domingo, 16 de fevereiro de 2020

Reflexão Religiosa

                        Nossos ecos            

Oh Senhor! Não deixe os gritos de dores ecoarem aos ventos. Queira socorrer ao menos os que em Ti creem. Queira ter piedade dos que acreditam que o sacrifício na cruz foi por amor ao rebanho. Não deixe que o ato da cruciação tenha sido em vão. Se no julgamento também contam as boas ações, não nos deixe perder o vínculo da fé, pois sem ela perdemos o sentido de ser cristão. Se a definição do amor está no cálice do cordeiro, faça-se presente na vida daqueles que ainda acreditam na promessa que diz: “Peçam e será dado; batam e a porta será aberta; quando dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, estarei entre eles”. Pois hoje Senhor, os aflitos não só pedem, imploram; não só batem, estrondam gritos de dores; não só dois estão reunidos em Teu nome, são milhares que clamam...
       Peço-te: volte a face e o olhar aos que perecem aos recantos, como entulhos de lixo humano! Pois o trajeto do Teu caminho é árduo, obscuro e contém obstáculos além da capacidade que deste aos bons homens. E já que és quem faz a hora e, o que queres, acontecer, que seja agora o
ato da misericórdia. 

               
                          Recebe-se cura pela fé?

    Ponto 1 – Em João (9:1-4): “Ao passar, Jesus viu um cego de nascença. Os discípulos perguntaram: “Mestre, quem foi que pecou, para que ele nascesse cego? Foi ele ou seus pais?” Jesus respondeu: “Não foi ele que pecou nem seus pais, mas ele é cego PARA QUE NELE SE MANIFESTE as obras de Deus...” “...Numerosas multidões seguiram Jesus, e Ele curou a todos...”
(Mateus 12:15-17).
Ponto 2 – Em Mateus (8:5-13 e Lucas 7:1-10): Um oficial romano suplicou: “Senhor, meu empregado está em casa, de cama, sofrendo muito com uma paralisia”. Jesus respondeu: “Eu vou curá-lo.” O oficial disse: “Senhor, eu não sou digno que entres em minha casa. Dize uma palavra e meu empregado ficará curado. Pois eu também obedeço ordens e tenho soldados sob minhas ordens. E digo a um: Vá, e ele vai; e a outro: venha, e ele vem; e digo ao meu empregado: faça isso, e ele faz.” Quando ouviu isso Jesus ficou admirado, e disse aos que o seguiam: “Eu garanto a vocês: nunca encontrei uma fé igual a essa em ninguém de Israel! ... Então Jesus disse ao oficial: “Vá, e seja feito conforme você acreditou.”
Se recebe cura pela fé? Pode ser que sim e pode ser que não. Nem sempre a fé remove montanhas. E nem sempre a fé é garantia de que seremos agraciados por Deus em nossas orações. E quando isso acontecer, não duvide da sua fé nem do amor de Deus. Pois muito do que Cristo fez foi para se cumprir o que havia sido anunciado pelos profetas. E ainda hoje continua valendo o que foi dito em   Êxodo (33:19): “... Terei piedade de quem eu quiser ter piedade, e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão”. E Paulo, lá em Romanos (9:10-19), e mais precisamente no 9:16, reforça o que Deus pronunciou: “... Portanto, a escolha não depende da vontade ou do esforço do homem, mas da misericórdia de Deus...”
O que cabe a cada um que crer, e tem Deus como único criador e Dono da vida, é observar as vontades d’Ele e pedir-Lhe que lhe conceda a Sua Graça.
Uns receberam a cura simplesmente para que as profecias ditas pelos profetas fossem cumpridas, e outros foram curados para que fosse mostrado o poder de Deus.

Se você vir alguém ser agraciado com dádivas que você também pediu e não alcançou, não se julgue menos merecedor; avalie se anda sendo infiel aos preceitos de Deus, e continue sendo justo e misericordioso com os irmãos; pois quem, aos nossos olhos não merece, e mesmo assim recebe a graça, pode está incluído entre um daqueles que em Romanos 4:7, 8 diz: “Felizes aqueles cujas ofensas foram perdoadas e cujos pecados foram cobertos. Feliz o homem a quem o Senhor não leva em conta o pecado”(Salmo 32:1,2).



     Crer ou não crer?              

       Como nas teorias de vida, também na religião, corremos o risco de ficar “... pra cá e pra lá por qualquer vento de doutrina” (Efésios 4:14), quando nos envolvemos em alguns “ensinamentos”, e esquecemos de voltar aos pontos que dão origens às vontades d’Aquele que criou a vida. Quando se sentir confuso em meio a tantos “mestres” dizendo serem iluminados pelo Espírito de Deus e, atribuindo tudo que não nos parece bom, ao diabo, volte aos pontos de origens. Comece refletindo:
- Se a base e estrutura de uma família é o amor e o acolhimento, por que Abraão enxota seu filho Ismael com Agar, e os seis filhos seus com Cetura (Quetura) para que só Isaac fosse seu herdeiro? (Gn 16:11-16; 17:18 e 19; 25:17; 21:11-14; 25:1-6).
- Se o tempero da paz é o amor à vida, por que o próprio Criador cria em um só ventre, duas nações e determina que uma irá ser contra a outra? (Gn 25:19-26; Rm 9:11-17).
- Por que determinar filhos à escravidão sem que ainda tivessem cometido nenhum mal? (Gn 15:13).
- Por que endurecer tantas vezes o coração do Faraó após ele concordar com as propostas de Moisés (Ex 4:21...)?
        São apenas alguns pontos, mas há outros tantos, principalmente os para se cumprir: Mt 1:22,23; 2:5,14,15,17,18,23; 3:12,15; 8:16,17; 11:10,21; 12:17,18; 13:13-15,34,35; 18:6-8; 21:3-5; 23:13-29; 26:24,31,53-56; 27:8,9,37,38. Em Lc 3:4; 4:18,21; 10:13,15; 11:42-44,46,47; 21:20-24; 22:35-38; 24:40-47.  Em Jo 2:14-17; 12:37-40; 13:2,18; 15:24,25; 16:12; 18:31,32; 19:36,37.
        Tentar entender o homem a partir do próprio homem não é muito racional; mas, ao tentar entender como o cérebro humano tende seguir rumos de terceiros que se dizem enviados para conduzi-los, é aconselhável buscar entender quais são as vontades de quem os criou. E entender as vontades d’Ele é matutar sobre os pontos chave da sua História.
        Cristo nasceu desabrigado, filho de carpinteiro, não frequentou escolas, morreu crucificado entre dois ladrões e hoje Ele é o nosso Salvador e Rei do mundo. E não poderia ser em época nem lugar diferentes; foi assim porque Deus havia escrito. Também devemos entender que por mais insignificante que pareça ser a nossa missão, ela tem um valor específico para Deus; pois as cenas históricas não precisam só de protagonistas, mas de um grande número de anônimos e figurantes, uns representando o bem, e outros, o mal.     Aparentemente o cego não tinha nenhum papel a cumprir, mas veio para encenar o que havia prescrito (Jo 9:1-13): ... “Mestre, quem foi que pecou, para que ele nascesse assim”? E Cristo responde: “Nem ele nem seus pais, mas ele é cego para que nele se manifestem as obras de Deus, ...”
        As cenas para as quais o Filho madrugava e se isolava para recebê-las até a crucificação, mostram a vontade do Pai (Mt 26:53,54). Foi Ele, o Pai, que determinou o ano, o dia e a hora para a crucificação do Filho, providenciando as personagens como: governadores, anciãos, doutores da Lei, chicoteadores, Barrabás, os dois ladrões e os figurantes defensores e acusadores pronunciando: herege! Herege!
         É aconselhável a você que tem sede de nutrição espiritual, buscar entender que é capaz de compreender as vontades de Deus e merecedor da sua graça. Não passe para outros a responsabilidade de te conduzir, correndo o risco de ter como seu guia, alguém que Deus já pode ter tirado dele sua graça. Quando eles dizem que você, por si só, não é capaz de entender os ensinamentos da escritura, em parte estão certos, pois te indicam ler, edições arcaicas que não te permitem uma leitura corrente.
          Estamos rodeados de “guias” e “instrutores”, tentado nos fazer crer que são dotados da graça divina; na verdade, o que eles mais temem é que deixemos de ser escravos das igrejas e nos libertemos para Cristo; pois o que eles mais amam, é encher os cofres e as contas com o que sugam dos inocentes.  


  O que salva?


       “Sabemos que a Lei é boa, contanto que a tomemos como uma lei. Ela não é destinada ao justo, mas aos iníquos e rebeldes, ímpios e pecadores...” (1 Timóteo 1:8-11).
Nenhum pai sente prazer e orgulho nas atitudes dos filhos quando estes só lhe obedecem por imposição de normas que lhes trazem sérias punições; porque o pai sabe que no momento em que for retirada a obrigação de obedecer, eles passam a praticar coisas más e vergonhosas.
Cristo só não aboliu a Lei por causa da maldade dos injustos; pois assim eles voltariam às práticas dos sodomitas; Ele apenas fez entender aos seus: “A Lei e os Profetas chegaram até João; daí para a frente o Reino de Deus é anunciado (Lucas 16:16).
A Lei serve apenas para reprimir os que são impulsionados a realizarem os seus próprios desejos. Não conduz nenhum injusto a ser justo; apenas impõe parâmetros às práticas dos que são obstinados a agir com má fé.
Se a imposição da lei, fosse capaz de arrancar do homem o seu coração de pedra e, dar-lhe um coração de carne e um espírito novo, Cristo não teria vindo a nós, nem por nós teria ido à cruz.  Quando Cristo diz que: “... todos os Profetas e a Lei profetizaram até João” (Mateus 11:13), Ele está tentando dizer que, a partir do seu batismo, Ele está tomando para si, todo o peso do fardo imposto por ela, para assim, nos condicionar ao perdão.
Quando Cristo diz: “Se vocês tivessem compreendido o que significa: ‘Quero misericórdia e não o sacrifício’, vocês não teriam condenado estes homens que não estão em falta...” (Mateus 12:7,8), Ele está dizendo aos que se acham ser a cúpula do conhecimento, que o Ouro de Deus, tem o preço de tornar leve a carga a que o irmão está sendo submetido, e aliviar a dor que ele está sentindo.
Pela Promessa Cristo compra, a preço de sangue, a bênção a todas as nações. E é a preço de sangue, que Ele rasga o véu para que o Santíssimo seja revelado (Mateus 27:50-52). E neste instante, Cristo dá cabo aos sacrifícios e credencia as nações a resgatarem a Vida. A partir daí, não faz mais sentido ditar regras para o homem justo, pois este já é conduzido pelos impulsos do coração. E quanto ao injusto, a Lei permanece, mas apenas para mostrar-lhe o acúmulo de coisas más, que um coração encascado pode juntar, para afastá-lo dos caminhos de Cristo.
Não é a Fé nem a Lei que torna o homem justo. A justiça nasce da misericórdia e é apenas uma das forças que movem um coração generoso. E um coração movido à misericórdia, não é adquirido por temor, nem por evangelização, nem por imposição de qualquer outro meio possível; a não ser pela ação da transformação implantada por Deus, assim como Ele agiu para fazer de Paulo um homem novo.
Quem nasce com um coração compassivo, que só acontece pela graça do Pai, não precisa de Lei e fé para praticar a misericórdia e a justiça, pois este dom, é dado apenas àqueles que caem na graça de Deus.

