disse: “Nem
todo aquele que diz: ‘Senhor, Senhor,’ entrará no reino do céu. Só entrará
aquele que põe em prática a vontade de meu Pai.” “Naquele dia muitos me dirão:
‘Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos e fizemos milagres’?
Então, eu vou declarar a eles: jamais conheci vocês. Afastem-se de mim,
malfeitores!” (Mt 7:21-23).
O próprio Criador muitas
vezes não suporta a dureza de coração com que agem suas criaturas: “Que me
interessa a quantidade de seus sacrifícios? Estou farto da hipocrisia e da
injustiça de vocês... parem de trazer ofertas inúteis. O incenso é coisa
nojenta para mim; luas novas, sábados, assembleias... não
suporto injustiça junto com solenidade... Para mim
se tornaram um peso que não suporto mais. Quando vocês erguem para mim as mãos,
eu desvio o meu olhar; ainda que multipliquem as orações, eu não escutarei. As
mãos de vocês estão cheias de sangue” (Isaías 1:11-20).
Os gritos do Criador
continuam ecoando aos brados, e jogando ao nosso alcance, o fruto da nossa
sensibilidade encascada, pelo apego às satisfações momentâneas, que ressecam a
essência humana e abstraem o vínculo, que conduz a seiva à razão de ser imagem
e semelhança de quem nos criou.
Nos nossos dias, com um
clique e uma tela, podemos ter estampados aos olhos, o que já não nos comove, e
aos ouvidos, o apelo para concretizarmos a 2ª parte do 2º mandamento, que
segundo o Filho, é maior que todos os sacrifícios, e segundo Paulo, é
maior que a fé que move montanhas.
Pare e tente enxergar com
os olhos do coração, pois o amanhã acontece simplesmente, num fechar e abrir de
olhos. E creia que Deus está: no sorriso apagado, no olhar
sem amanhã, na fome por justiça, na sede de inclusão, nas lágrimas dos
excluídos, e também, na misericórdia da partilha do pão...
até no espinho da flor, quando lhe fere a mão. E no apelo: não honrem a Deus apenas
com os lábios, enquanto anda longe o coração (Mt15:8).
Senhor dos meus dias
Senhor! Criador e dono da vida, que me deu o sopro
e o retira quando terminar meus dias;
Que direciona estradas e veredas por onde devo
trilhar;
Que determina os altos e baixos da caminhada até o
ponto aonde devo chegar;
Que na dor diz que me sonda, e me estende
a mão para a travessia dos dias árduos;
Que faz o arrogante sentir-se dono do mundo, e o
humilde sentir a carência da proteção;
Que na desobediência do seu povo o entrega a
tiranos, mas também os extermina para proteger seus escolhidos;
Que fez o filho da promessa (Isaque) gerar num
ventre santo (de Rebeca) dois gêmeos e determinou que um seria para a
bênção (Jacó) e o outro para ser excluído (Esaú);
Que fez um cuidador de ovelhas (Davi) sentar no
mais alto dos tronos e ao mesmo tempo, fraquejar pelo instinto da carne;
Que colocou no Jardim a serpente e a maçã, e reuniu
na mulher, a perfeição da beleza em forma de corpo e a magia da sedução, capaz
de desmoronar o mais forte dos homens (Sansão), e bagunçar a cabeça do mais
sábio deles (Salomão);
Que pela graça, renova um dos corações mais
endurecidos (Paulo), e faz brotar nele leito apascentador de fé;
Que na Ira, embriaga sua espada para decepar reis e
rasgar ventres prostituídos, mas também, quando recolhido ao ato de amar, é
capaz de sangrar junto ao Filho, no cálice da cruciação.
Ó Senhor, não me deixe órfão de sua proteção. Conduza-me
pelos seus caminhos, que apesar dos espinhos, frutificam fontes de Vida.
"Escravos"
da fé
Rebeca, quando achou que
tinha recebido a Bênção, descobriu que em seu ventre havia dois gêmeos que já
brigavam, então ela disse: “Se é assim, para que viver”? (Gn 25:22).
Moisés, sentindo o peso do
fardo que não era seu, disse: “Por que tratas tão mal a teu servo? Por que gozo
tão pouco do teu favor, a ponto de me impores o peso de todo este povo?
Por acaso, fui eu que concebi ou dei à luz este povo, para que me digas: ‘Tome
este povo nos braços, da maneira que a ama carrega a criança no colo, e leva-o
para a terra que eu jurei dar aos pais deles?... Se é assim que me pretendes
tratar, prefiro a morte! Concede-me esse favor, e eu não terei que passar por
essa desgraça!” (Nm 11:11...).
Jeremias, sentindo o
amargor da missão que pela qual não implorou, desse: ‘Maldito o dia que eu
nasci. Que jamais seja bendito o dia em que minha mãe me deu à luz! Maldito o
homem que levou a notícia a meu pai, dizendo: “nasceu um filho homem para
você!”, enchendo-o de alegria. Que essa pessoa sofra igual às cidades que Deus
destruiu sem compaixão; ... Por que não me fez morrer no ventre materno? Minha
mãe teria sido a minha sepultura, e seu ventre estaria grávido para sempre! Por
que saí do ventre materno? Só para ver tormentos e dores, e terminar meus dias
na vergonha?’ (Jr 20:14-18).
Paulo, obrigado a mudar de
ofício, disse: “Pelo que vejo, Deus reservou o último lugar para nós que somos
apóstolos, como se estivéssemos condenados à morte... Até agora passamos fome,
sede, frio e maus tratos; não temos lugar certo para morar; e nos esgotamos,
trabalhando com nossas próprias mãos. Somos amaldiçoados, e abençoamos; perseguidos,
e suportamos; caluniados, e consolamos. Até hoje somos considerados como
o lixo do mundo, o esterco do
universo” (1 Co 4:8-13).
Não abale sua fé, se por
alguma razão, venha achar, que Deus ou Cristo não lhe deu ouvidos.
Eu penso: ora, se eles que
foram escolhidos para levar o nome de Deus à glória, chegaram a estas
indignações, eu então... devo ser o joio depois da colheita; o refugo de um
produto selecionado; aquilo que já é rejeitado pelos abutres... melhor: se
Paulo chegou até os estercos, o que resta para
definir o que posso ser? Mesmo assim, atrevo-me tentar provocar a misericórdia
de Cristo, feito a mulher cananeia (Mt 15:22-28) que, por insistência,
conseguiu ter a atenção d’Ele. Pois, já que está escrito que: “... É em Cristo
que o véu desaparece” (2 Co 3:14_17), resta-me a esperança de ao menos, ser
servido das migalhas que caem da mesa do Senhor.
Se um homem fosse capaz de reproduzir
tantos filhos quanto os cadáveres vivos da África, e este pai fosse o mais
poderoso dos homens, em mando e desmando, capaz de num estalar de dedos fazer
brotar frutos da terra seca, abrir fenda na rocha e dela jorrar água, ou fazer
surgir oásis no deserto, e de repente, nos fosse revelado que nos pátios de
seus enormes palácios estão jogados grande número de seus filhos como
amontoados de cabeçudos com olhos esbugalhados, ossos expostos e
cobertos apenas por uma pele desidratada, recantados como restos de vida e
implorando, não para serem reconhecidos, mas por uma migalha para matarem a
sede e a fome e, apesar das súplicas e dos gritos de dor, são ignorados já por
quase uma eternidade? Se tudo isso fosse mostrado e relatado por grandes meios
de comunicação, o que diriam as Nações? Que impacto causaria às variadas
classes ou evoluções de sentimentos?
Se estou condenando alguém?
Não! Apenas levantando uma reflexão. E a indignação poderia ser justa. Porém,
cabe uma questão: o Criador, nos condicionou dois caminhos: um que salva, outro
que condena. O que salva, nos leva à sua direita, e o que nos condena, à sua
esquerda. A condição que nos faz caminhar para a sua direita, já nos é muito
familiar, assim como a que nos faz caminhar para a sua esquerda. É dito: “...
Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham vocês, que são
abençoados por meu Pai... pois eu estava com fome, e... e aos que estiverem à
sua esquerda: Afastem-se de mim, malditos... pois eu estava com fome, e...” Sem
este cumprimento, os exaltadores de glórias e nós anônimos, nos tornamos
“sepulcros caiados” (Mateus 23:27-30): “... ai de vocês, doutores da Lei e
fariseus hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: por fora parecem
bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e podridão! Assim
também vocês: por fora, parecem justos diante dos outros, mas por dentro estão
cheios de hipocrisias e injustiças...”
“... Todos os povos da
terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o
pastor separa as ovelhas dos cabritos. ...” (Mt 25:32). Imagine se hoje fosse o
dia do chamamento. Com que olhar você acha que Cristo te olharia: com um olhar
de repreensão, ou com um olhar de acolhimento? Para que lado você acha que Ele
te mandaria: à sua direita ou à sua esquerda?
Você que age em relação ao
próximo sem levar em conta o olhar de Deus, ao declinar ao travesseiro, é bom
refletir sobre que destino anda dando à sua vida, após seu último respirar.
