Despertar
Enquanto for jovem, não desgaste o seu
vigor com coisas bobas, tente realizar seus sonhos, para mais tarde não se
descobrir vivendo por viver, e apenas
sentindo o sabor amargo das cascas do que sonhou e não realizou; e se não
conseguir realizá-los, ao menos tem o consolo de saber que tentou.
Na velhice, alguns conseguem
experiências, que até servem como sabedorias, mas não compensam o que ficou
para trás.
Sem palavras
Quando as palavras perdem a suficiência
para expressar o que o coração sente, aí então, os sentimentos recorrem ao
silêncio ou às lágrimas, para serem revelados pela magia do olhar.
Cores
do encanto
É
encantadora a idade da infância. Cada descoberta parece uma magia que se
estampa num sorriso e na alegria do olhar.
Pela
inocência a criança cativa todos, sem fazer nada para agradar. Seduz gente de
qualquer idade, de todos os gêneros, de todas as classes, de A a Z; a cor
então, tem o tom do colo que ela quer se atirar. Porém, o tic tac do tempo, vai
sussurrando aos ouvidos de quem está em crescimento, dizendo que os adultos,
encobriram a face bela da inocência com a careta da malícia; e o que saiu da
fase da infância, vai descobrindo que a magia perdeu o encanto e o mundo ficou
mau.
Dá
pra viver? Dá; só não dá pra aceitar que a maldade é coisa normal.
Equilíbrio
Não
há tempo para realizar todos os sonhos.
Tente
selecionar os necessários e urgentes, porque a vida não nos recebe dizendo: a
casa é sua, fique à vontade; e o tempo não tem coração nem conhece empatia,
segue em marcha contínua e indiferente a quem não pode alcançar.
Desde
o nascer já há uma lista de desafios a superar. O primeiro é: para não morrer,
tem que sair do útero; e o segundo é: para não morrer, tem que aprender uma
nova forma de respirar. A lista é enorme, e talvez o mais importante deles seja
o equilíbrio. É equilíbrio para sentar e ficar em pé; equilíbrio para andar e
correr; equilíbrio para buscar e adquirir ... E uma das partes ruins do equilíbrio,
é adquirir a percepção de dosar atos e atitudes; é o conhecido dito: não dar o
passo maior que a perna. E do nascer ao morrer, o tempo e a vida sempre irão te
cobrar o tal equilíbrio.
Se
a vida lhe favorecer a realizar alguns dos seus sonhos, agarre com unhas e
dentes; os demais, deixe-os para o tempo matar sua sede de triturá-los.
Só a olhar
Há
curvas na estrada onde, sem aviso, a vida nos joga mais refugo no fardo que
levamos no lombo, fazendo as pernas cambalearem e nos levar ao tombo. E ela – a
vida – fica apenas a olhar o esperneio de quem precisa adquirir forças pra
levantar e aprumar o rumo.
Acolher
Quando
todos passarem e se forem, deixando alguém que ficou pelo cansaço do fardo que
a vida impôs, e não poder caminhar, não seja mais um que vai-se às pressas,
dizendo que não há tempo para esperar o outro se recompor. Lembre-se que a
estrada é longa e nada lhe garante que chegará ao fim sem fraquejar.
...?
A linguagem das lágrimas silencia palavras, porque
elas são espremidas dos sentimentos que, exclamam o aperto no peito e o peso no
coração.
As lágrimas dizem de forma clara o que
a voz é incapaz de expressar. Quando inundam um olhar distante, é buscando afago
pra se alentar. Elas dispensam palavras, porque tudo que dói, pode ser
compreendido no olhar molhado, e no acolhimento que pede o olhar.
Descarte
Quando a vida acumular sobre ti, uma
soma de pesos que você não buscou, selecione tudo que sacrifica a caminhada, e
jogue no lixo do tempo. Já que foi ele que adicionou, agora recolha e faça uso
próprio, ou dê pra alguém que desejou. E você, que dispensou, quando arrumar a
mochila pra retomada, “só leve o que não pesar no coração”, só se doe a quem
acalenta os seus suspiros, só acolha o que alivia a alma e faz bem ao coração.