            
        Eu te peço

    Ó Deus, já que fizeste o homem como sal da terra e tempero da tua satisfação, e és capaz de perdoar até mesmo os pecados “vermelhos como púrpura”, deixando-os “brancos como a neve”, não “desvie de nós o teu olhar” (Is 1:15) diante das nossas súplicas. Não nos deixe perder o encanto que temos por tuas palavras e a crença na promessa do Filho: “Peçam, e lhes será dado! Procurem, e encontrarão! Batam, e abrirão a porta para vocês! ...” (Mt 7:7-11).
     Deus, já que plantou no homem a carência da proteção, nos faça perceber o sondar da compaixão, antes de chegarmos à demência de nos apegar, por desespero, à aparente proteção mais próxima; se  trouxeste a “espada” da separação, una agora os três e os dois (Lc 12:52,53) pelo espírito novo (Ez 11:19,20; 36:26,27). Adote-nos como ovelhas incluídas no seu rebanho e nos dê a persistência obstinada da mulher que insistiu: “Sim, Senhor, é verdade; mas também os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa de seus donos” (Mt 15:26,27). Reveja, Ó Deus, os teus projetos e a fidelidade ao cumprimento das profecias e veja as aflições das mães que, como Raquel, gritam com a dor de seus filhos (Mt 2:18). Ouça-as, para que não se desesperem, achando que suas vozes também clamam no deserto. Reveja os “ai daqueles” e os “é necessário”. Mostre-nos que estás presente, para que, quando o teu Filho voltar ainda nos encontre na fé.

      Senhor Deus, nos ache e nos comova hoje, como Cristo achou e comoveu Zaqueu (Lc 19:5). Livre-nos da maldição da Lei, já que por esta foi acusado Jesus (Mt 9:3; 26:64,65; Mc 2:7; Jo 10:33; 19:7), levado à crucificação, e Estêvão (At 6:11) ao apedrejamento e à morte. Tenha de nós misericórdia, pois por esta Jesus salvou do apedrejamento a mulher adúltera (Jo 8:4,5,7,10,11), surpreendendo os de pedras nas mãos. 
     Ó Deus, mesmo que não sejamos “ovelhas deste curral”, faça-nos do outro, que o teu Filho “deve conduzir” (Jo 10:16), e estimule-nos a multiplicar os teus talentos, para engrandecer a tua glória.
    
 Senhor do tempo infinito, amoleça a parte “endurecida de Israel”, para que venha logo a “plenitude das nações” (Rm 11:25); substitua “o coração de pedra por um coração de carne e um espírito novo (Ez 36:26,27)”; alivie o peso do peito desse povo sofrido e leve-o ao rumo da esperança.
     Ó Deus, que crucificaste o Filho para nos livrar da “maldição da Lei” e da “suspensão no madeiro” (Gl 3:13), leve-nos à fé; livre-nos da “apostasia” (2Ts2:3) e do “poder da sedução” (2Ts 2:11); não “desvie o olhar e os ouvidos” da clamação daqueles que sofrem e suplicam por tua compaixão. Mande-nos, pelo Espírito Santo, ao teu Filho (Jo 6:37), para que um dia Ele não venha dizer: “... o pai de vocês é o diabo” (Jo 8:42-44).
      E tu, ó senhor Filho, ame-nos como amaste Lázaro e olhe-nos com a comoção que olhaste a mulher adúltera, e nos livre dos apedrejamentos da vida. 



    Conversão
       Paulo se converteu pela Palavra?
Só quem recebe a destinação de enxergar o outro com o olhar de justiça e acolhimento, é que renasce pela comoção da palavra. A prova está bem caracterizada na parábola das sementes: tem que cair em terra boa. Quer dizer, antes da semeia, a terra tem que estar fertilizada. 
       Há pessoas que já nascem com o dom de olhar e enxergar, de ouvir e entender; outras não. E isto não depende da vontade humana.
       Nenhum dos corações endurecidos absorveu a incisão da Palavra. Nem anciãos, nem cardeais, nem doutores da Lei. Todos entendidos na Palavra, mas ninguém circuncidado no coração. (Dt 10:16; 30:6; Jr 4:4; Ez 44:7,9; Rm 2:28,29...)
       Aquilo que era para penetrar na mente humana, não passou de semente jogada sobre pedra; só germinou numa pequena porção.
É em vão “chamar os pecadores” (Lc 5:32) sem incidir nele o milagre da compreensão.
Pouco vale sacrificar a “vida” pela Vida, quando se acha que “dividindo cinco em três contra dois” (Lc 12:52) é a solução.
“Trazer a espada” (Mt 10:34) para aqueles ainda esfarrapados na fé e no entendimento, é “enviá-los aos lobos” (Lc 10:3); é induzir as ovelhas ao um caminho sem

reparação. Pois “vida” por Vidas, sim; mas “vida” por sacrifícios sem Vida, não. Se a crucificação veio para vencer a morte e abraçar a Vida, não caberia dizer: “Não deem aos cães o que é santo, nem atirem pérolas aos porcos; eles poderiam pisá-las com os pés e, virando-se, despedaçar vocês” (Mt 7:6). Se o sacrifício na cruz foi apenas para trazer de volta as ovelhas perdidas, a palavra conversão fica sem sentido. Ovelhas perdidas já são convertidas; para chamá-las basta a comoção da Palavra. Se o próprio crucificado diz: “... Todos aqueles que o Pai me dá, virão a mim ...” (Jo 6:37) e reforça dizendo: “Ninguém pode vir a mim, se isso não lhe é concedido pelo Pai” (Jo 6:65). Isto está nos dizendo que apenas palavras não convertem ninguém, se antes não houver a renovação pelo espírito novo. A conversão só será possível se Ele (Deus) retirar o que disse a Isaías 6:9 e10: “Vá, e diga a esse povo: escutem com os ouvidos, mas não entendam; olhem com os olhos, mas não compreendam! Torne insensível o coração desse povo, ensurdeça os seus ouvidos, cegue seus olhos, para que ele não veja com os olhos nem ouça com os ouvidos, nem compreenda com o seu coração, nem se converta, de modo que eu não o perdoe”, o que é confirmado em Js 11:20.
       Iniciar-se no amadurecimento para os caminhos de Deus, é entender que Ele não estar tão interessado no que você faz movido pela razão, mas sim no que você faz movido pela força do coração. Devemos entender que conversão é transformação espiritual, pela vontade de Deus; a nós, resta buscar a graça do Filho e d’Ele, sem a preocupação de saber se estamos ou não entre o povo relatado em Isaías.




Se ainda crês, creia!

Eu sei que os passos do tempo nos levam a veredas indesejáveis, e que nos caminhos a andar, há entremeios que fazem despejar a alma e secar o coração; mas, se és daqueles que ainda creem, busque a relíquia dita pelo Pai que, apesar de se lamentar, acolhe: “Eu criei e eduquei filhos, mas eles se revoltaram contra mim; o boi conhece o seu proprietário, e o burro a coxeia do seu dono, mas Israel não conhece nada, ... Que me interessa a quantidade de seus sacrifícios? Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de novilhos... Parem de trazer ofertas inúteis. O incenso é coisa nojenta para mim; luas novas, sábados, assembleias... não suporto injustiça junto com solenidade... para mim se tornaram um peso que eu não suporto mais. Quando vocês erguem para mim as mãos, eu desvio o meu olhar; ainda que multipliquem as orações, eu não escutarei...” (Is 1:1-15). E diz também a Jeremias (Jr 7:3-11; 7:16,17): “Quanto a você, não reze por este povo, não faça preces nem súplicas em favor deles. Não insista comigo, porque eu não vou atender...” Ainda assim, é capaz de dizer: “Darei a eles um coração íntegro, e colocarei no íntimo deles um espírito novo. Tirarei do peito deles o coração de pedra e lhes darei um coração de carne” (Jr 24:7; 32:39-41; Ez 11:19,20). E disse mais: “Ainda que teus pecados sejam vermelhos como púrpura, ficarão brancos como neve; ainda que sejam vermelhos como escarlate, ficarão como a lã. Se vocês estiverem dispostos a obedecer, comerão o fruto da terra; ...” (Is 1:16-20).
Se ainda crês, tenha a obstinação da Cananéia, à qual, pelo tamanho da sua fé, o Filho disse: “Não está certo tirar o pão dos filhos, e jogá-lo aos cachorrinhos.” E ela, movida por sua crença diz: “Sim, senhor, é verdade; mas também os cachorrinhos comem as migalhas que caem das mesas de seus donos” (Mt 15:21-28). Pois foi por crenças remanescentes assim que o Pai chegou a dizer: “Chega! Agora retire a mão”. (2 Sm 24:16); e se comoveu: “Por um instante eu abandonei você, mas com imensa compaixão torno a reuni-la.” “Num ímpeto de ira, por um instante escondi de você o meu rosto; agora, com amor eterno, volto a me compadecer de você”. (Is 54:7...; Jr 42:7-11).
Na retirada do seu povo, do Egito até a terra prometida, quando este povo se revoltava e murmurava contra Ele, pelo sacrifício da travessia, sua ira se inflamava e queria eliminar a todos, mas, pela interferência de Moisés, Ele se acalmava e poupava os que mantinham a fé e a paciência, porém, não perdoava os que achavam que a penúria não valeria a pena. E por maus comportamentos, os fez caminhar errantes por quarenta anos, até que seus corpos se desfizessem no deserto (Nm 14:26-35). Portanto, não deixe que os sacrifícios e a impaciência acabem te afastando da nova Vida que Ele nos prometeu.  se por alguma razão se achar ovelha fora do rebanho, creia ainda mais. E se mesmo assim, o desânimo insistir em te abater, não aja como os que abandonaram Jesus, por achar que suas palavras eram muito duras; reaja como Pedro, quando Cristo perguntou: “Vocês também querem ir embora?” Pedro respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida...” (Jo 6:68).    


     Manipulação da fé

       Diante das crescentes dificuldades de sobrevivência, é surpreendente vê a pluralidade de novas religiões e a facilidade com que elas atraem multidões em busca do sobressalto. A cada dia usam novas linguagens e uma delas é: “Deus move o céu inteiro naquilo que o ser humano é incapaz de fazer, mas não move uma palha naquilo que a capacidade humana pode fazer”. Isto é apenas um dos vários jeitos novos de enganar os menos observadores, aqueles que, apressados pela vida, olham, mas não conseguem enxergar os milhões de irmãos, encharcados pela soberba dos altivos, quase já por uma eternidade. Olham, mas não conseguem entender o que é apenas determinação; pois, nos extensos fatos históricos, marcados para “se cumprir”, as ovelhas vagam como palhas ao vento.

Os que veem e não enxergam, não entendem e, assim, os tangedores de comboios vão aperfeiçoando a linguagem para atraí-los de acordo com o que cada rebanho busca.
É importante crê? É. Não quando se crê inocentemente, pois deve-se crê compreendendo e aceitando a dureza com que Ele disse: “Terei piedade de quem eu quiser ter piedade, e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão” (Ex 33:19, 2ª parte); também disse a Moisés: “Farei misericórdia a quem eu fizer misericórdia, e terei piedade de quem eu tiver piedade” (Rm 9:15). E ainda o que diz Paulo: “Portanto, a escolha não depende da vontade ou do esforço do homem, mas da misericórdia de Deus” (Rm 9:16).
       Vale a pena perder a inocência? Sim, também tem seus sabores, perde a energia das ilusões mas ganha a força do coração, onde o que passa a mover montanhas é a consciência de que só “amando uns aos outros” é que faz nascer a magia de dar as mãos e entender que o homem deve ser bondoso, justo e humano.    