Não se faça de
desentendido, achando que o hoje dura para sempre. Acorde-se e busque a luz que
faz entender que, aquele que lhe parece desprezível ao seu olhar, no dia da escolha,
pode ir para o lado que você não estar; porque o que vai contar nessa hora, é o
que hoje você não vê, mas Deus consegue enxergar.
Como servir ao Senhor?
Um
fariseu para tentar Jesus, pergunta: “Mestre, qual é o maior mandamento da
Lei?” Jesus respondeu: “Ame ao Senhor seu Deus com todo o seu coração, com toda
sua alma, e com todo o seu entendimento. Esse é o maior e o primeiro
mandamento. O segundo é semelhante a esse: Ame ao seu próximo como a si mesmo.
Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos” (Mateus 22:34-40).
A diferença entre os que
não suportam ver injustiças e os que só temem a Deus e tremem (Tiago 2:18,19),
é que os que só temem e tremem, são incapazes de sofrer com a dor do outro,
porque são, segundo Jesus, filhos do diabo (Jo 8:42-47).
Quando um daqueles que se
fazem de desentendidos, como os que praticam o mal de forma disfarçada, e
perguntam: “O que foi que eu fiz?” (Jeremias 8:6,7), vier também lhe perguntar:
como amar a Deus da forma como manda o primeiro mandamento, a resposta deve
ser: fazendo a escolha que Jesus fez diante das propostas da tentação; que, com
a sua escolha, terminou abraçando os dois mandamentos: amor ao Pai, e à
salvação dos homens; e quando diante da escolha entre o “poder” ou a
obediência, Ele escolheu o calvário da cruz. No mais, não há como servir a
Deus, fora do que disse o Filho: “Todas as vezes que vocês fizeram isso a um
dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram” (Mateus 25:40). E
Cristo deixou bem às claras, na passagem que fala do bom
moço rico que já cumpria os mandamentos, mas recusou o SIGA-ME de Jesus, quando
lhe propôs trocar os bens na terra, por um tesouro no Céu (Mateus 19:16-22).
Em Mateus (25:41-45) você
ler: “...venham à minha direita, pois... foi a mim que o fizeram...” Mas também
ler: “Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastem-se de mim,
malditos... porque foi a mim que não o fizeram...”
Paulo, em 1 Coríntios 13:1...), resume
da forma mais perfeita o que é um coração voltado para o acolhimento: “Ainda
que eu falasse línguas, as dos homens e dos anjos, se eu não tivesse o amor,
seria como o sino ruidoso ou como címbalo estridente. Ainda que eu tivesse o
dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda ciência;
ainda que eu tivesse toda fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse
o amor, eu não seria nada. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos
famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse o amor,
nada disso me adiantaria...”
Em Mateus (7:15-20), é dito: “Cuidado
com os falsos profetas: eles vêm a vocês vestidos com peles de ovelhas, mas por
dentro são lobos ferozes. Vocês os conhecerão pelos frutos deles...”
Mesmo que o evangelho não
estivesse ao nosso alcance ou ainda fosse desconhecido, não impediria o justo
de continuar sendo justo, nem o impediria de abraçar a causa, por sentir a dor
dos desfavorecidos.
Hã?!
Quer conhecer melhor as
vontades de Deus? Então, esqueça a desobediência de Eva e a fraqueza de Adão;
esqueça a orgia de Sodoma e Gomorra; esqueça o motivo que levou Abraão a
separar Isaac de Ismael e seus outros irmãos; esqueça a esperteza de Jacó e a fome
de Esaú; esqueça o coração duro dos reis que ocupavam Canaã e a teimosia do
Faraó no Egito; esqueça a desobediência dos Israelitas e a tirania de
Nabucodonosor; esqueça os fariseus, os saduceus, os sacerdotes , os anciãos e
os doutores da Lei; esqueça a traição de Judas e a fraqueza de Pedro; até mesmo
a tormenta dos 1.260 dias, pois os porquês, são para os que não alcançam que
tudo foi assim, porque assim Deus determinou. Pare de bloquear a mente e
de confundir as determinações de Deus com as trapaças do diabo, porque este não
tem o poder de penetrar no coração nem transformar os preceitos do espírito
humano. Deixe cair o véu! Se Deus é o dono do projeto e está no comando do
destino das nações, por que deixaria o tachado de inimigo mudar Seus planos? Até
porque o mesmo disse: “ .... Não vou dar para outro a minha glória...”
(Isaías 42:8). Não esqueça que foi Ele quem idealizou, planejou e deu vida
às criaturas para cumprirem a História prescrita sob seu controle. Procriou
homens, tribos e nações e lhes traçou destinos; lhes deu a impressão de serem
donos de seus rumos, mas limitou liberdades como: “ ai daqueles...”.
Criou o instinto obsceno, mas molestou o lascivo. Criou cérebros para a
obstinação de Eva e Adão; para a fraqueza de Caim diante de Abel; implantou a
obediência em Abraão para ofertar Isaac e ir à terra prometida e, a dureza de afastar
de Isaac o filho de
Agar (Gn 21:8-21) e os seis filhos de Cetura (Gn 25:1-6); induziu Rebeca
e Jacó a escarnecerem Esaú e, obstinou o Faraó a pelejar com Moisés. Com a
mesma obstinação, vitimou: fariseus, saduceus, sacerdotes, anciãos, Judas Iscariotes,
doutores da Lei, cananeus, amorreus, filisteus, semitas... E na História mais
recente, Rítler, destinado a extinguir os judeus.
Muita gente não alcança
que, os estímulos que os movem foram pensados, planejados e implantados pelo
Criador, de maneira a diferenciar comportamentos distintos para a distribuição
das tribos e futuras nações. Dentre muitos fatos a refletir, apenas dois pontos
bastam para fiar a reflexão. O primeiro é quando Ele diz a Abraão: “Saiba
com certeza que seus descendentes viverão como estrangeiros numa terra que não
será a deles. Aí nessa terra eles ficarão como escravos e serão oprimidos
durante quatrocentos anos...” (Gn 15:13). E o segundo é quando Ele diz à
Rebeca: “Em seu ventre há duas nações, dois povos se separam em suas
entranhas. Um povo vencerá o outro, e o mais velho servirá ao mais novo” (Gn
25:23).
Não se contente só com
pregações, que nem sempre seriam aprovadas por Cristo e por Deus. Não fique
entregando seus rumos a interpretações de terceiros. Você corre o risco de ser
mais um cego guiado por outro cego. Se você entregar para os outros a
responsabilidade do entendimento, está deixando de ser merecedor da Graça e de
ouvir os sussurros de Deus. Portanto, acorde, desmame, saia do bê-á-bá para não
permanecer como aqueles a quem Paulo também adverte: “... vocês se tornaram
lentos para compreender. Depois de tanto tempo, vocês já deviam ser mestres...”
(Hebreus 5:11 e 12).
Ovelhas do Pai
Na época
dos profetas, Deus falava sobre os males daquele tempo; hoje, Ele falaria sobre
os males presentes, como por exemplo, as promessas de bênçãos e livramentos. A
lista é longa: Salvação
fácil, proteção divina, vantagens descabidas e sem o SIGA-ME de Jesus... e para se justificarem como homens de Deus, vão
fazendo doações e caridades
FARISAICAS... Mas lembre-se que, a cobrança de Deus não é só aos
que “profetizam”, é também ao rebanho.
Não é bom entregar o rumo do seu espírito aos que
vivem “ouvindo” o Espírito Santo, sem que você tenha o cuidado que, assim como
o Pai, o Filho também recomendou: “Ai dos pastores de Israel que são pastores de si
mesmos! Não é do rebanho que os pastores deveriam cuidar? Vocês bebem o leite,
vestem a lã, matam as ovelhas gordas, mas não cuidam do rebanho... Juro por
minha vida: Minhas ovelhas se tornaram presa fácil e servem de pasto para as
feras selvagens. Elas não têm pastor, porque os meus pastores não se preocupam
com o meu rebanho... Vou me colocar contra os pastores. Vou pedir contas a eles
sobre o meu rebanho...” (Ez 34:1...). “Os profetas só falam mentiras, os
sacerdotes só querem dinheiro, e o meu povo gosta disso! O que vocês vão fazer
quando chegar o fim?” (Jr 5:30). Diz também: “Eu penetro os corações e sondo os pensamentos, para
pagar conforme o seu comportamento e segundo o fruto de suas ações” (Jr 17:10).
