domingo, 1 de maio de 2011

Vivos mortos na África



                Justifique que Deus é amor!

Você acredita que o filho bebeu o cálice da crucificação por amor ao rebanho?

  Em que estes devem crer?

Por qual amanhã devem esperar?




Ao expor estes quadros aos olhos do mundo, o que espera das nações o Criador?

Não me venham com a história de Jó nem com aquela que no "futuro" serão exaltados. 


Esperança parda? 



Olhar
sem 
ama-
nhã?





 Se o amor é o recheio da vida, onde estar o: "amar ao próximo como a ti mesmo"?
Ou é apenas para se cumprir: "... Pois eu estava com fome, e vocês me deram de comer; eu estava com sede, e me deram de beber; eu era estrangeiro, e me receberam em sua casa; eu estava sem roupa, e me vestiram; eu estava doente, e cuidaram de mim;..."? (Mt 25:32...).
Ou ainda: "... Vocês vão ouvir falar de guerras e rumores de guerra... pois essas coisas devem acontecer,... Haverá fome..."? (Mt 24:6-8).
Ou mais um Sagrado deboche: "... foi exatamente para isto que eu o conservei de pé, para lhe mostrar a minha força e para que minha fama se espalhe por toda a terra..."? (Ex 9:15,16).


Vivos mortos na África


  Se um homem fosse capaz de reproduzir tantos filhos quanto os cadáveres vivos da África, e este pai fosse o mais poderoso dos homens, em mando e desmando, capaz de num estalar de dedos fazer brotar frutos da terra seca, abrir fenda na rocha e dela jorrar água, ou fazer surgir oásis no deserto, e de repente, nos fosse revelado que nos pátios de seus enormes palácios estão jogados grande número de seus filhos como  amontoados de cabeçudos com olhos esbugalhados,  ossos expostos e cobertos apenas por uma pele desidratada, recantados como restos de vida e implorando, não para serem reconhecidos, mas por uma migalha para matarem a sede e a fome e, apesar das súplicas e dos gritos de dor, são ignorados já por quase uma eternidade? Se tudo isso fosse mostrado e relatado por grandes meios de comunicação, o que diriam as Nações? Que impacto causaria às variadas classes ou evoluções de sentimentos?
... Se estou condenando alguém? Não! Apenas dizendo que assim age o nosso PAI, que diante disto, mesmo após centenas de anos, continua virando as costas e desviando o olhar. (Jr 7:16; 11:14; 14:11- 15:1...)  (Is 1:13-15).
A indignação seria justa. Porém, cabe uma questão: O Criador, nos condicionou dois caminhos: um que salva, outro que condena. O que nos salva, nos leva à Sua direita, e o que nos condena, à Sua esquerda. A condição que nos faz caminhar para a Sua direita, já nos é muito familiar, assim como a que nos faz caminhar para a Sua esquerda. É dito: “... Então o Rei dirá aos que estiverem à Sua direita: ‘Venham vocês, que são abençoados por meu Pai... pois eu estava com fome, e vocês me deram de comer... E aos que estiverem à Sua esquerda: Afastem-se de mim, malditos... pois eu estava com fome, e vocês não me deram de comer...” É nestas atitudes que se cumpre o amor a Deus, acolhendo os irmãos. Sem este cumprimento, todos os líderes religiosos, os exaltadores de glórias e nós anônimos, nos tornamos “sepulcros caiados”: (Mateus 23:27-30) “... ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: por fora parecem bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e podridão! Assim também vocês: por fora, parecem justos diante dos outros, mas por dentro estão cheios de hipocrisias e injustiças...”
O que nos é mostrado, expondo os cadáveres vivos da África, deve nos fazer refletir sobre: “... Quando no seu meio houver um pobre, mesmo que seja um só de suas cidades, na terra que Javé seu Deus dará a vocês, não endureça o coração, nem feche a mão para esse irmão pobre...” (Dt 15:7-11).
O que nos parece apatia de Deus, deve ser o grito para a nossa salvação ou condenação; pois se não agirmos, cedo ou tarde ouviremos os reclamos de Deus: “Esse povo se aproxima de mim só com palavras, e somente com os lábios me glorifica, enquanto o seu coração está longe de mim. O culto que me prestam é tradição humana e rotina...” (Isaías 29:13 e Mateus 15:8).
Deus está justificando a nossa condenação, nos expondo por longo tempo, os mortos vivos da África, e nós, com nossa hipocrisia, nos fazemos de desentendidos e continuamos “glorificando” o Seu nome, achando que Ele não conhece as trapaças do nosso coração, e que iremos manipular o Seu julgamento.  

                                                                                                                                                                   Autor: Josué Firmino dos Santos

                                        Nossos ecos


Oh Senhor! Não deixe os gritos de dores ecoarem aos ventos. Queira socorrer ao menos os que em Ti creem. Queira ter piedade dos que acreditam que o sacrifício de Cristo foi por amor ao rebanho. Não deixe que o ato da cruciação tenha sido em vão. Se no julgamento também contam as boas ações, não nos deixe perder o vínculo da fé. Se a definição do amor está no cálice do cordeiro, faça-se presente na vida daqueles que ainda acreditam na promessa que diz: “Peçam e será dado; batam e a porta será aberta; quando dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, estarei entre eles”. Pois hoje Senhor, os aflitos não só pedem, imploram; não só batem, estrondam gritos de dores; não só dois estão reunidos em Teu nome, são milhares que clamam... Mas parece em vão.
Como Senhor, manter e irrigar a fé, se a Tua indiferença aos ecos de dores é a atitude mais presente?  

Te peço: volte a face e o olhar aos que, por falta da Tua atenção, perecem aos recantos, como entulhos de lixo humano! Pois o trajeto do Teu caminho é árduo, obscuro e contém obstáculos além da capacidade que deste aos bons homens. E já que és quem faz a hora, e o que queres, acontecer, que seja agora o ato da misericórdia.