       Vendo com outros olhos

Deus criou, condicionou, e anunciou adventos com repetidas semelhanças, e determinou que tudo fica à mercê de suas vontades.
       Dentre os adventos relacionados ao Filho, Deus prenunciou o seu Cálice: Jesus diz aos discípulos: “Esta noite vocês todos vão ficar desorientados por minha causa, porque a Escritura diz: ‘Ferirei o Pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão’. Mas depois de ressuscitar, eu irei à frente de vocês para a Galileia” (Mateus 26:31,32).
Em João 19:28-37, diz: “... Então os Judeus pediram que Pilatos mandasse quebrar as pernas dos crucificados e os tirassem da cruz. Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro, que estavam crucificados com Jesus. E se aproximaram de Jesus. Vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas, mas um soldado lhe atravessou o lado com uma lança, e imediatamente sai sangue e água.” Tudo para se cumprir as escrituras.
Se não tivesse sido relatado na Bíblia que foi Deus que mandou Abraão oferecer, no monte de Moriá, o seu filho Isaac como holocausto (Gênesis 22:1-24), querendo mostrar quanta fé n’Ele seu servo tinha, este fato teria sido atribuído às traquinagens do diabo. Ora! Quando Deus quer que aconteça o que Ele determinou, Ele simplesmente ordena que se realize sua vontade.
Para não perder tempo com discussão boba, é necessário entender o que é pura maldade do homem e o que é pura vontade de Deus. Vejamos algumas passagens que se não estivessem nas Escrituras não diríamos ser feitos de Deus:
P.1 – As mulheres dançavam e cantavam em coro: “Saul matou mil, mas Davi matou dez mil” ... E desse dia em diante, Saul olhava Davi com inveja. No dia seguinte, um espírito mau provindo
de Deus (1 Samuel 18:10) tomou conta de Saul, que começou a delirar dentro de casa. Como de costume, Davi estava tocando harpa e Saul tinha a lança na mão. Saul atirou a lança dizendo: “Vou cravar Davi na parede.” Davi, porém, conseguiu escapar duas vezes.
P.2 – Abimelec governou Israel durante 3 anos. Depois disso, Deus enviou um espírito mau entre Abimelec e os senhores de Siquém, e estes traíram Abimelec (Juízes 9:22,23).
       É hora de ter urgência em se dedicar sobre os Escritos de Deus, e deixar de se preocupar em saber se a prática é de Deus ou do diabo.
O que nos parece ser mal, nem sempre vem do mal. Muitas vezes, o que aos nossos olhos, estão fazendo o mal, estão apenas cumprindo o que estar escrito (João 13:18): “... Eu conheço aqueles que escolhi, mas é preciso que se cumpra o que está escrito: ‘Aquele que come pão comigo, é o primeiro a me trair!’... E quando alguém se impõe contra a prisão de Cristo, Ele diz: “... Ou você pensa que eu não poderia pedir socorro ao meu Pai? Ele me mandaria logo mais de doze legiões de anjos. E, então, como se cumpririam as Escrituras, que dizem que isso deve acontecer?” (Mateus 26:51-54). E mais, quando Judas saiu, Jesus disse: “Agora o Filho do Homem foi glorificado, e também Deus foi glorificado nele. Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo...” (João 13:31,32).
Se por um acaso, venha descobrir que está fazendo algo que não é bom aos olhos de Deus, não atribua isso ao traquino; assim, você está perdendo grande oportunidade de se conciliar com o Pai e com o Filho.


Aqui estou! (Hb 2:13)    
      
       Quantas vezes minha dor é exposta aos tolos, em gritos e lágrimas, e nem sequer ecoam nos ouvidos deles. Os gritos são para todos, mas pelo visto, vão-se com os ventos, como palavras soltas.
Querem iludir àquele que sabe que a fé não se justifica sem as obras. Tiago diz: “Falem e ajam como pessoas que vão ser julgadas pela lei da liberdade, porque o julgamento será sem misericórdia para quem não tiver agido com misericórdia... Sem as obras, a fé está completamente morta... Mostre-me a sua fé sem as obras, e eu, com as minhas obras, lhe mostrarei a minha fé. Você acredita que existe um só Deus? Muito bem! Só que os demônios também acreditam, e tremem!...” (Tiago 2:12-23).
Uma certa vez Jesus disse: “Nem todo aquele que diz: ‘Senhor, Senhor,’ entrará no reino do céu. Só entrará aquele que põe em prática a vontade de meu Pai.” “Naquele dia muitos me dirão: ‘Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos e fizemos milagres’? Então, eu vou declarar a eles: jamais conheci vocês. Afastem-se de mim, malfeitores!” (Mt 7:21-23).
O próprio Criador muitas vezes não suporta a dureza de coração com que agem suas criaturas: “Que me interessa a quantidade de seus sacrifícios? Estou farto da hipocrisia e da injustiça de vocês... parem de trazer ofertas inúteis. O incenso é coisa nojenta para mim; luas novas, sábados, assembleias... não

suporto injustiça junto com solenidade... Para mim se tornaram um peso que não suporto mais. Quando vocês erguem para mim as mãos, eu desvio o meu olhar; ainda que multipliquem as orações, eu não escutarei. As mãos de vocês estão cheias de sangue” (Isaías 1:11-20).
Os gritos do Criador continuam ecoando aos brados, e jogando ao nosso alcance, o fruto da nossa sensibilidade encascada, pelo apego às satisfações momentâneas, que ressecam a essência humana e abstraem o vínculo, que conduz a seiva à razão de ser imagem e semelhança de quem nos criou.
Nos nossos dias, com um clique e uma tela, podemos ter estampados aos olhos, o que já não nos comove, e aos ouvidos, o apelo para concretizarmos a 2ª parte do 2º mandamento, que segundo o Filho, é maior que todos os sacrifícios, e segundo Paulo, é  maior que a fé que move montanhas.
Pare e tente enxergar com os olhos do coração, pois o amanhã acontece simplesmente, num fechar e abrir de olhos. E creia que Deus está: no sorriso apagado, no olhar sem amanhã, na fome por justiça, na sede de inclusão, nas lágrimas dos excluídos, e também, na misericórdia da partilha do pão... até no espinho da flor, quando lhe fere a mão. E no apelo: não honrem a Deus apenas com os lábios, enquanto anda longe o coração (Mt15:8).                                                                                                                        

Senhor dos meus dias


Senhor! Criador e dono da vida, que me deu o sopro e o retira quando terminar meus dias;
Que direciona estradas e veredas por onde devo trilhar;
Que determina os altos e baixos da caminhada até o ponto aonde devo chegar;
Que na dor diz que me sonda, e me   estende a mão para a travessia dos dias árduos;
Que faz o arrogante sentir-se dono do mundo, e o humilde sentir a carência da proteção;
Que na desobediência do seu povo o entrega a tiranos, mas também os extermina para proteger seus escolhidos;
Que fez o filho da promessa (Isaque) gerar num ventre santo (de Rebeca) dois gêmeos e determinou que um seria para a
bênção (Jacó) e o outro para ser excluído (Esaú);
Que fez um cuidador de ovelhas (Davi) sentar no mais alto dos tronos e ao mesmo tempo, fraquejar pelo instinto da carne;
Que colocou no Jardim a serpente e a maçã, e reuniu na mulher, a perfeição da beleza em forma de corpo e a magia da sedução, capaz de desmoronar o mais forte dos homens (Sansão), e bagunçar a cabeça do mais sábio deles (Salomão);
Que pela graça, renova um dos corações mais endurecidos (Paulo), e faz brotar nele leito apascentador de fé;
Que na Ira, embriaga sua espada para decepar reis e rasgar ventres prostituídos, mas também, quando recolhido ao ato de amar, é capaz de sangrar junto ao Filho, no cálice da cruciação.

Ó Senhor, não me deixe órfão de sua proteção. Conduza-me pelos seus caminhos, que apesar dos espinhos, frutificam fontes de Vida.


    "Escravos" da fé

Rebeca, quando achou que tinha recebido a Bênção, descobriu que em seu ventre havia dois gêmeos que já brigavam, então ela disse: “Se é assim, para que viver”? (Gn 25:22).
Moisés, sentindo o peso do fardo que não era seu, disse: “Por que tratas tão mal a teu servo? Por que gozo tão pouco do teu favor, a ponto de me impores o peso de todo este povo? Por acaso, fui eu que concebi ou dei à luz este povo, para que me digas: ‘Tome este povo nos braços, da maneira que a ama carrega a criança no colo, e leva-o para a terra que eu jurei dar aos pais deles?... Se é assim que me pretendes tratar, prefiro a morte! Concede-me esse favor, e eu não terei que passar por essa desgraça!” (Nm 11:11...).
Jeremias, sentindo o amargor da missão que pela qual não implorou, desse: ‘Maldito o dia que eu nasci. Que jamais seja bendito o dia em que minha mãe me deu à luz! Maldito o homem que levou a notícia a meu pai, dizendo: “nasceu um filho homem para você!”, enchendo-o de alegria. Que essa pessoa sofra igual às cidades que Deus destruiu sem compaixão; ... Por que não me fez morrer no ventre materno? Minha mãe teria sido a minha sepultura, e seu ventre estaria grávido para sempre! Por que saí do ventre materno? Só para ver tormentos e dores, e terminar meus dias na vergonha?’ (Jr 20:14-18).
Paulo, obrigado a mudar de ofício, disse: “Pelo que vejo, Deus reservou o último lugar para nós que somos apóstolos, como se estivéssemos condenados à morte... Até agora passamos fome, sede, frio e maus tratos; não temos lugar certo para morar; e nos esgotamos, trabalhando com nossas próprias mãos. Somos amaldiçoados, e abençoamos; perseguidos, e suportamos; caluniados, e consolamos. Até hoje somos considerados como o lixo do mundo, o esterco do universo” (1 Co 4:8-13).
Não abale sua fé, se por alguma razão, venha achar, que Deus ou Cristo não lhe deu ouvidos.
Eu penso: ora, se eles que foram escolhidos para levar o nome de Deus à glória, chegaram a estas indignações, eu então... devo ser o joio depois da colheita; o refugo de um produto selecionado; aquilo que já é rejeitado pelos abutres... melhor: se Paulo chegou até os estercos, o que resta para definir o que posso ser? Mesmo assim, atrevo-me tentar provocar a misericórdia de Cristo, feito a mulher cananeia (Mt 15:22-28) que, por insistência, conseguiu ter a atenção d’Ele. Pois, já que está escrito que: “... É em Cristo que o véu desaparece” (2 Co 3:14_17), resta-me a esperança de ao menos, ser servido das migalhas que caem da mesa do Senhor.     


       Vivos mortos na África


Se um homem fosse capaz de reproduzir tantos filhos quanto os cadáveres vivos da África, e este pai fosse o mais poderoso dos homens, em mando e desmando, capaz de num estalar de dedos fazer brotar frutos da terra seca, abrir fenda na rocha e dela jorrar água, ou fazer surgir oásis no deserto, e de repente, nos fosse revelado que nos pátios de seus enormes palácios estão jogados grande número de seus filhos como  amontoados de cabeçudos com olhos esbugalhados,  ossos expostos e cobertos apenas por uma pele desidratada, recantados como restos de vida e implorando, não para serem reconhecidos, mas por uma migalha para matarem a sede e a fome e, apesar das súplicas e dos gritos de dor, são ignorados já por quase uma eternidade? Se tudo isso fosse mostrado e relatado por grandes meios de comunicação, o que diriam as Nações? Que impacto causaria às variadas classes ou evoluções de sentimentos?

Se estou condenando alguém? Não! Apenas levantando uma reflexão. E a indignação poderia ser justa. Porém, cabe uma questão: o Criador, nos condicionou dois caminhos: um que salva, outro que condena. O que salva, nos leva à sua direita, e o que nos condena, à sua esquerda. A condição que nos faz caminhar para a sua direita, já nos é muito familiar, assim como a que nos faz caminhar para a sua esquerda. É dito: “... Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham vocês, que são abençoados por meu Pai... pois eu estava com fome, e... e aos que estiverem à sua esquerda: Afastem-se de mim, malditos... pois eu estava com fome, e...” Sem este cumprimento, os exaltadores de glórias e nós anônimos, nos tornamos “sepulcros caiados” (Mateus 23:27-30): “... ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: por fora parecem bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e podridão! Assim também vocês: por fora, parecem justos diante dos outros, mas por dentro estão cheios de hipocrisias e injustiças...”


 Palavra do Senhor


“... Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. ...” (Mt 25:32). Imagine se hoje fosse o dia do chamamento. Com que olhar você acha que Cristo te olharia: com um olhar de repreensão, ou com um olhar de acolhimento? Para que lado você acha que Ele te mandaria: à sua direita ou à sua esquerda?
 Você que age em relação ao próximo sem levar em conta o olhar de Deus, ao declinar ao travesseiro, é bom refletir sobre que destino anda dando à sua vida, após seu último respirar.
 Não se faça de desentendido, achando que o hoje dura para sempre. Acorde-se e busque a luz que faz entender que, aquele que lhe parece desprezível ao seu olhar, no dia da escolha, pode ir para o lado que você não estar; porque o que vai contar nessa hora, é o que hoje você não vê, mas Deus consegue enxergar.