E mais: “É mentira o que esses profetas falam em meu nome. Eu não os enviei,
não lhes dei ordem nenhuma, nem falei com eles. Eles anunciam a vocês visões
mentirosas, oráculos vazios e fantasias da imaginação deles. Por isso, assim
diz Javé: Os profetas que pregam em meu nome sem que eu os tenha enviado e
afirmam: ‘A espada e a fome não existirão no país’, esses profetas cairão pela
espada e pela fome. O povo a quem eles pregam ficará jogado pelas ruas de
Jerusalém, mortos pela fome e pela espada, e ninguém os sepultará, nem a eles,
nem...” “Mesmo que Moisés e Samuel se apresentassem na minha frente, nem assim
eu me comoveria em favor desse povo...” (Jr 14:14-16; 15:1). O tempo passa
e Deus continua dizendo: “...Criatura humana, profetize contra os profetas
de Israel. Profetize, e diga aos que profetizam conforme seus próprios
interesses. Diga-lhes: “Ai desses profetas estúpidos, que inventam profecias,
coisas que nunca viram, seguindo sua própria inspiração!... Dado que vocês
vivem falando coisas à-toa e tendo visões falsas, então eu me colocarei contra
vocês...” (Ez 13:2-10). E Cristo também avisou: “Se alguém disser a
vocês: ‘Aqui está o Messias’, ou: ‘Ele está ali’, não acreditem. Porque vão
aparecer falsos messias e falsos profetas, que farão grandes sinais e
prodígios, a ponto de enganar até mesmo os eleitos, se fosse possível...” (Mt
24:23-28).
Paulo, após receber a
incisão do Espírito Santo, passou o
resto da vida, se indignando e se torturando, pela mesma insistência:
cuidado... cuidado...
Não
aja como os discípulos de Jesus, que o abandonaram por achar que Ele tinha
palavras duras; e apenas doze compreenderam que só Ele tinha palavras de vida
eterna.
Deus
não tem palavras doce, nem de fácil salvação para os ouvidos de ninguém.
Conhecer para temer
“Eu criei e eduquei filhos, mas eles se revoltaram contra mim. O boi
conhece o seu proprietário, e o burro a cocheira do seu dono, mas Israel não
conhece nada. O meu povo não entende... Que me interessa a quantidade dos seus
sacrifícios?... Parem de trazer ofertas inúteis. O incenso é coisa nojenta para
mim; luas novas, sábados, assembleias... não suporto injustiça junto com
solenidade. Eu detesto suas luas novas e solenidades. Para mim se tornaram um
peso que eu não suporto mais. Quando vocês erguem para mim as mãos, eu desvio o
meu olhar; ainda que multipliquem as orações, eu não escutarei. As mãos de
vocês estão cheias de sangue. Parem de fazer o mal, aprendam a fazer o bem:
busquem o direito, socorra o oprimido, façam justiça ao órfão, defendam a causa
da viúva. Então venham e discutiremos. Ainda que seus pecados sejam vermelhos
como púrpura, ficarão brancos como a lã...” (Isaías 1:1-20).
Há vários anos, pessoas que não concordavam com os ensinos religiosos
tradicionais, decidiram fundar congregações, e desde então, aparecem fiéis que
precisam saciar suas carências, do corpo e da alma. O problema é que, nesta
ansiedade, estes fiéis acabam: “Entregando aos líderes espirituais a
responsabilidade pela sua própria salvação” (Hellen G. White). Hellen, no mesmo
capítulo 6, passa vários bons ensinamentos, como: “Devemos pesquisar a Bíblia
por nós mesmos”. “Porque devemos formar opiniões por nós mesmos, visto
que teremos de responder por nós mesmos diante de Deus”. “Os que pretendem
possuir grande sabedoria, ensinam que a palavra de Deus tem um significado
secreto e místico, que está além da clara linguagem do texto. Estes são falsos
mestres.” Ela diz também: “... os ensinos de Cristo devem ter sido
previamente armazenados na mente afim de que o Espírito de Deus os traga à lembrança
no tempo de perigo.” (Livro com o título: A grande esperança, capítulo 6,
parágrafos de 8 a16). Pena que essa mesma Ellen tenha dito: “Mesmo quando foi
decidido que o QUERUBIM REBELDE não poderia mais permanecer no Céu, a Sabedoria
infinita não o destruiu. A submissão das criaturas de Deus deve ser motivada
pela convicção a respeito de Sua justiça. Se este querubim rebelde FOSSE
DESTRUÍDO IMEDIATAMENTE, os outros teriam servido a Deus por medo em vez de
amor.” (do mesmo livro, cap. 1, último parágrafo da pg 14).
Infelizmente, as pessoas iluminadas também pecam na forma de ajudar os
irmãos entenderem as vontades de Deus.
TEMER é o termo mais pronunciado por Deus em todo o Livro Sagrado. Deus
está sempre mostrando que não é Pai que passa a Mão na cabeça dos Seus filhos. Ele
avisa que é piedoso, mas também castiga com o peso da Sua mão.
Este ENSINAMENTO de que Deus não quer ninguém amando-o por medo, é
confuso e enganador; quer apenas justificar a existência e a presença do
malfeitor nas coisas más que o povo faz; mas faz por não TEMER a Deus, não
porque foi iludido pelo traquino malfeitor
Deus, primeiro age amedrontando, mostrando o Seu Poder; mostrando a Sua
Capacidade de acolher, amparar e erguer, quando e a quem Ele quiser; e assim,
se faz ser amado.
Quando você resolver entender Deus como sendo Aquele que em princípio
causa TEMOR, e pelo TEMOR, causa obediência, e pela obediência se mostra ser
amável, aí então você vai, além de amá-Lo, aprender de maneira mais clara,
sobre as Suas vontades.
Para se alcançar uma nova e segura compreensão, é necessário sairmos
daquilo que nos disseram e buscarmos o que diz a Bíblia. Dentre várias
passagens que merecem muito a nossa atenção na palavra TEMOR e obediência,
vamos observar pelo menos algumas: Em Deuteronômio 13:5 e 12 diz: “Sigam a Seu
Deus e a Ele TEMAM; observem Seus mandamentos e Lhe obedeçam; Sirvam a Ele, e a
Ele se apeguem” “ Se seu irmão ou outros lhe convidar a servir a outros
deuses... não faça caso nem dê ouvidos... Não tenha piedade dele... Você deverá
matá-lo... e sua mão será a primeira... apedreje-o até que morra...”
Em 1 Samuel 12:14, Ele diz: “Se TEMEREM a Deus e o servirem... Seguirão
seu Deus... Mas se não obedecerem, então a mão de Deus pesará sobre vocês...”
Em Isaías 8:13, Ele diz: “Chamem de santo somente a Deus dos exércitos;
dele sim, tenham TEMOR e TERROR”.
Em Jeremias 32:39-41, Ele diz: “Vou dar-lhes um só coração e um só modo
de se comportarem, para que me TEMAM a vida inteira... Colocarei no coração
deles o Meu TEMOR, para que não se afastem de mim...”
Os Salmos vão dizendo: 2:11, “Sirvam a Deus com TEMOR”. No 33:18, “Deus
cuida daqueles que o TEMEM”. No 34:8, “O anjo de Deus acampa ao redor dos que O
TEMEM”. No 34:10, “TEMAM a Deus, povo consagrado a Ele, pois nada falta aos que
o TEMEM”. No 34:12, “Filhos, cheguem perto e sentem: vou ensinar a vocês o
TEMOR de Deus”. No 111:10, “O princípio da sabedoria é o TEMOR a Deus”.
E assim se repete ao longo de todo o Antigo Testamento.
Formar convicção de que Deus deixa de ser Aquele que se faz TEMER, e
passa a ser temente, porque alguém pode entendê-lo como injusto, é querer
limitar Deus na Sua capacidade infinita.
Se Deus sentisse preocupação com o que o anjo rebelde e as outras
criaturas iriam pensar da Sua maneira de agir, Ele não estamparia no desfolhar
do AT tanta mortandade e devastações, quando, em muitas delas, o próprio Deus
marchava na frente, como em: 2 Samuel 5:23-25; 7:9,10; nem declararia em
Isaías 34:5,6: “... pois a espada de Deus ficou embriagada no Céu. Veja: ela se
precipita sobre Edom, um povo que eu destinei para a destruição. A espada de
Deus está pingando sangue...”
Se formos observar os títulos como: JULGAMENTO DAS NAÇÕES; ou: CONTRA AS
NAÇÕES, que se encontram em: Isaías, Jeremias e Ezequiel, não iremos nos
assustar quando Deus fala:
- “Eu sou o EXTERMINADOR” (Isaías 54:16). Como Ele iria se retrair por
achar que os que Ele planejou e criou viriam achá-lo injusto, se Ele abre a
boca do profeta e pronuncia: “Eu sou o AUTOR da desgraça” (Isaías 45:7)? E sai
pronunciando:
- “...se alguém, de caso pensado, atentar contra o seu próximo para o
matar, então você o arrancará até mesmo do meu altar, para que seja morto”
(Êxodo 21:12-14);
- “Sem dó nem piedade; matem a todos: homens, mulheres, crianças e as
grávidas” (Deuteronômio 7:2,16; 19:21; 20:16-18; Josué 6:21; 8:24; 10:28-39;
11:11-16; 19:47; Juízes 1:8,25; 4:6-16; 18:27,28; 1 Samuel15:2,3; Isaías
13:15,16; Ezequiel 5:10,11;9:5,6; 21:8,9). E neste último (Ezequiel), Ele ainda
diz: “Vou tirar da bainha a minha espada para matar tanto o justo como
injusto.”
Se Deus temesse ser mal interpretado, jamais teria usado a boca dos
profetas para pronunciar tudo isso.