Percepção
Não desanime na primeira derrapada nas
curvas da vida. Se recomponha, e se sentir que a estrada que tomou, vai impor
passagens e obstáculos que podem está além da sua capacidade, mude o caminho. O
percurso de qualquer rumo que você tomar será longo, e o tempo não pára,
esperando você entender que há outras saídas. A capacidade, a habilidade e a
força, são diferentes em cada ser. Não se desespere na busca de encontrar sua
estrada, porque na pressa você pode se perder, e depois, não é garantido que
você vai se encontrar. As trilhas da vida não são como o sol que nasce para
todos, cada uma delas exige um diferente perfil de quem vai escalar. Procure
entender que, nem a todo topo de montanha todos podem chegar.
Iniciante
Quando, para chegar ao fim não tiver
mais estrada, não confunda com o fim da vida, é apenas o retorno obrigatório, e
também a hora de aprender que todo fim necessita de um recomeço, e que nem tudo
que termina significa a chegada. O caminhar sem saída, serviu para aprender a
desviar ou suportar os espinhos e fortalecer a alma, para então retornar e
iniciar a fase madura, até o ponto final da jornada.
Regenerar
O
alívio da caminhada está em estender a mão pra levantar alguém, e poder
estendê-la pra ser erguido guando não poder se levantar sozinho. A medida da
satisfação é igual pra quem ergue e pra quem é erguido.
Na
corrida da vida, não importa o tempo de chegada, o que importa é: o que acolheu
e, o que plantou; e lá, a moeda do seja bem-vindo, é o que você andou semeando
e o que você andou acolhendo.
É coisa assim
Não é saudade, mas é coisa assim ...
É a busca de um olhar em pensamentos,
sem rumo e sem fim.
É um vácuo que pesa e tranca o peito,
clamando por algo que não sabe o nome e parece sempre fora do alcance.
É como se estivesse esperando a voz do
vazio revelar o que os olhos da mente são incapazes de enxergar.
É como se o aperto no peito calasse as
palavras para que a mente entendesse os sussurros do coração.
É algo forçando o ego entender o
avesso, para identificar de que essência os sentimentos reclamam.
É um vazio que espreme lágrimas da
alma, sem saber dizer qual a razão.
É sem definição; só se sabe que é algo
que pesa e faz suspirar, e só o banho de lágrimas controla a respiração.
É algo parecido com o que sente o pássaro
Uirapuru, que consegue pôr no canto a linguagem do coração.
Em frente
Incomoda-me
muito ver um País com tantos jovens com forças e talentos apenas esperando o
tempo passar. A maior força de uma nação sem estímulos para vencer obstáculos,
e sem objetivos para alcançar, esperando apenas os compromissos inevitáveis
chegarem. Incomoda saber que, com o passar do tempo, a realização de sonhos se
transforma em frustração e em formação de novas famílias sem estruturação.
Uma
geração de jovens que tem seus sonhos castrados compromete várias outras, e
demora muitas décadas para gerar bons frutos.
Geração
jovem, não deixe que mentes doentias amansem o ímpeto da força de busca que é
próprio da idade. Um jovem sem estímulos para escalar degraus, é pior que um
idoso que fica esperando a morte chegar.
Retome
as forças e os sonhos, a fase deste germe e sua corja que sufoca esperanças,
vai passar. Prepare-se para quando as oportunidades voltarem. Seja esperto: “É
compreender a marcha e ir tocando em frente”.
Há tempo?
O
que quer a vida com a boca faminta escancarada?
Deve
está querendo matar a fome engolindo o tempo, antes que alguém realize sonhos e
alcance seus objetivos. Ela adora confiscar isto dos que vão chegando sem ter
convites, esquecendo ela que, os que são considerados como intrusos, também não
foram consultados se queriam provar seus pacotes amargos. E como ela, a vida, não
estar aqui para ser mãe compreensiva, os que chegam sem avisar, são obrigados a
aprender sem o tempo necessário para o amadurecer. Isto é desvantagem em
relação aos que recebem o bem-vindos da vida, mas não significa que os não
bem-vindos já estejam inscritos no cadastro dos derrotados. Esta condição irá
depender do bom senso de cada um, e do apoio que receberão dos que estão a lhes
rodear. Mas cada um há de entender também, que este apoio será dado enquanto
houver empenho na busca, não pode ser algo interminável. E será vencedor aquele
que persistir e não se apressar em trazer sobre si compromissos de
independência.
Quem
se apressa pra “viver a vida” sem antes se estruturar, saiba que nas próximas
curvas deste “viver”, irá receber no lombo, sem sobreaviso, fardos
indesejáveis.