  Como servir ao Senhor?
     Um fariseu para tentar Jesus, pergunta: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” Jesus respondeu: “Ame ao Senhor seu Deus com todo o seu coração, com toda sua alma, e com todo o seu entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: Ame ao seu próximo como a si mesmo. Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos” (Mateus 22:34-40).
A diferença entre os que não suportam ver injustiças e os que só temem a Deus e tremem (Tiago 2:18,19), é que os que só temem e tremem, são incapazes de sofrer com a dor do outro, porque são, segundo Jesus, filhos do diabo (Jo 8:42-47).
Quando um daqueles que se fazem de desentendidos, como os que praticam o mal de forma disfarçada, e perguntam: “O que foi que eu fiz?” (Jeremias 8:6,7), vier também lhe perguntar: como amar a Deus da forma como manda o primeiro mandamento, a resposta deve ser: fazendo a escolha que Jesus fez diante das propostas da tentação; que, com a sua escolha, terminou abraçando os dois mandamentos: amor ao Pai, e à salvação dos homens; e quando diante da escolha entre o “poder” ou a obediência, Ele escolheu o calvário da cruz. No mais, não há como servir a Deus, fora do que disse o Filho: “Todas as vezes que vocês fizeram isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram” (Mateus 25:40). E Cristo deixou bem às claras, na passagem que fala do bom moço rico que já cumpria os mandamentos, mas recusou o SIGA-ME de Jesus, quando lhe propôs trocar os bens na terra, por um tesouro no Céu (Mateus 19:16-22).
Em Mateus (25:41-45) você ler: “...venham à minha direita, pois... foi a mim que o fizeram...” Mas também ler: “Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastem-se de mim, malditos... porque foi a mim que não o fizeram...”
       Paulo, em 1 Coríntios 13:1...), resume da forma mais perfeita o que é um coração voltado para o acolhimento: “Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e dos anjos, se eu não tivesse o amor, seria como o sino ruidoso ou como címbalo estridente. Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda ciência; ainda que eu tivesse toda fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse o amor, eu não seria nada. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse o amor, nada disso me adiantaria...”
      Em Mateus (7:15-20), é dito: “Cuidado com os falsos profetas: eles vêm a vocês vestidos com peles de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes. Vocês os conhecerão pelos frutos deles...”
Mesmo que o evangelho não estivesse ao nosso alcance ou ainda fosse desconhecido, não impediria o justo de continuar sendo justo, nem o impediria de abraçar a causa, por sentir a dor dos desfavorecidos.

       Hã?!  

Quer conhecer melhor as vontades de Deus? Então, esqueça a desobediência de Eva e a fraqueza de Adão; esqueça a orgia de Sodoma e Gomorra; esqueça o motivo que levou Abraão a separar Isaac de Ismael e seus outros irmãos; esqueça a esperteza de Jacó e a fome de Esaú; esqueça o coração duro dos reis que ocupavam Canaã e a teimosia do Faraó no Egito; esqueça a desobediência dos Israelitas e a tirania de Nabucodonosor; esqueça os fariseus, os saduceus, os sacerdotes , os anciãos e os doutores da Lei; esqueça a traição de Judas e a fraqueza de Pedro; até mesmo a tormenta dos 1.260 dias, pois os porquês, são para os que não alcançam que tudo foi assim,  porque assim Deus determinou. Pare de bloquear a mente e de confundir as determinações de Deus com as trapaças do diabo, porque este não tem o poder de penetrar no coração nem transformar os preceitos do espírito humano. Deixe cair o véu! Se Deus é o dono do projeto e está no comando do destino das nações, por que deixaria o tachado de inimigo mudar Seus planos? Até porque o mesmo disse: “ .... Não vou dar para outro a minha glória...” (Isaías 42:8). Não esqueça que foi Ele quem idealizou, planejou e deu vida às criaturas para cumprirem a História prescrita sob seu controle. Procriou homens, tribos e nações e lhes traçou destinos; lhes deu a impressão de serem donos de seus rumos, mas limitou liberdades como: “ ai daqueles...”. Criou o instinto obsceno, mas molestou o lascivo. Criou cérebros para a obstinação de Eva e Adão; para a fraqueza de Caim diante de Abel; implantou a obediência em Abraão para ofertar Isaac e ir à terra prometida e, a dureza de afastar de Isaac o filho de

Agar (Gn 21:8-21) e os seis filhos de Cetura (Gn 25:1-6); induziu Rebeca e Jacó a escarnecerem Esaú e, obstinou o Faraó a pelejar com Moisés. Com a mesma obstinação, vitimou: fariseus, saduceus, sacerdotes, anciãos, Judas Iscariotes, doutores da Lei, cananeus, amorreus, filisteus, semitas... E na História mais recente, Rítler, destinado a extinguir os judeus.      

       Muita gente não alcança que, os estímulos que os movem foram pensados, planejados e implantados pelo Criador, de maneira a diferenciar comportamentos distintos para a distribuição das tribos e futuras nações. Dentre muitos fatos a refletir, apenas dois pontos bastam para fiar a reflexão. O primeiro é quando Ele diz a Abraão: “Saiba com certeza que seus descendentes viverão como estrangeiros numa terra que não será a deles. Aí nessa terra eles ficarão como escravos e serão oprimidos durante quatrocentos anos...” (Gn 15:13). E o segundo é quando Ele diz à Rebeca: “Em seu ventre há duas nações, dois povos se separam em suas entranhas. Um povo vencerá o outro, e o mais velho servirá ao mais novo” (Gn 25:23).

       Não se contente só com pregações, que nem sempre seriam aprovadas por Cristo e por Deus. Não fique entregando seus rumos a interpretações de terceiros. Você corre o risco de ser mais um cego guiado por outro cego. Se você entregar para os outros a responsabilidade do entendimento, está deixando de ser merecedor da Graça e de ouvir os sussurros de Deus. Portanto, acorde, desmame, saia do bê-á-bá para não permanecer como aqueles a quem Paulo também adverte: “... vocês se tornaram lentos para compreender. Depois de tanto tempo, vocês já deviam ser mestres...” (Hebreus 5:11 e 12).

 


 Ovelhas do Pai    
      Na época dos profetas, Deus falava sobre os males daquele tempo; hoje, Ele falaria sobre os males presentes, como por exemplo, as promessas de bênçãos e livramentos. A lista é longa:  Salvação fácil, proteção divina, vantagens descabidas e sem o SIGA-ME de Jesus... e para se justificarem como homens de Deus, vão fazendo  doações e caridades FARISAICAS... Mas lembre-se que, a cobrança de Deus não é só aos que “profetizam”, é também ao rebanho.
Não é bom entregar o rumo do seu espírito aos que vivem “ouvindo” o Espírito Santo, sem que você tenha o cuidado que, assim como o Pai, o Filho também recomendou: Ai dos pastores de Israel que são pastores de si mesmos! Não é do rebanho que os pastores deveriam cuidar? Vocês bebem o leite, vestem a lã, matam as ovelhas gordas, mas não cuidam do rebanho... Juro por minha vida: Minhas ovelhas se tornaram presa fácil e servem de pasto para as feras selvagens. Elas não têm pastor, porque os meus pastores não se preocupam com o meu rebanho... Vou me colocar contra os pastores. Vou pedir contas a eles sobre o meu rebanho...” (Ez 34:1...). “Os profetas só falam mentiras, os sacerdotes só querem dinheiro, e o meu povo gosta disso! O que vocês vão fazer quando chegar o fim?” (Jr 5:30). Diz também: “Eu penetro os corações e sondo os pensamentos, para pagar conforme o seu comportamento e segundo o fruto de suas ações” (Jr 17:10). E mais: “É mentira o que esses profetas falam em meu nome. Eu não os enviei, não lhes dei ordem nenhuma, nem falei com eles. Eles anunciam a vocês visões mentirosas, oráculos vazios e fantasias da imaginação deles. Por isso, assim diz Javé: Os profetas que pregam em meu nome sem que eu os tenha enviado e afirmam: ‘A espada e a fome não existirão no país’, esses profetas cairão pela espada e pela fome. O povo a quem eles pregam ficará jogado pelas ruas de Jerusalém, mortos pela fome e pela espada, e ninguém os sepultará, nem a eles, nem...” “Mesmo que Moisés e Samuel se apresentassem na minha frente, nem assim eu me comoveria em favor desse povo...” (Jr 14:14-16; 15:1). O tempo passa e Deus continua dizendo: “...Criatura humana, profetize contra os profetas de Israel. Profetize, e diga aos que profetizam conforme seus próprios interesses. Diga-lhes: “Ai desses profetas estúpidos, que inventam profecias, coisas que nunca viram, seguindo sua própria inspiração!... Dado que vocês vivem falando coisas à-toa e tendo visões falsas, então eu me colocarei contra vocês...” (Ez 13:2-10). E Cristo também avisou: “Se alguém disser a vocês: ‘Aqui está o Messias’, ou: ‘Ele está ali’, não acreditem. Porque vão aparecer falsos messias e falsos profetas, que farão grandes sinais e prodígios, a ponto de enganar até mesmo os eleitos, se fosse possível...” (Mt 24:23-28).
Paulo, após receber a incisão do Espírito Santo, passou o resto da vida, se indignando e se torturando, pela mesma insistência: cuidado... cuidado...
Não aja como os discípulos de Jesus, que o abandonaram por achar que Ele tinha palavras duras; e apenas doze compreenderam que só Ele tinha palavras de vida eterna.
Deus não tem palavras doce, nem de fácil salvação para os ouvidos de ninguém. 