Quando Deus diz: “...é com a espada, a fome e a peste, que eu os
exterminarei...”, é para nos fazer amá-Lo, ou para causar TEMOR? (Jeremias 14:11,12).
Se acharmos que Deus é só justiça e amor, o que vamos achar d’Ele,
quando lermos: “ Os pais vão devorar os próprios filhos, e estes, os próprios
pais?” (Ezequiel 5:4,6,8,15). Vamos achar que Ele é Pai amoroso, ou Aquele que
faz TREMER? E em Amós 3:6, Ele diz mais: “Vem alguma desgraça sobre a cidade,
sem que Deus tenha mandado?”
Se Deus estivesse preocupado com o que o diabo ou outro ser qualquer,
fosse pensar d’Ele, iria ordenar Seus guerreiros irem à matança? Acompanhe:
1 – “À meia noite, Deus feriu todos os primogênitos do Egito...” (Êxodo
12:29).
2 – “... quando a ira de Deus se inflamou contra o povo, ferindo-o
com grande mortandade” (Números 11:33,34).
3 – “Afastem-se desse povo, porque vou destruí-lo num instante” (Números
16:18-35; 17:6-16).
4 – “Que cada um mate os parentes que se ligaram com o deus falso”
(Números 25:1-5).
5 – “... não deixe sobreviver nenhum ser vivo: sacrifiquem...”
(Deuteronômio 20:15-18).
6 – “... e passaram todos ao fio da espada... homens, mulheres, ...”
(Josué 6:21; 8:24; 10:28-39; 11-11-17; 19:47; Juízes 1:8,25; 4:6-16; 18:27,28;
1 Samuel 15:3-8).
E então, vamos condenar Deus e eliminá-lo das nossas vidas? Como? Não há
saída.
Vamos TREMER e desmaiar quando ouvirmos falar d’Ele? Pode ser. Quem não
toma a iniciativa de buscar entender as vontades de Deus, é para TREMER e cair
sim.
Está em tempo de aprender que Deus é Pai que cria e ama Suas criaturas,
mas também é Pai que corrige e pune com chicote cortante, como Ele mesmo diz a
Davi, sobre seu filho Salomão: “... Ele é que vai construir uma casa para o meu
nome... Serei para ele um pai e ele será um filho para mim. Se ele falhar, eu o
corrigirei com bastão e chicote, como se costuma fazer... (2 Samuel 7:1-16). E
nós, vamos dizer que Ele é apenas Pai carrasco? Nããão! Em Hebreus 12:6-8,11,
Paulo diz: “Meu filho, não despreze a correção do Senhor e não perca o ânimo
quando for repreendido por ele; pois o Senhor corrige a quem Ele ama e castiga
a quem aceita como filho.” ‘Na hora, qualquer correção parece não ser motivo de
alegria, mas de tristeza; porém, mais tarde, ela produz um fruto de paz e de
justiça naqueles que foram corrigidos.’
Disciplina é necessário em qualquer meio onde se convive. Deus é Pai que
pune com o peso da Sua mão; e outro ensinamento é enganador. Ele corrige da Sua
maneira, porém é Pai sensível, piedoso e misericordioso. O Seu amor pode ser
maior que Sua ira.
Se você quer de fato amar a Deus de todo o seu coração, de toda a
sua alma e de todo o seu entendimento (Mateus 22:37...), é necessário procurar
conhecer Suas vontades. Não é possível amar alguém com toda intensidade sem
sabermos nada sobre Suas condutas. Tiago em seus ensinamentos, diz: “Você
acredita que existe um só Deus? Muito bem! Só que os demônios também acreditam,
e tremem!” (Tiago 2:18,19).
Eles tremem porque conhecem a ira de Deus, e não obedecem porque estão
destinados a serem do diabo. Já nós, nem cremos como deveríamos crer, nem o
tememos da forma como deveríamos TEMER, porque nos ensinaram e ainda nos
ensinam os porquês errados. Na grande maioria dos que se propõem a nos guiar,
ou não tem o devido cuidado, ou tem outras intenções. E aqui eu repito o que a
Hellen disse: “Os que pretendem possuir grande sabedoria, ensinam que a palavra
de Deus tem um significado secreto e místico, que está além da clara linguagem
do texto.”
A responsabilidade de aprender sobre Deus é individual; é como a
capacidade de ter fé, não se pode transferir.
Entender ou ensinar que Deus é só amor, é conclusão enganosa e pode
provocar a Sua ira. Deus é amor para aqueles que já aprenderam a amá-Lo, mas
pode ser carrasco para aqueles que querem ou prometem vida cômoda e salvação
fácil.
Optar por aprender sob a orientação de algum instrutor, é muito
perigoso, e ajuda quando você faz a sua parte. É preciso abrir a mente e o
coração para entender que está tudo sob o comando de Deus. Quando alguém, te
falar coisas que você ache que não foi Deus que o mandou dizer, vá à fonte; e
tente comparar se ele não é daqueles que já foram anunciados lá no Apocalipse
17:17: “Deus coloca no coração deles, o desejo de realizarem seus próprios
planos”.
Deus, que te fez imagem, semelhança, e para amá-Lo, quer que você o
conheça de forma clara. Ele te faz TREMER para obedecê-Lo, e a partir da obediência
passe a amá-Lo. Mas não te quer confuso, te quer amando-O de maneira
consciente. Por isso Ele te fala sem medo e para te ensinar: “Eu formo a luz e
as trevas; sou o autor da paz e crio a desgraça. Eu, Deus, faço todas as
coisas.” (Isaías 45:7).
Diz também: “Fui eu quem criou o ferreiro que sopra as brasas no fogo e
produz ferramentas de trabalho. Mas também fui eu quem criou o exterminador
para arrasar.” (Isaías 54:16).
Seguir os caminhos de Deus necessita de conscientização e
amadurecimento. Veja: “Pegue da minha mão esta taça de vinho da minha ira e
faça que bebam dela todas as nações... por fim, todos os reis do Norte, tanto
os mais próximos como os mais distantes. Um depois do outro. Eu fiz com que
todos os reinos que existem sobre a face da terra bebessem. E o rei da
Babilônia beberá depois deles.” (Jeremias 25:15-38). No capítulo 27:1-22 também
em Jeremias, Deus, e não o príncipe rebelde; é Deus que diz: “... Digam aos
seus senhores: Eu criei a terra, os homens e todos os animais sobre a face da
terra, com minha grande força e braço estendido, e os DOU A QUEM EU QUERO. Pois
bem! Entrego todos esses territórios nas mãos do MEU SERVO NABUCODONOSOR, REI
DA BABILÔNIA. Eu colocarei até as feras a serviço dele. Todas as nações ficarão
submetidas a ele, a seu filho e a seu neto, até que chegue para seu país a hora
de se tornar escravo de numerosas nações e reis poderosos. Se uma nação e seu
rei não se submeterem a Nabucodonosor, rei da Babilônia, e não colocarem o
pescoço sob o jugo do rei da Babilônia, Eu castigarei essa nação com espada,
fome e peste, até entregá-la em suas mãos. Quanto a vocês, povo exilado, não
façam caso de seus profetas e adivinhos, intérpretes de sonhos, feiticeiros e
magos, que lhes dizem: “Vocês não ficarão submetidos ao rei da Babilônia”.
Porque eles profetizam mentiras, para tirar vocês da própria terra e para que
eu espalhe e destrua vocês. A nação, porém, que dobrar o pescoço e se submeter
ao rei da Babilônia, eu a deixarei tranquila em sua terra, para que a cultive e
fique morando nela...” E depois ainda diz mais, Em Jeremias 28:10-17: “... e
desta mesma forma, dentro de dois anos, eu quebrarei o jugo de Nabucodonosor,
rei da Babilônia, que está no pescoço de todas as nações”.
Há textos que, se não forem bem observados, podem confundir, como por
exemplo, sobre Nabucodonosor; mas servem para mostrar que é Deus que predestina
a história das nações. Veja: Em Jeremias 25:7-9: “... Mas vocês não me obedeceram, e me provocaram
com as obras de suas mãos para sua própria desgraça. Por isso, eu mandarei
buscar todas as tribos do Norte, e também o meu servo Nabucodonosor... e o povo
ficará escravo do rei da Babilônia durante 70 anos, depois de completado os 70
anos, eu castigarei o rei da Babilônia e seu povo, ou seja, os caldeus”.
Este entregar o povo como escravo a Nabucodonosor, e depois castigar
Nabucodonosor para mostrar que é Ele quem determina, se não for observado,
confunde o leitor. Porque Deus ordena que o rei destrua, porém logo após se
lamenta como se tivesse sido vitimado: Jeremias 51:20-24, 34: “... Você,
Babilônia, foi o martelo, a minha arma de guerra; contigo martelei nações...
Nabucodonosor, rei da Babilônia, me devorou, raspou tudo, deixou-me como
prato limpo; ...”