Conhecer para temer

“Eu criei e eduquei filhos, mas eles se revoltaram contra mim. O boi conhece o seu proprietário, e o burro a cocheira do seu dono, mas Israel não conhece nada. O meu povo não entende... Que me interessa a quantidade dos seus sacrifícios?... Parem de trazer ofertas inúteis. O incenso é coisa nojenta para mim; luas novas, sábados, assembleias... não suporto injustiça junto com solenidade. Eu detesto suas luas novas e solenidades. Para mim se tornaram um peso que eu não suporto mais. Quando vocês erguem para mim as mãos, eu desvio o meu olhar; ainda que multipliquem as orações, eu não escutarei. As mãos de vocês estão cheias de sangue. Parem de fazer o mal, aprendam a fazer o bem: busquem o direito, socorra o oprimido, façam justiça ao órfão, defendam a causa da viúva. Então venham e discutiremos. Ainda que seus pecados sejam vermelhos como púrpura, ficarão brancos como a lã...” (Isaías 1:1-20).
Há vários anos, pessoas que não concordavam com os ensinos religiosos tradicionais, decidiram fundar congregações, e desde então, aparecem fiéis que precisam saciar suas carências, do corpo e da alma. O problema é que, nesta ansiedade, estes fiéis acabam: “Entregando aos líderes espirituais a responsabilidade pela sua própria salvação” (Hellen G. White). Hellen, no mesmo capítulo 6, passa vários bons ensinamentos, como: “Devemos pesquisar a Bíblia por nós mesmos”.  “Porque devemos formar opiniões por nós mesmos, visto que teremos de responder por nós mesmos diante de Deus”. “Os que pretendem possuir grande sabedoria, ensinam que a palavra de Deus tem um significado secreto e místico, que está além da clara linguagem do texto. Estes são falsos mestres.”   Ela diz também: “... os ensinos de Cristo devem ter sido previamente armazenados na mente afim de que o Espírito de Deus os traga à lembrança no tempo de perigo.” (Livro com o título: A grande esperança, capítulo 6, parágrafos de 8 a16). Pena que essa mesma Ellen tenha dito: “Mesmo quando foi decidido que o QUERUBIM REBELDE não poderia mais permanecer no Céu, a Sabedoria infinita não o destruiu. A submissão das criaturas de Deus deve ser motivada pela convicção a respeito de Sua justiça. Se este querubim rebelde FOSSE DESTRUÍDO IMEDIATAMENTE, os outros teriam servido a Deus por medo em vez de amor.” (do mesmo livro, cap. 1, último parágrafo da pg 14).
Infelizmente, as pessoas iluminadas também pecam na forma de ajudar os irmãos entenderem as vontades de Deus.
TEMER é o termo mais pronunciado por Deus em todo o Livro Sagrado. Deus está sempre mostrando que não é Pai que passa a Mão na cabeça dos Seus filhos. Ele avisa que é piedoso, mas também castiga com o peso da Sua mão.
Este ENSINAMENTO de que Deus não quer ninguém amando-o por medo, é confuso e enganador; quer apenas justificar a existência e a presença do malfeitor nas coisas más que o povo faz; mas faz por não TEMER a Deus, não porque foi iludido pelo traquino malfeitor
Deus, primeiro age amedrontando, mostrando o Seu Poder; mostrando a Sua Capacidade de acolher, amparar e erguer, quando e a quem Ele quiser; e assim, se faz ser amado.
Quando você resolver entender Deus como sendo Aquele que em princípio causa TEMOR, e pelo TEMOR, causa obediência, e pela obediência se mostra ser amável, aí então você vai, além de amá-Lo, aprender de maneira mais clara, sobre as Suas vontades.
Para se alcançar uma nova e segura compreensão, é necessário sairmos daquilo que nos disseram e buscarmos o que diz a Bíblia. Dentre várias passagens que merecem muito a nossa atenção na palavra TEMOR e obediência, vamos observar pelo menos algumas: Em Deuteronômio 13:5 e 12 diz: “Sigam a Seu Deus e a Ele TEMAM; observem Seus mandamentos e Lhe obedeçam; Sirvam a Ele, e a Ele se apeguem” “ Se seu irmão ou outros lhe convidar a servir a outros deuses... não faça caso nem dê ouvidos... Não tenha piedade dele... Você deverá matá-lo... e sua mão será a primeira... apedreje-o até que morra...”
Em 1 Samuel 12:14, Ele diz: “Se TEMEREM a Deus e o servirem... Seguirão seu Deus... Mas se não obedecerem, então a mão de Deus pesará sobre vocês...”
Em Isaías 8:13, Ele diz: “Chamem de santo somente a Deus dos exércitos; dele sim, tenham TEMOR e TERROR”.
Em Jeremias 32:39-41, Ele diz: “Vou dar-lhes um só coração e um só modo de se comportarem, para que me TEMAM a vida inteira... Colocarei no coração deles o Meu TEMOR, para que não se afastem de mim...”
Os Salmos vão dizendo: 2:11, “Sirvam a Deus com TEMOR”. No 33:18, “Deus cuida daqueles que o TEMEM”. No 34:8, “O anjo de Deus acampa ao redor dos que O TEMEM”. No 34:10, “TEMAM a Deus, povo consagrado a Ele, pois nada falta aos que o TEMEM”. No 34:12, “Filhos, cheguem perto e sentem: vou ensinar a vocês o TEMOR de Deus”. No 111:10, “O princípio da sabedoria é o TEMOR a Deus”.
E assim se repete ao longo de todo o Antigo Testamento.
Formar convicção de que Deus deixa de ser Aquele que se faz TEMER, e passa a ser temente, porque alguém pode entendê-lo como injusto, é querer limitar Deus na Sua capacidade infinita.
Se Deus sentisse preocupação com o que o anjo rebelde e as outras criaturas iriam pensar da Sua maneira de agir, Ele não estamparia no desfolhar do AT tanta mortandade e devastações, quando, em muitas delas, o próprio Deus marchava na frente, como em: 2 Samuel 5:23-25; 7:9,10;  nem declararia em Isaías 34:5,6: “... pois a espada de Deus ficou embriagada no Céu. Veja: ela se precipita sobre Edom, um povo que eu destinei para a destruição. A espada de Deus está pingando sangue...”
Se formos observar os títulos como: JULGAMENTO DAS NAÇÕES; ou: CONTRA AS NAÇÕES, que se encontram em: Isaías, Jeremias e Ezequiel, não iremos nos assustar quando Deus fala:
- “Eu sou o EXTERMINADOR” (Isaías 54:16). Como Ele iria se retrair por achar que os que Ele planejou e criou viriam achá-lo injusto, se Ele abre a boca do profeta e pronuncia: “Eu sou o AUTOR da desgraça” (Isaías 45:7)? E sai pronunciando:
- “...se alguém, de caso pensado, atentar contra o seu próximo para o matar, então você o arrancará até mesmo do meu altar, para que seja morto” (Êxodo 21:12-14);
- “Sem dó nem piedade; matem a todos: homens, mulheres, crianças e as grávidas” (Deuteronômio 7:2,16; 19:21; 20:16-18; Josué 6:21; 8:24; 10:28-39; 11:11-16; 19:47; Juízes 1:8,25; 4:6-16; 18:27,28; 1 Samuel15:2,3; Isaías 13:15,16; Ezequiel 5:10,11;9:5,6; 21:8,9). E neste último (Ezequiel), Ele ainda diz: “Vou tirar da bainha a minha espada para matar tanto o justo como injusto.”
Se Deus temesse ser mal interpretado, jamais teria usado a boca dos profetas para pronunciar tudo isso.
Quando Deus diz: “...é com a espada, a fome e a peste, que eu os exterminarei...”, é para nos fazer amá-Lo, ou para causar TEMOR? (Jeremias 14:11,12).
Se acharmos que Deus é só justiça e amor, o que vamos achar d’Ele, quando lermos: “ Os pais vão devorar os próprios filhos, e estes, os próprios pais?” (Ezequiel 5:4,6,8,15). Vamos achar que Ele é Pai amoroso, ou Aquele que faz TREMER? E em Amós 3:6, Ele diz mais: “Vem alguma desgraça sobre a cidade, sem que Deus tenha mandado?”
Se Deus estivesse preocupado com o que o diabo ou outro ser qualquer, fosse pensar d’Ele, iria ordenar Seus guerreiros irem à matança? Acompanhe:
1 – “À meia noite, Deus feriu todos os primogênitos do Egito...” (Êxodo 12:29).

2 – “... quando a ira de Deus se inflamou contra o povo, ferindo-o com grande mortandade” (Números 11:33,34).
3 – “Afastem-se desse povo, porque vou destruí-lo num instante” (Números 16:18-35; 17:6-16).
4 – “Que cada um mate os parentes que se ligaram com o deus falso” (Números 25:1-5).
5 – “... não deixe sobreviver nenhum ser vivo: sacrifiquem...” (Deuteronômio 20:15-18).
6 – “... e passaram todos ao fio da espada... homens, mulheres, ...” (Josué 6:21; 8:24; 10:28-39; 11-11-17; 19:47; Juízes 1:8,25; 4:6-16; 18:27,28; 1 Samuel 15:3-8).
E então, vamos condenar Deus e eliminá-lo das nossas vidas? Como? Não há saída.
Vamos TREMER e desmaiar quando ouvirmos falar d’Ele? Pode ser. Quem não toma a iniciativa de buscar entender as vontades de Deus, é para TREMER e cair sim.
Está em tempo de aprender que Deus é Pai que cria e ama Suas criaturas, mas também é Pai que corrige e pune com chicote cortante, como Ele mesmo diz a Davi, sobre seu filho Salomão: “... Ele é que vai construir uma casa para o meu nome... Serei para ele um pai e ele será um filho para mim. Se ele falhar, eu o corrigirei com bastão e chicote, como se costuma fazer... (2 Samuel 7:1-16). E nós, vamos dizer que Ele é apenas Pai carrasco? Nããão! Em Hebreus 12:6-8,11, Paulo diz: “Meu filho, não despreze a correção do Senhor e não perca o ânimo quando for repreendido por ele; pois o Senhor corrige a quem Ele ama e castiga a quem aceita como filho.” ‘Na hora, qualquer correção parece não ser motivo de alegria, mas de tristeza; porém, mais tarde, ela produz um fruto de paz e de justiça naqueles que foram corrigidos.’
Disciplina é necessário em qualquer meio onde se convive. Deus é Pai que pune com o peso da Sua mão; e outro ensinamento é enganador. Ele corrige da Sua maneira, porém é Pai sensível, piedoso e misericordioso. O Seu amor pode ser maior que Sua ira.
Se você quer de fato amar a Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento (Mateus 22:37...), é necessário procurar conhecer Suas vontades. Não é possível amar alguém com toda intensidade sem sabermos nada sobre Suas condutas. Tiago em seus ensinamentos, diz: “Você acredita que existe um só Deus? Muito bem! Só que os demônios também acreditam, e tremem!” (Tiago 2:18,19).
Eles tremem porque conhecem a ira de Deus, e não obedecem porque estão destinados a serem do diabo. Já nós, nem cremos como deveríamos crer, nem o tememos da forma como deveríamos TEMER, porque nos ensinaram e ainda nos ensinam os porquês errados. Na grande maioria dos que se propõem a nos guiar, ou não tem o devido cuidado, ou tem outras intenções. E aqui eu repito o que a Hellen disse: “Os que pretendem possuir grande sabedoria, ensinam que a palavra de Deus tem um significado secreto e místico, que está além da clara linguagem do texto.”
A responsabilidade de aprender sobre Deus é individual; é como a capacidade de ter fé, não se pode transferir.
Entender ou ensinar que Deus é só amor, é conclusão enganosa e pode provocar a Sua ira. Deus é amor para aqueles que já aprenderam a amá-Lo, mas pode ser carrasco para aqueles que querem ou prometem vida cômoda e salvação fácil.
Optar por aprender sob a orientação de algum instrutor, é muito perigoso, e ajuda quando você faz a sua parte. É preciso abrir a mente e o coração para entender que está tudo sob o comando de Deus. Quando alguém, te falar coisas que você ache que não foi Deus que o mandou dizer, vá à fonte; e tente comparar se ele não é daqueles que já foram anunciados lá no Apocalipse 17:17: “Deus coloca no coração deles, o desejo de realizarem seus próprios planos”.
Deus, que te fez imagem, semelhança, e para amá-Lo, quer que você o conheça de forma clara. Ele te faz TREMER para obedecê-Lo, e a partir da obediência passe a amá-Lo. Mas não te quer confuso, te quer amando-O de maneira consciente. Por isso Ele te fala sem medo e para te ensinar: “Eu formo a luz e as trevas; sou o autor da paz e crio a desgraça. Eu, Deus, faço todas as coisas.” (Isaías 45:7).
Diz também: “Fui eu quem criou o ferreiro que sopra as brasas no fogo e produz ferramentas de trabalho. Mas também fui eu quem criou o exterminador para arrasar.” (Isaías 54:16).
Seguir os caminhos de Deus necessita de conscientização e amadurecimento. Veja: “Pegue da minha mão esta taça de vinho da minha ira e faça que bebam dela todas as nações... por fim, todos os reis do Norte, tanto os mais próximos como os mais distantes. Um depois do outro. Eu fiz com que todos os reinos que existem sobre a face da terra bebessem. E o rei da Babilônia beberá depois deles.” (Jeremias 25:15-38). No capítulo 27:1-22 também em Jeremias, Deus, e não o príncipe rebelde; é Deus que diz: “... Digam aos seus senhores: Eu criei a terra, os homens e todos os animais sobre a face da terra, com minha grande força e braço estendido, e os DOU A QUEM EU QUERO. Pois bem! Entrego todos esses territórios nas mãos do MEU SERVO NABUCODONOSOR, REI DA BABILÔNIA. Eu colocarei até as feras a serviço dele. Todas as nações ficarão submetidas a ele, a seu filho e a seu neto, até que chegue para seu país a hora de se tornar escravo de numerosas nações e reis poderosos. Se uma nação e seu rei não se submeterem a Nabucodonosor, rei da Babilônia, e não colocarem o pescoço sob o jugo do rei da Babilônia, Eu castigarei essa nação com espada, fome e peste, até entregá-la em suas mãos. Quanto a vocês, povo exilado, não façam caso de seus profetas e adivinhos, intérpretes de sonhos, feiticeiros e magos, que lhes dizem: “Vocês não ficarão submetidos ao rei da Babilônia”. Porque eles profetizam mentiras, para tirar vocês da própria terra e para que eu espalhe e destrua vocês. A nação, porém, que dobrar o pescoço e se submeter ao rei da Babilônia, eu a deixarei tranquila em sua terra, para que a cultive e fique morando nela...” E depois ainda diz mais, Em Jeremias 28:10-17: “... e desta mesma forma, dentro de dois anos, eu quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei da Babilônia, que está no pescoço de todas as nações”.
Há textos que, se não forem bem observados, podem confundir, como por exemplo, sobre Nabucodonosor; mas servem para mostrar que é Deus que predestina a história das nações. Veja: Em Jeremias 25:7-9: “...  Mas vocês não me obedeceram, e me provocaram com as obras de suas mãos para sua própria desgraça. Por isso, eu mandarei buscar todas as tribos do Norte, e também o meu servo Nabucodonosor... e o povo ficará escravo do rei da Babilônia durante 70 anos, depois de completado os 70 anos, eu castigarei o rei da Babilônia e seu povo, ou seja, os caldeus”.
Este entregar o povo como escravo a Nabucodonosor, e depois castigar Nabucodonosor para mostrar que é Ele quem determina, se não for observado, confunde o leitor. Porque Deus ordena que o rei destrua, porém logo após se lamenta como se tivesse sido vitimado: Jeremias 51:20-24, 34: “... Você, Babilônia, foi o martelo, a minha arma de guerra; contigo martelei nações... Nabucodonosor, rei da Babilônia, me devorou, raspou tudo, deixou-me  como prato limpo; ...”
Quanto mais formos vigilantes sobre o que dizem que foi Deus que falou, menos riscos corremos de cair nos argumentos dos que vestem peles de ovelhas, quando na verdade são lobos disfarçados. Se aprendemos sobre as vontades de Deus, mais aprendemos como Lhe obedecer, e caminharmos os Seus caminhos com mais segurança e esperança de estarmos incluídos nos Seus planos e Projetos; e podermos até impedir a ação da Sua ira, feito o ocorrido em 2 Samuel 24:16 : “O anjo estava já com a mão estendida sobre Jerusalém para destruí-la, quando Deus se arrependeu desse mal, e disse ao anjo: “Chega! Agora retire a mão”.
Em Isaías 54:7,8: “Por um instante eu abandonei você, mas com imensa compaixão torno a reuni-la. Num ímpeto de ira, por um momento eu escondi de você o meu rosto; agora, com amor eterno, volto a me compadecer de você...”
Se nós pudéssemos enxergar como Deus está nos olhando, com certeza entenderíamos o que o seu dedo imperativo está ordenando: Levantem-se! Larguem as ocupações que não levam à VIDA, e vão à MESSE; colham e guardem as relíquias que estão no Meu LIVRO, porque dias difíceis virão, e Eu não quero desviar o Meu olhar de vocês, por serem ovelhas do Meu rebanho, porém, perdidas. 
                                 

 Recompensas


Quando um doutor ou escriba da Lei disse: “Mestre, eu te seguirei aonde quer que fores”. Jesus lhe respondeu: “As raposas têm tocas e as aves do Céu tem ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça” (Mt 8:19 e 20). Ele está dizendo que não mandou ninguém oferecer abundâncias a quem queira seguir o Seu caminho. Ao contrário; Ele diz ao jovem rico: “... Se você quer entrar para a vida, guarde os mandamentos...”  “Se você quer ser perfeito, venda tudo, distribua com os pobres, e você terá um tesouro no Céu. Depois venha e siga-me” (Mateus 19:16-22).
Servir de coração a Deus, traz grandes bênçãos que enriquecem o espírito, mas acumular patrimônios, não. Este ensinamento é argumento daqueles sobre os quais Deus já se lamentou: “Este povo me honra apenas com os lábios, enquanto o coração anda longe de mim” (Is 29:13,14; Mt 15:8).
Se ser pessoa de Deus trouxesse abonança, que quantidade de bens teriam acumulado os Apóstolo, os Profetas e os Discípulos que foram amortizados na peleja de aprender e ensinar o evangelho?
As promessas de retribuições e prosperidades que, grande parte dos que se dizem ser “chamados por Deus” fazem, não condizem com as retiradas, nem com o martírio dos Apóstolos e Profetas, muito menos com a singeleza d’Aquele que convidou Seus escolhidos ao caminho da cruz.     
Querer ou prometer ao rebanho proezas durante a caminhada ao Pai, é dizer que a peleja de Moisés no deserto, a paciência de Deus e a caminhada de Cristo aos pregos na cruz, foram em vão.
Os quarenta anos no deserto, mostram que a passagem da escravidão para a terra prometida, não é estrada margeada de oásis nem arborizada com frutos do Céu.
Iniciar a caminhada rumo a uma vida renovada, é algo parecido com o amadurecimento de Paulo, que nem murmurou diante de um não, a um dos poucos pedidos que fez ao Deus: ‘...foi me dado um espinho na carne, um anjo traquino para me espancar, a fim de que eu não me encha de soberba. Por esse motivo, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Ele, porém, me respondeu’: “Para você basta a minha Graça...” (2 Co 12:7-10).  Então, os que se propõem a atravessar o deserto para matar a sede com a água que jorra para a vida eterna (João 4:13,15), devem se encher de abstinência e aceitar o convite, assim como aceitaram aqueles que, com convicção, entenderam o SIGA-ME de Jesus, e mesmo quando muitos acharam muito duro o seu  jeito de falar, e desistiram (João 6:6), os doze, quando perguntados se também queriam desistir, responderam: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna...”
Promessas de recompensas imediatas, não foi Jesus quem fez nem recomendou; ao contrário, quando lhe ofereceram todo luxo, toda a fama e toda a riqueza, Ele preferiu a coroa de espinhos e a obediência ao Pai. E deixou a oferta para os de coração endurecido e o tentador, que de Cristo ainda zombaram quando estava na cruz, sangrando e lavando os nossos pecados com sangue e lágrimas de dor.
Pregar o evangelho, são muitos que pregam; resta saber se há ou não segundas intenções. É só observar se o estilo de vida deles é semelhante ao de Jesus. Se não houver nenhuma semelhança, e você decide ainda continuar seguindo-os, cuidado! Deus ainda continua sendo aquele que disse: “... Vou pedir contas a eles sobre o meu rebanho...” (Ez 34:1 ...). “Os profetas só falam mentiras, os sacerdotes só querem dinheiro, e o meu povo gosta disso! O que vocês vão fazer quando chegar o fim?” (Jr 5:30); e mais: (Jr 14:14-16; 15:1). 



“... todos os Profetas e a Lei profetizaram até João...” (Mateus 11:13).

Durante muitos séculos, muitas cabeças rolaram pela força do cumprimento da palavra. Até porque, fazer as vontades de Deus não é andar por veredas margeadas por frutos do Céu. Pois 400 anos sob a opressão da escravidão (Gênesis 15: 13...), mais 40 anos no deserto (Deuteronômio 29: 4), mais a missão de ocupar a terra prometida, ao preço da espada em punho e o sangue de várias nações, 70 anos sob o jugo do poder da Babilônia, e a dispersão de um povo que ouviu tantas promessas, por ser o povo escolhido, se torna, para os limites da mente humana, algo além da natureza e da capacidade recebida. E como se não bastasse, a punição ainda se estendia às gerações futuras: “... Se você não colocar em prática todas as palavras desta Lei escritas neste livro, temendo o nome glorioso e terrível de seu Deus, Ele ferirá você e sua descendência com pragas espantosas, pragas tremendas e persistentes, doenças graves e incuráveis...” (deuteronômio 28: 58-62). E Deus, que criou o homem e viu que era bom, agora diz pela boca de Moisés: “Vocês são um povo de cabeça dura. Se eu os acompanhasse por um momento, eu os exterminaria...”( Êxodo 33: 5).
Não foram poucas as vezes que Deus exterminou grandes porções de Seu povo por motivo de desobediência, até que um dia resolveu revelar algumas das Suas vontades, e ordenou aos profetas: “Os pais não serão mortos pela culpa dos filhos, nem os filhos pela culpa dos pais. Cada um será executado por causa do seu próprio crime” (2 Crônicas 25: 4). Em 2 Samuel 24:16 diz: “O anjo estava já com a mão estendida sobre Jerusalém para destruí-la, quando Deus se arrependeu desse mal, e disse ao anjo que estava exterminando o povo: “Chega! Agora retire a mão”. Em Isaías 57:16, Deus diz: “Eu não vou ficar demandando eternamente, não vou ficar irado o tempo todo, senão a vida humana evaporaria na minha presença e seria destruído tudo aquilo que eu criei...” No capítulo 54:7,8 também de Isaías diz: “Por um instante eu abandonei você, mas com imensa compaixão torno a reuni-la. Num ímpeto de ira, por um momento eu escondi de você o meu rosto; agora, com amor eterno, volto a me compadecer de você...” E revelou também que queria adotar os pagãos e os estrangeiros que quisessem seguir as normas da nova aliança proposta por Ele e anunciada pelo filho; e O mandou para que, com a Sua crucificação, caísse o véu e fosse aberto o entendimento, mostrando que a essência que eleva o homem à Vida não é o sacrifício, mas sim, a misericórdia (Isaías 1: 11-18; Mateus 9:13).
Cristo veio para renovar a Aliança do Pai e também renovar o homem. Portanto, não devemos ficar ocupando o coração e o espírito com coisas pequenas, pois já fazem parte dos velhos costumes. Cristo mostrou a renovação, agindo: quem era para ser apedrejado, Ele perdoou, e pediu para não pecar mais (João 8:1-11); quando o sábado escravizava o homem, Cristo diz que o sábado é para o homem, e não o homem para o sábado (Mateus 12:1-14); o que devia ser: olho por olho, Cristo ofereceu a outra face (Mateus 5:39); quando o homem era apenas servo, Cristo o chamou de amigo, chorou por ele e o ressuscitou (João 11:1-44); quando a lepra excluía da sociedade os doentes, Cristo frequentou a casa do leproso (Mateus 26:1...); quando o traidor recebia sua devida punição, Cristo o chamou de amigo (Mateus 26:50); pois tinha luz divina para entender que: “...eles não sabem o que fazem” (Lucas 23:34); e disposto a renovar o homem e abrir-lhe o entendimento, mesmo sendo Ele justo, inocente e Rei dos reis, aceitou a humilhação da coroa de espinhos e a crucificação que era apenas para os malfeitores. Tudo isso para pagar o preço pelos pecados dos homens e resgatar a liberdade para o caminho da salvação. Ele pagou por nós o preço da humilhação, do chicote, dos pregos na cruz e da lança Lhe furando o peito até escorrer todo o sangue que pronuncia a ressurreição. E a nós, Ele apenas recomendou uma missão: “... Eu dou a vocês um mandamento novo: Amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês, vocês devem se amar uns aos outros...” (João 13:34,35; 15:12-17). E reforça dizendo: “Tudo que vocês desejam que os outros façam a vocês, façam vocês também a eles. Pois nisso consistem a Lei e os profetas” (Mateus 7:12; 22:40).
Nesta repetição, Cristo está tentando dizer que, a partir do preço pago por Ele na cruz, ficou sem custos seguir o caminho do Pai.
Estes custos não foram retirados logo após a ascensão de cristo para junto do Pai. Os poderes religiosos e políticos, por vários séculos, oprimiram, torturaram, queimaram e enterraram vivos os seguidores e discípulos de Cristo. Ao custo de muitas vidas é que foi rompido o período dos 1260 anos.
Vários grandes discípulos empenharam a vida nas pesquisas e traduções para expandir o material que temos hoje às mãos. Pena que, com o material e a liberdade que temos, para aprender o caminho e as vontades de Deus, haja comboios seguindo pregadores de promessas falsas e soluções imediatas.
Nessas arenas de milagres e recompensas fáceis, os que se dizem estar cheios do Espírito Santo, enchem a cabeça dos que se dizem fiéis, com crenças pagãs e opressões que escravizam a mente e o coração, impedindo a libertação dos cristãos para a nova Aliança que, a altos custos, foi ofertada com o recheio de fraternidade, misericórdia e perdão.
Em toda história da peleja da pregação, vimos que os profetas pregaram a palavra para o povo escolhido e que já conhecia a Deus, pela transmissão dos patriarcas, e que cristo e os Apóstolos pregaram para as ovelhas dispersadas do povo Israel. Porém, Paulo, teve a missão de pregar para os pagãos. Mesmo assim , apesar da desconfiança por ele ter sido perseguidor dos cristãos, e da dificuldade de convencer um povo não circuncidado a aceitar um Deus até então desconhecido, ele conseguiu fundar comunidades. Mas conseguiu porque nas suas palavras havia a dosagem do amor pelos irmãos. Ele entendeu que para circuncidar a mensagem de Deus no coração do povo excluído (Jeremias 4:4; Ezequiel 44:7,9), era necessário se recolher e se fazer o menor dos servos, como recomendou o Rei dos judeus: “... Pois bem: eu, que sou o Mestre e o Senhor, lavei os pés de vocês; por isso vocês devem lavar os pés uns dos outros...” (João 13:12-17). E o maior obstáculo que encontrou foi reeducar a mente e o coração de um povo que foi conduzido e alimentado por ensinamentos de crenças doentias, que aprisionavam a alma e amedrontavam com maldições de deuses pequenos e que não davam vida.
O esforço de Paulo foi quase insuportável, mas conseguiu plantar boas sementes. E enquanto teve vida, procurou orientá-las com o cuidado de quem tange um rebanho por caminhos de pedras para saciar-lhe a sede com a água da Fonte que não seca, e devolver-lhe a Vida.
Escrevendo às comunidades de Frígia e Galácia, na Ásia menor, Paulo diz: “No passado, quando vocês não conheciam a Deus, eram escravos de deuses, que na realidade não são deuses. Agora, porém, vocês conhecem a Deus, ou melhor, agora Deus conhece vocês. Então, como é que vocês querem voltar de novo àqueles elementos fracos e sem vida? Por que vocês querem novamente ficar escravos deles? Vocês observam cuidadosamente dias, meses, estações e anos! Receio que me cansei inutilmente por vocês” (Gálatas 4:8-11).
Falando aos Efésios (2:1-22): “Lembrem-se de que vocês, pagãos de nascimento, eram chamados incircuncisos por aqueles que se dizem circuncidados, devido à circuncisão que se fez na carne com mão humana. Lembrem-se de que nesse tempo vocês estavam sem Cristo... Mas agora, em Jesus Cristo, vocês que estavam longe, foram trazidos para perto, graças ao sangue de Cristo. Cristo é a nossa paz. De dois povos, Ele fez um só. Na Sua carne derrubou o muro da separação: o ódio. Aboliu a Lei dos Mandamentos e preceitos. Ele quis, a partir do judeu e do pagão, criar em si mesmo um homem novo, estabelecendo a paz. Quis reconciliá-los com Deus num só corpo, por meio da cruz; foi nela que cristo matou o ódio. Ele veio anunciar a paz a vocês que estavam longe, e a paz para aqueles que estavam perto. Por meio de Cristo, podemos, uns e outros, apresentar-nos diante do Pai, num só Espírito.” “...Deus não manifestou esse mistério para as gerações passadas da mesma forma com que o revelou agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e profetas: em Jesus Cristo, por meio do evangelho, os pagãos são chamados a participar da mesma herança, a formar o mesmo corpo e a participar da mesma promessa...” (Efésios 3:1-6).
A partir de Jesus o homem é convidado a beber da água que se torna fonte e jorra para a vida (João 4:7-15); e a fazer parte dos adoradores que o Pai procura (João 4:23,24), adorando-o em Espírito e verdade. Pois as amarras do homem escravo foram quebradas com o batismo de Cristo até a Sua crucificação. “De fato, todos os profetas e a Lei profetizaram até João...” (Mateus 11:13).
Aliviando os que lhe abrem o coração, Cristo diz: “Venham para mim todos vocês que estão cansados de carregar o peso do seu fardo, e eu lhes darei descanso. Carreguem a minha carga e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para suas vidas. Porque a minha carga é suave e o meu fardo é leve” (Mateus 11:28-30).
O homem velho se prende à fidelidade aos costumes, às regras e às leis, e se faz escravo da obediência às normas. É aquele que se conduz apenas pelos parâmetros das leis : “Eis que os teus discípulos estão fazendo o que não é permitido fazer em dia de sábado!...” Cristo responde: “Se vocês tivessem compreendido o que significa: ‘Quero a misericórdia e não o sacrifício’; vocês não teriam condenado estes homens que não estão em falta...” (Mateus 12:1-8).
Já o homem novo, é aquele que rompe correntes e não se deixa ser algemado sequer pela razão. É aquele que quebra regras e desconhece limites para as ações do coração.