Quanto mais formos vigilantes sobre o que dizem que foi Deus que falou,
menos riscos corremos de cair nos argumentos dos que vestem peles de ovelhas,
quando na verdade são lobos disfarçados. Se aprendemos sobre as vontades de
Deus, mais aprendemos como Lhe obedecer, e caminharmos os Seus caminhos com
mais segurança e esperança de estarmos incluídos nos Seus planos e Projetos; e
podermos até impedir a ação da Sua ira, feito o ocorrido em 2 Samuel 24:16 : “O
anjo estava já com a mão estendida sobre Jerusalém para destruí-la, quando Deus
se arrependeu desse mal, e disse ao anjo: “Chega! Agora retire a mão”.
Em Isaías 54:7,8: “Por um instante eu abandonei você, mas com imensa
compaixão torno a reuni-la. Num ímpeto de ira, por um momento eu escondi de
você o meu rosto; agora, com amor eterno, volto a me compadecer de você...”
Se nós pudéssemos enxergar como Deus está nos olhando, com certeza
entenderíamos o que o seu dedo imperativo está ordenando: Levantem-se! Larguem
as ocupações que não levam à VIDA, e vão à MESSE; colham e guardem as relíquias
que estão no Meu LIVRO, porque dias difíceis virão, e Eu não quero desviar o
Meu olhar de vocês, por serem ovelhas do Meu rebanho, porém, perdidas.
Recompensas
Quando um doutor ou escriba da Lei disse: “Mestre,
eu te seguirei aonde quer que fores”. Jesus lhe respondeu: “As raposas têm
tocas e as aves do Céu tem ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a
cabeça” (Mt 8:19 e 20). Ele está dizendo que não mandou ninguém oferecer
abundâncias a quem queira seguir o Seu caminho. Ao contrário; Ele diz ao jovem
rico: “... Se você quer entrar para a vida, guarde os mandamentos...” “Se você quer ser perfeito, venda tudo,
distribua com os pobres, e você terá um tesouro no Céu. Depois venha e siga-me”
(Mateus 19:16-22).
Servir de coração a Deus,
traz grandes bênçãos que enriquecem o espírito, mas acumular patrimônios, não.
Este ensinamento é argumento daqueles sobre os quais Deus já se lamentou: “Este
povo me honra apenas com os lábios, enquanto o coração anda longe de mim” (Is
29:13,14; Mt 15:8).
Se ser pessoa de Deus
trouxesse abonança, que quantidade de bens teriam acumulado os Apóstolo, os
Profetas e os Discípulos que foram amortizados na peleja de aprender e ensinar
o evangelho?
As promessas de
retribuições e prosperidades que, grande parte dos que se dizem ser “chamados
por Deus” fazem, não condizem com as retiradas, nem com o martírio dos
Apóstolos e Profetas, muito menos com a singeleza d’Aquele que convidou Seus
escolhidos ao caminho da cruz.
Querer ou prometer ao
rebanho proezas durante a caminhada ao Pai, é dizer que a peleja de Moisés no
deserto, a paciência de Deus e a caminhada de Cristo aos pregos na cruz, foram
em vão.
Os quarenta anos no
deserto, mostram que a passagem da escravidão para a terra prometida, não é estrada
margeada de oásis nem arborizada com frutos do Céu.
Iniciar a caminhada rumo a
uma vida renovada, é algo parecido com o amadurecimento de Paulo, que nem
murmurou diante de um não, a um dos poucos pedidos que fez ao Deus: ‘...foi me
dado um espinho na carne, um anjo traquino para me espancar, a fim de que eu
não me encha de soberba. Por esse motivo, três vezes pedi ao Senhor que o
afastasse de mim. Ele, porém, me respondeu’: “Para você basta a minha Graça...”
(2 Co 12:7-10). Então, os que se propõem a atravessar o deserto para
matar a sede com a água que jorra para a vida eterna (João 4:13,15), devem se
encher de abstinência e aceitar o convite, assim como aceitaram aqueles que,
com convicção, entenderam o SIGA-ME de Jesus, e mesmo quando muitos acharam
muito duro o seu jeito de falar, e desistiram (João 6:6), os doze, quando
perguntados se também queriam desistir, responderam: “A quem iremos, Senhor? Tu
tens palavras de vida eterna...”
Promessas de recompensas
imediatas, não foi Jesus quem fez nem recomendou; ao contrário, quando lhe
ofereceram todo luxo, toda a fama e toda a riqueza, Ele preferiu a coroa de
espinhos e a obediência ao Pai. E deixou a oferta para os de coração endurecido
e o tentador, que de Cristo ainda zombaram quando estava na cruz, sangrando e
lavando os nossos pecados com sangue e lágrimas de dor.
Pregar o evangelho, são
muitos que pregam; resta saber se há ou não segundas intenções. É só observar
se o estilo de vida deles é semelhante ao de Jesus. Se não houver nenhuma
semelhança, e você decide ainda continuar seguindo-os, cuidado! Deus ainda
continua sendo aquele que disse: “... Vou pedir contas a eles sobre o meu
rebanho...” (Ez 34:1 ...). “Os profetas só falam mentiras, os sacerdotes só
querem dinheiro, e o meu povo gosta disso! O que vocês vão fazer quando chegar
o fim?” (Jr 5:30); e mais: (Jr 14:14-16; 15:1).
“... todos os Profetas e a Lei profetizaram até João...” (Mateus 11:13).
Durante muitos séculos, muitas cabeças rolaram pela força do cumprimento
da palavra. Até porque, fazer as vontades de Deus não é andar por veredas
margeadas por frutos do Céu. Pois 400 anos sob a opressão da escravidão
(Gênesis 15: 13...), mais 40 anos no deserto (Deuteronômio 29: 4), mais a
missão de ocupar a terra prometida, ao preço da espada em punho e o sangue de
várias nações, 70 anos sob o jugo do poder da Babilônia, e a dispersão de um
povo que ouviu tantas promessas, por ser o povo escolhido, se torna, para os
limites da mente humana, algo além da natureza e da capacidade recebida. E como
se não bastasse, a punição ainda se estendia às gerações futuras: “... Se você
não colocar em prática todas as palavras desta Lei escritas neste livro, temendo
o nome glorioso e terrível de seu Deus, Ele ferirá você e sua descendência com
pragas espantosas, pragas tremendas e persistentes, doenças graves e
incuráveis...” (deuteronômio 28: 58-62). E Deus, que criou o homem e viu que
era bom, agora diz pela boca de Moisés: “Vocês são um povo de cabeça dura. Se
eu os acompanhasse por um momento, eu os exterminaria...”( Êxodo 33: 5).
Não foram poucas as vezes que Deus exterminou grandes porções de Seu
povo por motivo de desobediência, até que um dia resolveu revelar algumas das
Suas vontades, e ordenou aos profetas: “Os pais não serão mortos pela culpa dos
filhos, nem os filhos pela culpa dos pais. Cada um será executado por causa do
seu próprio crime” (2 Crônicas 25: 4). Em 2 Samuel 24:16 diz: “O anjo estava já
com a mão estendida sobre Jerusalém para destruí-la, quando Deus se arrependeu
desse mal, e disse ao anjo que estava exterminando o povo: “Chega! Agora retire
a mão”. Em Isaías 57:16, Deus diz: “Eu não vou ficar demandando eternamente,
não vou ficar irado o tempo todo, senão a vida humana evaporaria na minha
presença e seria destruído tudo aquilo que eu criei...” No capítulo 54:7,8
também de Isaías diz: “Por um instante eu abandonei você, mas com imensa
compaixão torno a reuni-la. Num ímpeto de ira, por um momento eu escondi de
você o meu rosto; agora, com amor eterno, volto a me compadecer de você...” E
revelou também que queria adotar os pagãos e os estrangeiros que quisessem
seguir as normas da nova aliança proposta por Ele e anunciada pelo filho; e O
mandou para que, com a Sua crucificação, caísse o véu e fosse aberto o
entendimento, mostrando que a essência que eleva o homem à Vida não é o
sacrifício, mas sim, a misericórdia (Isaías 1: 11-18; Mateus 9:13).
Cristo veio para renovar a Aliança do Pai e também renovar o homem.
Portanto, não devemos ficar ocupando o coração e o espírito com coisas
pequenas, pois já fazem parte dos velhos costumes. Cristo mostrou a renovação,
agindo: quem era para ser apedrejado, Ele perdoou, e pediu para não pecar mais
(João 8:1-11); quando o sábado escravizava o homem, Cristo diz que o sábado é
para o homem, e não o homem para o sábado (Mateus 12:1-14); o que devia ser:
olho por olho, Cristo ofereceu a outra face (Mateus 5:39); quando o homem era
apenas servo, Cristo o chamou de amigo, chorou por ele e o ressuscitou (João
11:1-44); quando a lepra excluía da sociedade os doentes, Cristo frequentou a
casa do leproso (Mateus 26:1...); quando o traidor recebia sua devida punição,
Cristo o chamou de amigo (Mateus 26:50); pois tinha luz divina para entender
que: “...eles não sabem o que fazem” (Lucas 23:34); e disposto a renovar o
homem e abrir-lhe o entendimento, mesmo sendo Ele justo, inocente e Rei dos
reis, aceitou a humilhação da coroa de espinhos e a crucificação que era apenas
para os malfeitores. Tudo isso para pagar o preço pelos pecados dos homens e
resgatar a liberdade para o caminho da salvação. Ele pagou por nós o preço da
humilhação, do chicote, dos pregos na cruz e da lança Lhe furando o peito até
escorrer todo o sangue que pronuncia a ressurreição. E a nós, Ele apenas
recomendou uma missão: “... Eu dou a vocês um mandamento novo: Amem-se uns aos
outros. Assim como eu amei vocês, vocês devem se amar uns aos outros...” (João
13:34,35; 15:12-17). E reforça dizendo: “Tudo que vocês desejam que os outros
façam a vocês, façam vocês também a eles. Pois nisso consistem a Lei e os
profetas” (Mateus 7:12; 22:40).
Nesta repetição, Cristo está tentando dizer que, a partir do preço pago
por Ele na cruz, ficou sem custos seguir o caminho do Pai.
Estes custos não foram retirados logo após a ascensão de cristo para
junto do Pai. Os poderes religiosos e políticos, por vários séculos, oprimiram,
torturaram, queimaram e enterraram vivos os seguidores e discípulos de Cristo.
Ao custo de muitas vidas é que foi rompido o período dos 1260 anos.
Vários grandes discípulos empenharam a vida nas pesquisas e traduções
para expandir o material que temos hoje às mãos. Pena que, com o material e a
liberdade que temos, para aprender o caminho e as vontades de Deus, haja
comboios seguindo pregadores de promessas falsas e soluções imediatas.
Nessas arenas de milagres e recompensas fáceis, os que se dizem estar
cheios do Espírito Santo, enchem a cabeça dos que se dizem fiéis, com crenças
pagãs e opressões que escravizam a mente e o coração, impedindo a libertação
dos cristãos para a nova Aliança que, a altos custos, foi ofertada com o
recheio de fraternidade, misericórdia e perdão.
Em toda história da peleja da pregação, vimos que os profetas pregaram a
palavra para o povo escolhido e que já conhecia a Deus, pela transmissão dos
patriarcas, e que cristo e os Apóstolos pregaram para as ovelhas dispersadas do
povo Israel. Porém, Paulo, teve a missão de pregar para os pagãos. Mesmo assim
, apesar da desconfiança por ele ter sido perseguidor dos cristãos, e da
dificuldade de convencer um povo não circuncidado a aceitar um Deus até então
desconhecido, ele conseguiu fundar comunidades. Mas conseguiu porque nas suas
palavras havia a dosagem do amor pelos irmãos. Ele entendeu que para
circuncidar a mensagem de Deus no coração do povo excluído (Jeremias 4:4;
Ezequiel 44:7,9), era necessário se recolher e se fazer o menor dos servos,
como recomendou o Rei dos judeus: “... Pois bem: eu, que sou o Mestre e o
Senhor, lavei os pés de vocês; por isso vocês devem lavar os pés uns dos
outros...” (João 13:12-17). E o maior obstáculo que encontrou foi reeducar a
mente e o coração de um povo que foi conduzido e alimentado por ensinamentos de
crenças doentias, que aprisionavam a alma e amedrontavam com maldições de
deuses pequenos e que não davam vida.
O esforço de Paulo foi quase insuportável, mas conseguiu plantar boas
sementes. E enquanto teve vida, procurou orientá-las com o cuidado de quem
tange um rebanho por caminhos de pedras para saciar-lhe a sede com a água da
Fonte que não seca, e devolver-lhe a Vida.
Escrevendo às comunidades de Frígia e Galácia, na Ásia menor, Paulo diz:
“No passado, quando vocês não conheciam a Deus, eram escravos de deuses, que na
realidade não são deuses. Agora, porém, vocês conhecem a Deus, ou melhor, agora
Deus conhece vocês. Então, como é que vocês querem voltar de novo àqueles
elementos fracos e sem vida? Por que vocês querem novamente ficar escravos
deles? Vocês observam cuidadosamente dias, meses, estações e
anos! Receio que me cansei inutilmente por vocês” (Gálatas 4:8-11).
Falando aos Efésios (2:1-22): “Lembrem-se de que vocês, pagãos de
nascimento, eram chamados incircuncisos por aqueles que se dizem circuncidados,
devido à circuncisão que se fez na carne com mão humana. Lembrem-se de que
nesse tempo vocês estavam sem Cristo... Mas agora, em Jesus Cristo, vocês que
estavam longe, foram trazidos para perto, graças ao sangue de Cristo. Cristo é
a nossa paz. De dois povos, Ele fez um só. Na Sua carne derrubou o muro da
separação: o ódio. Aboliu a Lei dos Mandamentos e preceitos. Ele quis, a partir
do judeu e do pagão, criar em si mesmo um homem novo, estabelecendo a paz. Quis
reconciliá-los com Deus num só corpo, por meio da cruz; foi nela que cristo matou
o ódio. Ele veio anunciar a paz a vocês que estavam longe, e a paz para aqueles
que estavam perto. Por meio de Cristo, podemos, uns e outros, apresentar-nos
diante do Pai, num só Espírito.” “...Deus não manifestou esse mistério para as
gerações passadas da mesma forma com que o revelou agora, pelo Espírito, aos
seus santos apóstolos e profetas: em Jesus Cristo, por meio do evangelho, os
pagãos são chamados a participar da mesma herança, a formar o mesmo corpo e a
participar da mesma promessa...” (Efésios 3:1-6).
A partir de Jesus o homem é convidado a beber da água que se torna fonte
e jorra para a vida (João 4:7-15); e a fazer parte dos adoradores que o Pai
procura (João 4:23,24), adorando-o em Espírito e verdade. Pois as amarras do
homem escravo foram quebradas com o batismo de Cristo até a Sua crucificação.
“De fato, todos os profetas e a Lei profetizaram até João...” (Mateus 11:13).
Aliviando os que lhe abrem o coração, Cristo diz: “Venham para mim todos
vocês que estão cansados de carregar o peso do seu fardo, e eu lhes darei
descanso. Carreguem a minha carga e aprendam de mim, porque sou manso e humilde
de coração, e vocês encontrarão descanso para suas vidas. Porque a minha carga
é suave e o meu fardo é leve” (Mateus 11:28-30).
O homem velho se prende à fidelidade aos costumes, às regras e às leis,
e se faz escravo da obediência às normas. É aquele que se conduz apenas pelos
parâmetros das leis : “Eis que os teus discípulos estão fazendo o que não é
permitido fazer em dia de sábado!...” Cristo responde: “Se vocês tivessem
compreendido o que significa: ‘Quero a misericórdia e não o sacrifício’; vocês
não teriam condenado estes homens que não estão em falta...” (Mateus 12:1-8).
Já o homem novo, é aquele que rompe correntes e não se deixa ser
algemado sequer pela razão. É aquele que quebra regras e desconhece limites
para as ações do coração.
O homem é o único ser que, pode até não mover montanhas pela fé, mas é
capaz de fazer montes tremerem pela força que lhe move do coração: “... a terra
tremeu, e as pedras se partiram...” (Mateus 27:51-53). É o único ser capaz de
beber o Cálice por amor ao irmão: “Não existe amor maior do que dar a vida
pelos amigos...” (João 15:12-14).
Rever
“Quanto a você, não reze por este povo, não faça preces nem súplicas em
favor deles. Não insista comigo, porque eu não vou atender. Você não está vendo
o que eles fazem nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém? ...” (Jr 7:16
...).
Senhor! digamos que em relação àqueles, haja motivos. Mas em relação aos
nossos irmãos de cor, africanos, que a centenas de anos não têm a atenção do
Pai, dos quais é criador, que não fazem mal nenhum e continuam a pagar uma
dívida da qual nem sabem ser devedores, é justo, o nosso Pai insistir
em desviar-lhes o olhar? Deixando-os à mercê dos impiedosos que agem sob
o poder da sedução (2 Ts 2:11)? Durará isto, até
completar os dígitos da injustiça (Ap 6:11), ou até que a plenitude da
Lei (Gl 5:14) aconteça apenas pela ação humana?
Impor dor e sofrimento, pode até ser válido, quando para adicionar
amadurecimento para “O caminho, a Verdade e a Vida”; porém, quando não acresce
em nada, é impiedoso e em vão. Até porque, aqueles não têm ordem sacra, nem
podem ter fome e sede do evangelho, porque lhes falta a vida. E se o corpo é
o templo do Espírito (1 Co 6:19
...), aqueles não podem Lhe dar abrigo, pois só
carregam ossos; são mostruários de esqueletos ambulantes.
Interceda Senhor filho por aqueles que bradam em gritos de dor,
quem sabe, assim como Moisés (Ex 32:11; 16:22) e até
Josué (Js 7:7 ...), que conseguiram apagar a chama da ira do
nosso Pai, o Senhor também, com melhores
argumentos que os daqueles, comove-Lhe e assim leva-O a rever Seus
Projetos, Caminhos e Planos (Is 55:8 ..).
Senhor! Tenha piedade daqueles que falecem com duras punições, sem que
nenhum mal tenham feito. Torne-se presente na vida deles que já não têm
esperança nem voz para te suplicar.
Crês?