O homem é o único ser que, pode até não mover montanhas pela fé, mas é capaz de fazer montes tremerem pela força que lhe move do coração: “... a terra tremeu, e as pedras se partiram...” (Mateus 27:51-53). É o único ser capaz de beber o Cálice por amor ao irmão: “Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos...” (João 15:12-14).           


 Rever

“Quanto a você, não reze por este povo, não faça preces nem súplicas em favor deles. Não insista comigo, porque eu não vou atender. Você não está vendo o que eles fazem nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém? ...” (Jr 7:16 ...).
Senhor! digamos que em relação àqueles, haja motivos. Mas em relação aos nossos irmãos de cor, africanos, que a centenas de anos não têm a atenção do Pai, dos quais é criador, que não fazem mal nenhum e continuam a pagar uma dívida da qual nem sabem ser devedores, é justo, o nosso Pai insistir em desviar-lhes o olhar? Deixando-os à mercê dos impiedosos que agem sob o poder da sedução (2 Ts 2:11)? Durará isto, até completar os dígitos da injustiça (Ap 6:11), ou até que a plenitude da Lei (Gl 5:14) aconteça apenas pela ação humana?
Impor dor e sofrimento, pode até ser válido, quando para adicionar amadurecimento para “O caminho, a Verdade e a Vida”; porém, quando não acresce em nada, é impiedoso e em vão. Até porque, aqueles não têm ordem sacra, nem podem ter fome e sede do evangelho, porque lhes falta a vida. E se o corpo é o templo do Espírito (1 Co 6:19 ...), aqueles não podem Lhe dar abrigo, pois só carregam ossos; são mostruários de esqueletos ambulantes.
Interceda Senhor filho por aqueles que bradam em gritos de dor,  quem sabe, assim como Moisés (Ex 32:11; 16:22) e até Josué (Js 7:7 ...), que conseguiram apagar a chama da ira do nosso Pai, o Senhor também, com melhores argumentos que os daqueles, comove-Lhe e assim leva-O a rever Seus Projetos, Caminhos e Planos (Is 55:8 ..).
Senhor! Tenha piedade daqueles que falecem com duras punições, sem que nenhum mal tenham feito. Torne-se presente na vida deles que já não têm esperança nem voz para te suplicar.  


Crês?

Com que cor um olhar pardo e sem amanhã tenta colorir sua vida? Que perspectivas busca o olhar daquele que é ignorado pela indiferença dos que passam ou estão ao seu redor? O que tenta enxergar na longitude do seu olhar aquele que trava luta, porém a vida insiste em não lhe dar abrigo? Em que crer, aquele que suplica e a vida como resposta alheia-se à sua dor? Que recompensa receberá este que é coagido aos recantos opacos da vida e, para que assim seja, é bloqueado pelos caminhos da destinação? Que quinhão lhe caberá na distribuição escrita no livro da vida? Que espaço ocupa na escalada humana? A quem atribuir a dívida pela qual está pagando? Que prêmio receberá pelo que está dramatizando? O acolhimento do cego... “Não foi ele que pecou, nem seus pais, mas ele é cego para que nele se manifestem as obras de Deus” (Jo 9:1-3)? Ou o destino do gêmeo que foi colocado num ventre para cumprir a História d’Aquele que disse: “... Em seu ventre há duas nações, dois povos se separam em suas entranhas. Um povo vencerá o outro, e o mais velho servirá ao mais novo”? (Gn 25: 23-26).



          ÊXODO E NÚMEROS



       Dependendo da missão, nem sempre é conveniente dizer: Seja feita a vossa vontade. Se há convicção no que vai fazer ou falar, é vital se posicionar. Quando Deus não suportava a rebeldia de parte do seu povo, e revelava sua ira, Moisés sempre questionava a forma de punir. Não aceitava que nenhum justo sofresse como se fosse pecador. Sequer temia parecer ousado; e com a força e a coragem do justo, ajudava a Deus refletir e agir com a razão. E sem querer, fazia Deus ver nele sua imagem e semelhança.
Moisés se agigantava perante Deus assim:
Ato 1: “Javé, por que a tua ira se acende contra o teu povo, que tiraste do Egito com grande poder e mão forte? Por que os egípcios haveriam de dizer: ‘Ele os tirou com má intenção, para matá-los entre as montanhas e exterminá-los da face da terra’? ... Então Javé, vendo a razão de Moisés, se arrependeu do castigo com o qual havia ameaçado o seu povo. (Ex 32:11-14).
Ato 2: Moisés disse a Javé: “Tu me disseste: ‘Faça este povo subir’. Mas não me indicaste ninguém para me ajudar na missão. No entanto, dizes que me tratas com intimidade e que gozo do teu favor. Agora, portanto, se gozo do teu favor, ensina-me o teu caminho, e assim ficarei sabendo que gozo do teu favor. Além disso, leva em conta que esta nação é o teu povo”. Javé disse: “Eu irei e pessoalmente darei descanso a você”. Moisés replicou: “Se não vieres pessoalmente, não nos faças sair daqui...” (Ex 33:12-16).
Ato 3: Javé disse a Moisés: “Até quando esse povo vai me desprezar?... Vou feri-lo com peste e deserdá-lo...” Moisés respondeu a Javé: “Os egípcios sabem que foste tu que tiraste este povo do meio deles com grande poder... Se agora fazes este povo perecer, como se fosse um só homem, as nações ouvirão a notícia e dirão: Javé não conseguiu levar este povo à terra que havia prometido para eles; por isso o matou no deserto’... E Javé, acordando para a razão de Moisés, disse: “Eu perdoo  o povo conforme você está pedindo...” (Nm 14:11-20).
Ato 4: ... Javé falou a Moisés e a Aarão: “Afastem-se desse grupo, porque eu vou destruí-lo num instante”. Moisés e Aarão suplicaram: “... foi só um que pecou, e tu vais ficar irritado contra todos?” E Javé, sentindo que o ato era mesmo injusto, falou a Moisés: “Diga às pessoas que se afastem das tendas de Coré, Datã e Abirão...” (Nm 16:20-24).
Ato 5: ... Moisés ficou desgostoso, e disse a Javé: “Por que tratas tão mal o teu servo? Por que gozo tão pouco do teu favor, a ponto de me impores o peso de todo este povo? Por acaso, fui eu que concebi ou dei à luz este povo, para que me digas: ‘Tome este povo nos braços, da maneira que a ama carrega a criança no colo, e leva-o para a terra que eu jurei dar aos pais deles’?... Se é assim que me pretendes tratar, prefiro a morte! Concede-me esse favor, e eu não terei que passar por essa desgraça! ” (Nm 11:11-15). E atendendo-lhe, Deus mandou-o escolher setenta anciãos para dividir com Moisés o peso do fardo. E disfarçado de quem não ouve conselhos, diz: Mas... “Terei piedade de quem eu quiser ter piedade e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão”. (Ex 33:19).
Reaja! Não deixe que o medo te torne pequeno, nem te afaste da graça de Deus.