Com que cor um olhar pardo e sem amanhã tenta colorir sua vida? Que
perspectivas busca o olhar daquele que é ignorado pela indiferença dos que
passam ou estão ao seu redor? O que tenta enxergar na longitude do seu olhar
aquele que trava luta, porém a vida insiste em não lhe dar abrigo? Em que crer,
aquele que suplica e a vida como resposta alheia-se à sua dor? Que recompensa
receberá este que é coagido aos recantos opacos da vida e, para que assim seja,
é bloqueado pelos caminhos da destinação? Que quinhão lhe caberá na
distribuição escrita no livro da vida? Que espaço ocupa na escalada humana? A
quem atribuir a dívida pela qual está pagando? Que prêmio receberá pelo que
está dramatizando? O acolhimento do cego... “Não foi ele que pecou, nem seus
pais, mas ele é cego para que nele se manifestem as obras de Deus” (Jo 9:1-3)?
Ou o destino do gêmeo que foi colocado num ventre para cumprir a História
d’Aquele que disse: “... Em seu ventre há duas nações, dois povos se separam em
suas entranhas. Um povo vencerá o outro, e o mais velho servirá ao mais novo”?
(Gn 25: 23-26).
ÊXODO
E NÚMEROS
Dependendo da missão, nem sempre é
conveniente dizer: Seja feita a vossa vontade. Se há convicção no que vai fazer
ou falar, é vital se posicionar. Quando Deus não suportava a rebeldia de parte
do seu povo, e revelava sua ira, Moisés sempre questionava a forma de punir.
Não aceitava que nenhum justo sofresse como se fosse pecador. Sequer temia
parecer ousado; e com a força e a coragem do justo, ajudava a Deus refletir e
agir com a razão. E sem querer, fazia Deus ver nele sua imagem e semelhança.
Moisés se agigantava
perante Deus assim:
Ato 1: “Javé, por que a tua
ira se acende contra o teu povo, que tiraste do Egito com grande poder e mão
forte? Por que os egípcios haveriam de dizer: ‘Ele os tirou com má intenção,
para matá-los entre as montanhas e exterminá-los da face da terra’? ... Então
Javé, vendo a razão de Moisés, se arrependeu do castigo com o qual havia
ameaçado o seu povo. (Ex 32:11-14).
Ato 2: Moisés disse a Javé:
“Tu me disseste: ‘Faça este povo subir’. Mas não me indicaste ninguém para me
ajudar na missão. No entanto, dizes que me tratas com intimidade e que gozo do
teu favor. Agora, portanto, se gozo do teu favor, ensina-me o teu caminho, e
assim ficarei sabendo que gozo do teu favor. Além disso, leva em conta que esta
nação é o teu povo”. Javé disse: “Eu irei e pessoalmente darei descanso a
você”. Moisés replicou: “Se não vieres pessoalmente, não nos faças sair
daqui...” (Ex 33:12-16).
Ato 3: Javé disse a Moisés:
“Até quando esse povo vai me desprezar?... Vou feri-lo com peste e
deserdá-lo...” Moisés respondeu a Javé: “Os egípcios sabem que foste tu que
tiraste este povo do meio deles com grande poder... Se agora fazes este povo
perecer, como se fosse um só homem, as nações ouvirão a notícia e dirão: Javé
não conseguiu levar este povo à terra que havia prometido para eles; por isso o
matou no deserto’... E Javé, acordando para a razão de Moisés, disse: “Eu
perdoo o povo conforme você está pedindo...” (Nm 14:11-20).
Ato 4: ... Javé falou a
Moisés e a Aarão: “Afastem-se desse grupo, porque eu vou destruí-lo num
instante”. Moisés e Aarão suplicaram: “... foi só um que pecou, e tu vais
ficar irritado contra todos?” E Javé, sentindo que o ato era mesmo injusto,
falou a Moisés: “Diga às pessoas que se afastem das tendas de Coré, Datã e
Abirão...” (Nm 16:20-24).
Ato 5: ... Moisés ficou
desgostoso, e disse a Javé: “Por que tratas tão mal o teu servo? Por que gozo
tão pouco do teu favor, a ponto de me impores o peso de todo este povo? Por
acaso, fui eu que concebi ou dei à luz este povo, para que me digas: ‘Tome este
povo nos braços, da maneira que a ama carrega a criança no colo, e leva-o para
a terra que eu jurei dar aos pais deles’?... Se é assim que me pretendes
tratar, prefiro a morte! Concede-me esse favor, e eu não terei que passar por
essa desgraça! ” (Nm 11:11-15). E atendendo-lhe, Deus mandou-o escolher setenta
anciãos para dividir com Moisés o peso do fardo. E disfarçado de quem não ouve
conselhos, diz: Mas... “Terei piedade de quem eu quiser ter piedade e terei
compaixão de quem eu quiser ter compaixão”. (Ex 33:19).
Reaja! Não deixe que o medo te torne pequeno, nem te
afaste da graça de Deus.
Andaram escrevendo o que Deus não mandou
Escreveram que Deus andou
reclamando, através de Jeremias, dizendo: “... Visto que eu falava
sem parar e vocês não me davam atenção, chamava e vocês não me respondiam, vou
tratar este Templo, onde é invocado o meu nome, no qual vocês tanto confiam, e
também este lugar que dei a vocês e a seus antepassados, vou tratá-lo do mesmo
modo como tratei Silo. Vou expulsar vocês da minha presença, da mesma forma
como expulsei todos os seus irmãos e toda a descendência de Efraim. Quanto a
você (Jeremias), não reze por este povo, não faça preces nem súplicas em favor
deles. Não insista comigo, porque eu não vou atender. Você não está vendo o que
eles fazem nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém?...” (Jr
7:1-34).
Escreveram também que antes de falar pela boca de jeremias, Ele (Deus)
havia dito a Abraão: “... Saiba com certeza que seus descendentes
viverão como estrangeiros numa terra que não será a deles. Aí nessa terra eles
ficarão como escravos e serão oprimidos durante quatrocentos anos. Mas eu vou
julgar a nação à qual eles vão servir...” (Gn 15:12-16). E
isto sem ter havido ainda nenhuma desobediência, pois esses descendentes ainda
estavam por vir. E quando escrevem coisas que Ele não mandou, justificam assim:
“E quem vai entender os enigmas de Deus”?
Aos que vivem refletindo os escritos canonizados da Bíblia, essas
passagens retratam um duvidoso caráter de Deus em relação à Justiça; e isto sem
falar do Amor, porque não revelam atitudes de quem tem bom senso.
O que diriam os excluídos de todas as nações e, principalmente, os das
várias regiões da África, se ouvissem Deus se lamentando: “Visto que
eu falava sem parar e vocês não me davam atenção...”? No mínimo
eles diriam: “E o que diremos nós, Senhor, da Sua apatia aos nossos estrondos
em gritos de dores”?
Em relação ao que escreveram dizendo que Deus disse a Abraão sobre os
400 anos de cativeiro, é uma brincadeira de tão mau gosto, que faz de Deus um
dos mais comuns e perversos pecadores. Diz que Deus brinca com as dores
daqueles que Ele mesmo fez à Sua imagem e semelhança, como se simulasse um
filme de ficção. E como se não bastasse, ainda diz que vai sacrificar o povo, o
qual Ele usou para sacrificar o Seu povo escolhido. E como se Deus não fosse
Deus, que faz coisas sem pensar, ainda dizem que Ele disse: “...
Pois estou arrependido do mal que fiz a vocês...” (Jr 42:10).
Ainda em Jeremias, dizem que Deus mandou escrever: “...
Diga-lhes que informem a seus senhores: Eu criei a terra, os homens e todos os
animais sobre a face da terra, com minha grande força e braço estendido, e os
dou a quem eu quero. Pois bem! Entrego todos esses
territórios nas mãos do meu servo Nabucodonosor, rei da
Babilônia. Eu colocarei até as feras a serviço dele... Se uma nação e seu rei
não se submeterem a Nabucodonosor, rei da Babilônia, e não colocarem o pescoço
sob o jugo do rei da Babilônia, eu castigarei essa nação com espada, fome e
peste, até entregá-la em suas mãos...” (Jr 27:1-8). Porém, mais
adiante, no 51:20, dizem que Deus, feito um demente que havia esquecido que
tinha chamado de meu servo, manda Jeremias dizer: “Você,
Babilônia, foi o martelo, a minha arma de guerra: contigo martelei nações,
destruí reinos, martelei cavalos e cavaleiros, martelei carros e cocheiros,
martelei homens, mulheres, velhos, jovens, moças e moços, pastores e rebanhos,
lavradores e juntas de bois, governadores e prefeitos...”; e acrescenta:
“Nabucodonosor, rei da Babilônia, me devorou, rapou tudo, deixou-me como
prato limpo; como dragão ele me engoliu, ficou de barriga cheia e me
vomitou...” E como um injustiçado diz: “Mas eu devolverei à Babilônia e a todos
os Caldeus, bem diante dos olhos de vocês, todo o mal que eles fizeram a Sião” (Jr
51:34).
Assim, ou eles escreveram o que Deus não mandou, ou Deus não é Amor. Ou
querem que acreditemos que o cérebro de Deus é doente? Se assim fosse, o que
diferenciaria Deus de um Hitler e dos tantos ditadores atuais? Nos faria
pensar: que espécie de poderoso tem as nossas vidas nas mãos?
Quem se propõe plantar tem a obrigação de colher
Quem se propõe a semear, há
de se dispor a regar. Zelar pelas sementes que plantou, é compromisso diário
até a frutificação. Para colher não basta plantar, é preciso fertilizar na
medida da porção que busca obter.
Assim também deveria ser com sementes de vida... Exterminar várias
gerações pela tortura da fome, da injustiça e do descaso, já é pura insanidade
embebida de maldade no coração.
Não é com sanidade e bom senso que alguém cria uma infinidade de seres,
e sem que façam mal ou bem, destina-os à refutação, como
componentes de um número que, por satisfação egoísta, são
exibidos como exposição para justificar os Seus: “é
necessário” e os “ai daqueles” ( Mt 11:21;
18:6,7,8; 23:13,15,16,23,25,27,29; Lc 10: 13,15; 11:42-44,46,47). Brincar com a
dor alheia e destinar inocentes ao repúdio da Criação, causa
dor que não doe, apenas naquele que imagina a vida real ser ficção. O
sofrimento humano não deveria ser diversão. Mas pelo visto, o tão glorificado
AMOR, foi trocado por rabiscos escritos: “para se cumprir”; e confirmado assim: “E, então, como se cumpririam as escrituras, que dizem que isso deve acontecer?”. Mas com isso, quem é sangrado na carne e na alma,
são os que foram criados apenas para completar números, de planos e projetos de
alguém que, pode ser e ter tudo, menos bom senso e misericórdia de mostruários
ambulantes. E para piorar, os protagonistas disseram:
1 - “Peçam, e lhes será
dado.” E as vítimas se perguntam: Será dado o quê? O fardo do descaso e da
injustiça?
2 - “Procurem, e encontrarão.” E as vítimas se perguntam: Encontraremos o quê? Os recantos dos
imundos?
3 - “Batam, e abrirão a porta para vocês.” E os vitimados se perguntam: Que porta? A do porão
dos entulhos?
Acreditar em promessas está ficando quase impossível, e duvidoso: será
que andaram escrevendo o que não foi dito?
Sangue fraterno?
“Por três crimes e pelo quarto, eu não vou
perdoar: porque perseguiram seus irmãos com a espada, sem ouvir a voz do sangue
fraterno”, ( Amós, 1:11) Como,
alguém com a mente sã e coração dito símbolo do amor, a partir do nada, da não
existência, sai criando seres e os predestinando ao sacrifício e ao fio da
espada, no seu jogo de vontades, opondo e confrontando os chamados por Si mesmo
de “não meu povo e os chamados de Seus?”
Como, quem diz: “Eu sou o caminho, a
verdade, a ressurreição e a vida” ( Jo 11:25; 14:6 ), é capaz de, quando nenhum
ser da espécie humana existia, planejar e determinar à Sua direita: Abel, Sem,
Isaac, Jacó, Efraim, ... e à Sua esquerda: Caim, cam, Ismael, Esaú, Manassés,
... e projetá-los às guerras “santas” e exterminar os ditos não escritos no seu
“Livro da vida”, como se estes tivessem absorvido a maldade por conta própria?
Como um coração que só tem amor é
capaz de erguer um tirano e dizer: “Já que vocês não ouviram as minhas
palavras, eu mandarei chamar todas as tribos do Norte e também o meu servo
Nabucodonosor, ... vou condenar todos ao extermínio, ...” ( como se o próprio
não houvesse dito a Isaías no 6:8: “Vá, e diga a esse povo: escutem com os
ouvidos, mas não entendam; olhem, mas não ... torne insensível o coração desse
povo ...”)? E depois quer confundir: “ ... Você, Babilônia, foi o martelo,
minha arma de guerra; contigo martelei Nações, homens e mulheres, velhos e
jovens, ... mas eu devolverei a você e aos Caldeus, todo o mal que vocês
fizeram a Sião. ... Nabucodonosor me devorou;
( Jr 25:9; 27:6; 28:11 ...; 51:20-24,34 ...).
Como um coração que só tem amor ergue um guerreiro e ordena-o que avance: “sem
piedade”, e passe ao fio da espada até os recém-nascidos? (Is 13:16, 18; Ez 9:5,
6; 21:8, 9, 22).
Como um coração cheio de amor planeja
Suas guerras “santas” e ordena rasgar os ventres das grávidas ao fio da espada
(2Rs 8:12; 15:16; Oséias 14:1,) e depois condena alguém por ter cometido os
mesmos crimes?
Como um coração que só tem amor pode
ordenar: “Devore todos os povos que seu Deus entregar a você. Não os trate com
piedade, ...” Como se as vítimas tivessem o poder de criar suas próprias
vontades? (Dt 7:16; 1 Sm 15:1-3,8; 22:19 ...).
Como um coração que só tem amor é capaz
de ordenar: “Quem for encontrado, será transpassado; quem for alcançado,
morrerá ao fio da espada. Suas crianças
serão despedaçadas diante de seus olhos; suas casas serão saqueadas e
suas mulheres serão violentadas. ... Pois a minha espada ficou embriagada no
céu”? (Is 13:15 – 18; 34:2,5;); e ainda dizer: “Veja! Fui eu quem criou o
ferreiro que sopra as brasas no fogo e produz ferramentas de trabalho. Mas
também fui eu quem criou o exterminador para arrasar. ...” (Is 54:16; Jr 20:4);
fazendo até o profeta desejar não ter nascido (Jr 20:14-18). E declara sem
nenhum sentimento de compaixão: “Eu formo a luz e crio as trevas; sou o autor
da paz e crio a desgraça (Is 45:7). ... Exterminar todos pela espada (Js 6:21;
8:24; 10:1-39; 11:11-14,16,17; 19:47; Jz 1:8,25; 4:6-16; e Deus marcha na
frente, 18:27,28; 1Sm 15:3-8; sem piedade até com as crianças; Jr 21:5 ... Eu
mesmo vou guerrear contra vocês com mão forte e braço estendido, ez 26:6,11;
28:7,8,23; 30:1-26; e o país ficará coalhado de mortos; 32:11 ...)
Quem com um coração cheio de amor diria:
“... Vou tirar da bainha a minha espada para matar tanto o justo como o injusto
...” ? (Ez 21:8,9). Que mal o justo fez, além de obedecer seus mandamentos?
O que faz germinar num coração cheio
de amor, a capacidade de dizer e fazer: “Eu fiz você (o Faraó) nascer
precisamente para mostrar em você o meu poder”? (Rm 9:15-17); e aos filhos de
Rebeca, quando ainda não tinham feito nada de bem ou de mal foi dito: “Em seu
ventre há duas nações, dois povos se separam em suas entranhas. Um povo vencerá
o outro, e o mais velho servirá ao mais novo”. (Gn 25:23; Rm 9:13; Ml 1:2,3).
Quem, com um coração paterno diria aos
seus: “... seus cadáveres cairão neste deserto ...”, (Nm 14:29)? Ou: “... seus
cadáveres estão pelas ruas como lixo ...”, (Is 5:25 ...)?
Como, alguém que só tem amor no
coração, após expandir estas duas Nações criadas pela sua própria vontade,
promove a perversidade, como se não fosse Ele o Autor dos Planos e Projetos,
aos quais vitimou os que criou e os chamou de “não seus”, e aos brados ordena:
“Matem, sacrifiquem, despedacem sem piedade ... (Nm11:33,34; 16:21-35; 17:6-15;
21:6; 25:5 ... ; 31:17; Dt 2:34; 7:2,16; 19:21; 20:16-18; Js 11:20; 1 Sm
15:2,3; Is 13:15,16; Ez 5:11; 9:5,6; 21:8,9; ... ), e assim é todo desfolhar do
velho testamento, horrorizando e persuadindo as gerações futuras aceitarem ser
frutos da desobediência. E mostrando a quem Ele de fato ama e é fiel, diz: “E,
então, como se cumpririam as escrituras, que dizem que isso deve acontecer?” (Mt
26:54).
Não argumentem a falta de obediência,
pois o que foi dito e feito com os filhos de Rebeca, com o Faraó e com os reis:
“De fato, Deus tinha endurecido o coração desses reis, para guerrearem com
Israel, a fim de que fossem exterminados sem piedade e completamente
destruídos, como Deus tinha ordenado a Moisés”, não deixa muito espaço para
justificativas (Js 11:20).
O verdadeiro Amor teria mandado
circuncidar o coração (Jr 4:4) e dar um Espírito novo a cada um; (Ez 11:19,20;
36:26,27); jamais optaria por sacrifícios macabros justificados por “Planos,
projetos, Caminhos Is 55:8) e Números” (Ap 6:11), imaginados por uma Mente
capaz de impor coisas como: “... Comerão a carne dos próprios filhos (Lv 26:29;
Dt 28:53; 2 Rs 6:28,29)
Você trataria os seus filhos como Ele
trata os Seus?