     

Andaram escrevendo o que Deus não mandou
       
       
        Escreveram que Deus andou reclamando, através de Jeremias, dizendo: “... Visto que eu falava sem parar e vocês não me davam atenção, chamava e vocês não me respondiam, vou tratar este Templo, onde é invocado o meu nome, no qual vocês tanto confiam, e também este lugar que dei a vocês e a seus antepassados, vou tratá-lo do mesmo modo como tratei Silo. Vou expulsar vocês da minha presença, da mesma forma como expulsei todos os seus irmãos e toda a descendência de Efraim. Quanto a você (Jeremias), não reze por este povo, não faça preces nem súplicas em favor deles. Não insista comigo, porque eu não vou atender. Você não está vendo o que eles fazem nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém?...” (Jr 7:1-34).
Escreveram também que antes de falar pela boca de jeremias, Ele (Deus) havia dito a Abraão: “... Saiba com certeza que seus descendentes viverão como estrangeiros numa terra que não será a deles. Aí nessa terra eles ficarão como escravos e serão oprimidos durante quatrocentos anos. Mas eu vou julgar a nação à qual eles vão servir...” (Gn 15:12-16). E isto sem ter havido ainda nenhuma desobediência, pois esses descendentes ainda estavam por vir. E quando escrevem coisas que Ele não mandou, justificam assim: “E quem vai entender os enigmas de Deus”?
Aos que vivem refletindo os escritos canonizados da Bíblia, essas passagens retratam um duvidoso caráter de Deus em relação à Justiça; e isto sem falar do Amor, porque não revelam atitudes de quem tem bom senso.
O que diriam os excluídos de todas as nações e, principalmente, os das várias regiões da África, se ouvissem Deus se lamentando: “Visto que eu falava sem parar e vocês não me davam atenção...”? No mínimo eles diriam: “E o que diremos nós, Senhor, da Sua apatia aos nossos estrondos em gritos de dores”?
Em relação ao que escreveram dizendo que Deus disse a Abraão sobre os 400 anos de cativeiro, é uma brincadeira de tão mau gosto, que faz de Deus um dos mais comuns e perversos pecadores. Diz que Deus brinca com as dores daqueles que Ele mesmo fez à Sua imagem e semelhança, como se simulasse um filme de ficção. E como se não bastasse, ainda diz que vai sacrificar o povo, o qual Ele usou para sacrificar o Seu povo escolhido. E como se Deus não fosse Deus, que faz coisas sem pensar, ainda dizem que Ele disse: “... Pois estou arrependido do mal que fiz a vocês...” (Jr 42:10).
Ainda em Jeremias, dizem que Deus mandou escrever: “... Diga-lhes que informem a seus senhores: Eu criei a terra, os homens e todos os animais sobre a face da terra, com minha grande força e braço estendido, e os dou a quem eu quero. Pois bem! Entrego todos esses territórios nas mãos do meu servo Nabucodonosor, rei da Babilônia. Eu colocarei até as feras a serviço dele... Se uma nação e seu rei não se submeterem a Nabucodonosor, rei da Babilônia, e não colocarem o pescoço sob o jugo do rei da Babilônia, eu castigarei essa nação com espada, fome e peste, até entregá-la em suas mãos...” (Jr 27:1-8). Porém, mais adiante, no 51:20, dizem que Deus, feito um demente que havia esquecido que tinha chamado de meu servo, manda Jeremias dizer: “Você, Babilônia, foi o martelo, a minha arma de guerra: contigo martelei nações, destruí reinos, martelei cavalos e cavaleiros, martelei carros e cocheiros, martelei homens, mulheres, velhos, jovens, moças e moços, pastores e rebanhos, lavradores e juntas de bois, governadores e prefeitos...”; e acrescenta:  “Nabucodonosor, rei da Babilônia, me devorou, rapou tudo, deixou-me como prato limpo; como dragão ele me engoliu, ficou de barriga cheia e me vomitou...” E como um injustiçado diz: “Mas eu devolverei à Babilônia e a todos os Caldeus, bem diante dos olhos de vocês, todo o mal que eles fizeram a Sião” (Jr 51:34).
Assim, ou eles escreveram o que Deus não mandou, ou Deus não é Amor. Ou querem que acreditemos que o cérebro de Deus é doente? Se assim fosse, o que diferenciaria Deus de um Hitler e dos tantos ditadores atuais? Nos faria pensar: que espécie de poderoso tem as nossas vidas nas mãos? 


 Quem se propõe plantar tem a obrigação de colher    
  
  Quem se propõe a semear, há de se dispor a regar. Zelar pelas sementes que plantou, é compromisso diário até a frutificação. Para colher não basta plantar, é preciso fertilizar na medida da porção que busca obter.

 Assim também deveria ser com sementes de vida... Exterminar várias gerações pela tortura da fome, da injustiça e do descaso, já é pura insanidade embebida de maldade no coração.

Não é com sanidade e bom senso que alguém cria uma infinidade de seres, e sem que façam mal ou bem, destina-os à refutação, como componentes de um número que, por satisfação egoísta, são exibidos como  exposição para justificar os Seus: “é necessário” e os “ai daqueles” ( Mt 11:21; 18:6,7,8; 23:13,15,16,23,25,27,29; Lc 10: 13,15; 11:42-44,46,47). Brincar com a dor alheia e destinar inocentes ao repúdio da Criação, causa dor que não doe, apenas naquele que imagina a vida real ser ficção. O sofrimento humano não deveria ser diversão. Mas pelo visto, o tão glorificado AMOR, foi trocado por rabiscos escritos: “para se cumprir”; e confirmado assim: “E, então, como se cumpririam as escrituras, que dizem que isso deve acontecer?”. Mas com isso, quem é sangrado na carne e na alma, são os que foram criados apenas para completar números, de planos e projetos de alguém que, pode ser e ter tudo, menos bom senso e misericórdia de mostruários ambulantes. E para piorar, os protagonistas disseram:

1 - “Peçam, e lhes será dado.” E as vítimas se perguntam: Será dado o quê? O fardo do descaso e da injustiça?

2 - “Procurem, e encontrarão.” E as vítimas se perguntam: Encontraremos o quê? Os recantos dos imundos?

3 - “Batam, e abrirão a porta para vocês.” E os vitimados se perguntam: Que porta? A do porão dos entulhos?

Acreditar em promessas está ficando quase impossível, e duvidoso: será que andaram escrevendo o que não foi dito?


 




     Sangue fraterno?
      “Por três crimes e pelo quarto, eu não vou perdoar: porque perseguiram seus irmãos com a espada, sem ouvir a voz do sangue fraterno”, ( Amós, 1:11)   Como, alguém com a mente sã e coração dito símbolo do amor, a partir do nada, da não existência, sai criando seres e os predestinando ao sacrifício e ao fio da espada, no seu jogo de vontades, opondo e confrontando os chamados por Si mesmo de “não meu povo e os chamados de Seus?”
   Como, quem diz: “Eu sou o caminho, a verdade, a ressurreição e a vida” ( Jo 11:25; 14:6 ), é capaz de, quando nenhum ser da espécie humana existia, planejar e determinar à Sua direita: Abel, Sem, Isaac, Jacó, Efraim, ... e à Sua esquerda: Caim, cam, Ismael, Esaú, Manassés, ... e projetá-los às guerras “santas” e exterminar os ditos não escritos no seu “Livro da vida”, como se estes tivessem absorvido a maldade por conta própria?
   Como um coração que só tem amor é capaz de erguer um tirano e dizer: “Já que vocês não ouviram as minhas palavras, eu mandarei chamar todas as tribos do Norte e também o meu servo Nabucodonosor, ... vou condenar todos ao extermínio, ...” ( como se o próprio não houvesse dito a Isaías no 6:8: “Vá, e diga a esse povo: escutem com os ouvidos, mas não entendam; olhem, mas não ... torne insensível o coração desse povo ...”)? E depois quer confundir: “ ... Você, Babilônia, foi o martelo, minha arma de guerra; contigo martelei Nações, homens e mulheres, velhos e jovens, ... mas eu devolverei a você e aos Caldeus, todo o mal que vocês fizeram a Sião. ... Nabucodonosor me devorou;
( Jr 25:9; 27:6; 28:11 ...; 51:20-24,34 ...).
Como um coração que só tem amor ergue um guerreiro e ordena-o que avance: “sem piedade”, e passe ao fio da espada até os recém-nascidos? (Is 13:16, 18; Ez 9:5, 6; 21:8, 9, 22).
   Como um coração cheio de amor planeja Suas guerras “santas” e ordena rasgar os ventres das grávidas ao fio da espada (2Rs 8:12; 15:16; Oséias 14:1,) e depois condena alguém por ter cometido os mesmos crimes?
   Como um coração que só tem amor pode ordenar: “Devore todos os povos que seu Deus entregar a você. Não os trate com piedade, ...” Como se as vítimas tivessem o poder de criar suas próprias vontades?  (Dt 7:16; 1 Sm 15:1-3,8; 22:19 ...).
   Como um coração que só tem amor é capaz de ordenar: “Quem for encontrado, será transpassado; quem for alcançado, morrerá ao fio da espada. Suas crianças
 serão despedaçadas diante de seus olhos; suas casas serão saqueadas e suas mulheres serão violentadas. ... Pois a minha espada ficou embriagada no céu”? (Is 13:15 – 18; 34:2,5;); e ainda dizer: “Veja! Fui eu quem criou o ferreiro que sopra as brasas no fogo e produz ferramentas de trabalho.
Mas também fui eu quem criou o exterminador para arrasar. ...” (Is 54:16; Jr 20:4); fazendo até o profeta desejar não ter nascido (Jr 20:14-18). E declara sem nenhum sentimento de compaixão: “Eu formo a luz e crio as trevas; sou o autor da paz e crio a desgraça (Is 45:7). ... Exterminar todos pela espada (Js 6:21; 8:24; 10:1-39; 11:11-14,16,17; 19:47; Jz 1:8,25; 4:6-16; e Deus marcha na frente, 18:27,28; 1Sm 15:3-8; sem piedade até com as crianças; Jr 21:5 ... Eu mesmo vou guerrear contra vocês com mão forte e braço estendido, ez 26:6,11; 28:7,8,23; 30:1-26; e o país ficará coalhado de mortos; 32:11 ...)
   Quem com um coração cheio de amor diria: “... Vou tirar da bainha a minha espada para matar tanto o justo como o injusto ...” ? (Ez 21:8,9). Que mal o justo fez, além de obedecer seus mandamentos?
   O que faz germinar num coração cheio de amor, a capacidade de dizer e fazer: “Eu fiz você (o Faraó) nascer precisamente para mostrar em você o meu poder”? (Rm 9:15-17); e aos filhos de Rebeca, quando ainda não tinham feito nada de bem ou de mal foi dito: “Em seu ventre há duas nações, dois povos se separam em suas entranhas. Um povo vencerá o outro, e o mais velho servirá ao mais novo”. (Gn 25:23; Rm 9:13; Ml 1:2,3).
   Quem, com um coração paterno diria aos seus: “... seus cadáveres cairão neste deserto ...”, (Nm 14:29)? Ou: “... seus cadáveres estão pelas ruas como lixo ...”, (Is 5:25 ...)?
   Como, alguém que só tem amor no coração, após expandir estas duas Nações criadas pela sua própria vontade, promove a perversidade, como se não fosse Ele o Autor dos Planos e Projetos, aos quais vitimou os que criou e os chamou de “não seus”, e aos brados ordena: “Matem, sacrifiquem, despedacem sem piedade ... (Nm11:33,34; 16:21-35; 17:6-15; 21:6; 25:5 ... ; 31:17; Dt 2:34; 7:2,16; 19:21; 20:16-18; Js 11:20; 1 Sm 15:2,3; Is 13:15,16; Ez 5:11; 9:5,6; 21:8,9; ... ), e assim é todo desfolhar do velho testamento, horrorizando e persuadindo as gerações futuras aceitarem ser frutos da desobediência. E mostrando a quem Ele de fato ama e é fiel, diz: “E, então, como se cumpririam as escrituras, que dizem que isso deve acontecer?” (Mt 26:54).
   Não argumentem a falta de obediência, pois o que foi dito e feito com os filhos de Rebeca, com o Faraó e com os reis: “De fato, Deus tinha endurecido o coração desses reis, para guerrearem com Israel, a fim de que fossem exterminados sem piedade e completamente destruídos, como Deus tinha ordenado a Moisés”, não deixa muito espaço para justificativas (Js 11:20).
 O verdadeiro Amor teria mandado circuncidar o coração (Jr 4:4) e dar um Espírito novo a cada um; (Ez 11:19,20; 36:26,27); jamais optaria por sacrifícios macabros justificados por “Planos, projetos, Caminhos Is 55:8) e Números” (Ap 6:11), imaginados por uma Mente capaz de impor coisas como: “... Comerão a carne dos próprios filhos (Lv 26:29; Dt 28:53; 2 Rs 6:28,29)
   Você trataria os seus filhos como Ele trata os Seus?